segunda-feira, 25 de novembro de 2013

98 beach running – A prova mais irada do litoral

O primeiro ano que fiz esta prova foi em 2011 e começou a partir do convite de um amigo, não havia sido planejado, utilizei o número de uma outra pessoa e foi simplesmente fantástica. Normalmente amigos, corrida e pizza são uma combinação que não tem como dar errado, mas 2 anos depois me programei com antecedência, fiz inscrição, agendei a viagem e o resultado… bem o resultado foi um pouquinho diferente, virou quase um episódio do “cilada”.

Choveu em Santos desde sexta-feira e no sábado a noite quando chegou a hora da prova, o cenário era meio desolador…. A chuva tinha diminuído, mas havia começado a ventar… Enquanto esperávamos chegar a hora da prova, ouvi anunciarem que por motivos de segurança e prova tinha sido transferido da areia para o calçadão. Juro que fiquei pensando em desistir e esperando qualquer intervenção divina para que a prova fosse cancelada, mas havia convidado um amigo, ele fez inscrição, foi pra Santos comigo e estava na mesma barca furada que eu, então lembrei da música do faroeste cabloco “E decidiu entrar de vez naquela dança, Se a via-crucis virou circo, estou aqui” e se já estava lá, vamos em frente….

Fomos para o aquecimento e durante ele, tive uma amostra grátis do que seria a prova... Poças d’água por todo caminho, chuva fina, ventania.. Concluído o aquecimento fomos chamados para o simpósio, a organização foi explicar por onde seria o percurso, onde faríamos o retorno, a importância de passar no tapete. Mesmo em cima da hora, haviam demarcado local com cones…

Enquanto aguardávamos a largada víamos as palmeiras balançando pelo vento a chuva caindo, parecia aquela cena de tufão que passa na TV. Olhávamos para aquilo e pensava… vamos correr nisso???? Nestes casos, o bom humor salva e ríamos da situação…

Quando foi dada a largada simplesmente saí, acelerei o máximo que podia, pois sabia que correr no calçadão, por ser estreito, a ultrapassagem seria complicada. Não enxergava nada, o vento batia no peito, a chuva não me deixava ficar com olhos abertos e as poças d’água encobriam buracos… Feito o primeiro retorno, passamos a ficar a favor do vento e da chuva e passei a correr melhor sem a chuva batendo no rosto, contudo não conseguia sequer ver no relógio em que ritmo estava.

Quando cheguei no próximo retorno contei 6 meninas, duas estavam mais devagar e pensei, posso ultrapassá-las… Só que a natureza não ajudou, começou a ventar mais forte e a chuva, por estar contra ela novamente, batia no rosto e não deixava ver nada. Achei que fosse até perder a lente de contato e me arrependi por não estar de óculos. O vento contra estava muito forte e fez os treinos na base aérea ser moleza… Segui firme em frente e passei uma das meninas, devia estar com a fc nas alturas pois o estômago estava embrulhado pelo esforço…Logo em seguida passei a outra…

Quando fiz o último retorno, reduzi um pouco o ritmo e um senhor passou por mim e disse, “não deixe o ritmo cair, venha! Continue a correr!”, aquilo me deu energia nova e disse para ele “se eu não estiver errada sou a quinta menina”. Ele me falou “então acelera que tem prêmio no final”. Bom, acelerei e fui puxando o ritmo até o final… Quando vi a chegada ela marcava 29min, pensei tem algo errado, não fiz 8km de jeito nenhum…

Ao cruzar a linha de chegada, tive a confirmação eu havia sido a 5 menina a cruzar a linha de chegada e ao ver o relógio, tive a confirmação que a prova teve apenas 6,18km. Encontrei meus pais dei uma abraço neles e logo em seguida chegou meu amigo… Ficamos esperando a premiação, mas nada dela ocorrer… Acho que esperei por uns 40min e nada.

Fui falar com a organização e eles me falaram que estavam aguardando o último cruzar a linha de chegada, para buscarem o notebook no outro tapete e conferirem se todas passaram duas vezes por lá e só assim divulgar a lista com os 5 primeiros… Perguntei quanto tempo isso levaria e me disseram cerca de 1 hora. Bom mandei eles ficarem com o troféu e que não iria ficar lá plantada tomando chuva por mais de uma hora….

Decidi ir embora e encontrar com meus amigos na pizzaria, foi a melhor comemoração, pelo pódio que não ocorreu, pais e amigos reunidos não tem como não ser bom… Falamos por horas sobre corrida, treinos, amizades, tudo com boa pizza…

Ontem olhando o resultado vi que não fui a quinta e sim a terceira colocada…. O regulamento fala que não existe entrega de troféu posterior, mas mandei e-mail para organização, quem sabe abrem uma exceção e me mandam o troféu…De qualquer maneira, esta prova foi a prova mais bizarra que fiz na vida….

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

2 finais de semana 2 provas – G4 e 110 anos do Atletismo Esperia

Juro que eu tento escrever, mas o tempo está curto para muito trabalho e o blog acaba pagando o pato… e essas duas semanas foram muito especiais, apesar do sol, o astro rei, tentar estragar a festa…. Mas vamos lá, no dia 03/11 fui pra Brasília enfrentar o forno da Golden four e no final de semana seguinte, no dia 09/11, foi o dia de ser Mo Farah, fui enfrentar minha primeira prova na pista, 4500m na prova de 110 anos do Atletismo do Esperia.

Golden Four de Brasília

No dia 03/11 chegou minha prova alvo do segundo semestre, a golden four de Brasília. O final de semana foi pra lá de especial, pois minha família se reuniu e acabei vendo tia e primos que há muito tempo não via. Isso sem falar nas aventuras gastronômicas, com almoço na casa de um primo, lanche na casa de outro e janta na casa de uma tia…. O carbload foi fantástico… :)

Para o domingo a previsão do tempo dizia, tempo encoberto e temperaturas na casa dos 17ºC, mas quando saí do hotel e vi o sol nascendo e um céu azul lindo de morrer percebi que a previsão tinha errado e que a prova poderia se tornar um forno….

Fui pra largada já aquecendo, deixei minhas coisas no guarda volume e já fui para o local de largada. Enquanto esperávamos vejo um homem com carrinho de bebê praticamente na largada. Gostaria que me explicassem como uma prova que diz ser voltada a performance deixa um carrinho de bebê entrar lá na frente (ou foi elite B ou foi pelotão vermelho). Quando foi dada a largada passei por ele e disse que ele era louco de largar com uma criança lá na frente e que era irresponsável por correr com uma criança. Ele por sua vez me xingou e me chamou de mau humorada. Tudo bem que o cara corria bem, mas empurrar uma criança por 21km num calor daqueles é no mínimo uma insanidade e podia ter causado um acidente feio na largada.

Bom passado este episódio os primeiros km foram de descida, lembrando de alguns conselhos, mantive o ritmo evitei não segurar e fui seguindo sem forçar. Percebi que a fc estava alta e já comecei a imaginar que manter o plano A seria difícil. O ritmo encaixou 4:50/4:55 e fui seguindo. No km 5 percebi que não tomei todos os suplementos que normalmente tomo no começo da prova, mas isso não justificava a fc alta e a dificuldade em manter o ritmo. Acabei tomando este suplemento no km 6, mas não mudou nada kkkk

Quando fizemos o retorno perto do km 8 e começamos a subir, meu inferno começou… a fc subiu mais o ritmo caiu e comecei a pensar em desistir. Passei pelo km 10 com 48min, nada mal até então, mas sabia que seria muito difícil continuar no ritmo. daí começou a guerra entre o corpo e a mente, a todo custo tentava me manter correndo e a vontade de parar só aumentava.

Passei por uma corredora (a Morgana que depois nos conhecemos) e falei para ela, “vamos menina estou te seguindo e vamos terminar esta prova juntas”. No km 12 já com ritmo em torno de 5:15 e fc em torno de 188 pensei em andar, neste momento a Morgana passa por mim e fala “Não para não, vamos juntas”, aquilo me deu uma dose de ânimo e segui com ela. Foi uma parceria silenciosa, ela do meu lado e eu lutando para não parar.

No km 14 quando a ladeira terminou e começamos a descer novamente, tudo melhorou e o ritmo voltou para 4:55/5:00, mas não consegui seguir por muito tempo, perto do km 16 falei para a Morgana seguir em frente, pois precisava andar. Andei por uns 200m e esperei a fc baixar bastante para voltar a correr.

20131103_091625Com a fc mais baixa voltei a correr melhor, mas mesmo assim a luta permanecia. No km 17, os marcadores dos 1h45m passaram por mim e percebi que o plano B também já tinha ido embora. Agora só me restava terminar a prova…IMG_20131103_093447

Novamente lutando comigo para me manter correndo fui seguindo com ritmo 5:10. No km 20 um corredor de Natal passou por mim e eu acelerei e disse “vou tentar ir com você”. Ele me disse, “vamos para terminar com menos de 1h45”, mas eu não consegui manter o ritmo e falei para ele seguir em frente. Ele me disse que agora era tudo uma questão de cabeça e para seguir em frente mantendo o ritmo… E assim eu fui até a linha de chegada, fechando a prova com 1:47:12. O tempo ficou 5 min acima do que eu pretendia, não foi PR e o tempo foi maior que o ano passado, mas diante das condições da prova foi uma conquista e tanto. Claro que fiquei frustrada, estava treinada e sabia que podia fazer uma boa prova, mas também sei que existem dias e dias e as condições climáticas não permitiram.

Na hora de voltar para SP mais uma surpresa, encontro com o Drica do blog 20131103_141921(http://correndonaviagem.blogspot.com.br/), bem na verdade ela me encontrou. Estava entrando no ônibus quando alguém me chama e me  pergunta se eu era Yeda, respondi que sim e ela se apresentou… ainda bem pois sou péssima de fisionomia, não reconheço ninguém kkk. Foi um rápido encontro, mas percebi que ela é exatamente o que eu achava, uma simpatia em pessoa. Foi muito, mais uma amiga que deixou de ser virtual para se tornar real

 

 

4500 na pista – 110 anos do Atletismo do Espéria

Depois de Brasília, eu praticamente só descansei durante a semana. O tempo virou fez frio e choveu quase a semana toda e eu aproveitei para dormir. Quando o sábado chegou estava recuperada da G4 e pronta para os 4500m.

Adorei cada minuto da prova, muitos amigos reunidos, a elite do Esperia reunida e muito bla bla bla antes da prova. Houveram 5 baterias, uma de caminhada e 4 correndo. Eu fiquei na última bateria junto com os feras do clube e foi praticamente a bela e os feras…kkkk

20131109_114046 Quando chegou a nossa bateria eram mais de 10:30, para variar o sol brilhava forte e seriam 12 voltas na pista no ritmo pra morte. Quando a largada foi dada saímos muito forte e fiz a primeira volta com ritmo abaixo de 4:00, fui reduzindo aos poucos tentando manter o ritmo abaixo de 4:30. Na metade da prova não aguentei e o ritmo caiu para 4:40. O primeiro e segundo colocado deram duas voltas em mim e a chegada deles foi na minha frente com um sprint alucinante. Daí eu fui controlando o ritmo e fechei os 4500m em 20min43s, se fosse 5k seria novo PR.

Após a nossa bateria, a elite do Esperia fez uma exibição, eles correram 5000m e a velocidade que eles correm mesmo com sol é incrível. O Ivanildo fechou a prova com 15min, tempo bem acima do que ele costuma fazer.

Na premiação fui parar no posto mais alto do pódio, me tornei a amadora mais rápida do Espéria e fiz jus ao meu apelido, “a loira da pista que corre pra caramba”

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tudo pronto…

Agora não dá mais tempo, o que tinha que ser feito já foi e o que resta é chegar na prova e fazer o que foi treinado… Sabemos que prova não é equação lógica e só sabemos se teremos ou não PR no dia, tudo irá depender do clima, de como você acorda, do descanso dos dias anteriores, etc.

As duas últimas semanas de treino foram muito boas e de certa maneira me dá a confiança para fazer uma boa prova (Isso me lembra o Bessa e seu texto sobre sorte, neste caso era melhor que tudo tivesse saído errado e que meu treinador tivesse brigado comigo :), mas enfim esta é outra história )

Semana infernal

Depois da Corrida de Santos Dumont e o excelente resultado, os treinos não foram aliviados, muito pelo contrário, entrei na temível semana infernal. Não importa quantos treinos eu faça por quantos ciclos eu passe, estarei sempre me referindo a semana mais pesada como semana infernal… É muito mimimi, eu sei, mas sou assim adoro cada um destes treinos mesmo reclamando :)

Na terça o treino foi 8 de 6min ritmo médio, como ainda estava inspirada pelo treino de sábado, fiz com ritmo de 4:50/4:55 e na chuva, fechando o treino com quase 11,5km

Na quarta novamente treino na chuva, mas por causa de um susto, onde uma ambulância quase bateu no meu carro, o treino de 4 de 2 km a 80% foi difícil e o ritmo ficou em torno de 5:00.

Na sexta estava me sentindo melhor e voei baixo no treino que era 8 de 4 min ritmo médio forte, o ritmo ficou em torno de 4:30 e no final fechei o treino com 12km.

No sábado treino leve de 30min apenas para soltar as pernas para o treino de domingo que era 10 de 1 km ritmo médio forte, seguido por 2 de 3km ritmo médio. Não sabia se ia aguentar ou não, mas resolvi arriscar, os tiros de 1km saíram com ritmo de 4:30 e os de 3km com ritmo de 4:50.

Treinos e Rinite

Uma reforma no meu apartamento resultou numa forte rinite e a semana começou com off no treino de terça-feira. Achei melhor descansar já que fiquei com rosto inchado, olhas lacrimejando e uma forte dor de cabeça.

Na quarta-feira nada de descanso, o treino 15 de 1min ritmo leve, seguido por 15 min ritmo médio foi completado com sucesso.

Na sexta-feira, novamente 5 km prog ate 85%, desta vez o ritmo não foi tão bom, o clima abafado não ajudou e fechei este treino com 23min57s.

No sábado a planilha dizia 12 a 15 km ritmo prova, mas o cansaço da semana junto com a rinite não me deixaram correr direito. Percebi logo no início que não daria para forçar o ritmo, então decidi fazer um treino tranquilo e acabei fechando os 15km em 1h17min.

No domingo o treino foi leve 20min de aquecimento seguido por 15 x 30'', fechando o treino com quase 5km.

A semana pré-prova começou e estou me sentindo muito cansada e com sono acumulado…A ordem agora será me alimentar e dormir bem para chegar totalmente recuperada na Golden Four.

O resultado desta prova? Só saberemos no domingo…..

domingo, 13 de outubro de 2013

A corrente do bem, treinos e PR

Não gosto de ficar sem escrever, aqui eu registro todas as minhas alegrias, tristezas, dores e conquistas. Escrever aqui é quase como um diário, deixo os meus sentimentos e de vez em quando ao reler minhas semanas de treinos consigo reviver o sentimento e o momento pelo qual estava passando. E devo dizer que estas 3 longas semanas foram cheias de acontecimentos, conquistas e recordações….

Maratona de SP, a corrente do bem

20131006_101647Vou começar pela maratona de SP, desta vez não fui lá para correr e sim para distribuir coca-cola. Tudo começou após a maratona do Rio, eu e um amigo decidimos fazer aqui em SP, algo que uma turma de corredores faz há anos no Rio, distribuir coca-cola no final da maratona. O efeito da coca-cola não é físico, é psicológico. Estar nos km finais lutando contra você mesmo para terminar a prova, correndo praticamente sozinho, já que o público dificilmente vai para a rua incentivar os atletas e de repente se deparar com um bando de loucos distribuindo copo de coca-cola e desejando boa prova, é quase como encontrar água no deserto.

Reunimos mais 3 amigos, compramos 36 litros de coca-cola, acertamos a logística e fomos para a frente do Jockey, local totalmente deserto e antes dos temíveis túneis. A Samantha, como já trabalhou em buffet, nos ajudou com idéias para servir e distribuir os copos de coca-cola e devo confessar que sem ela estaríamos perdidos. A hora que começou foi uma loucura, a Claudia, o Ogata ficaram distribuindo os copos, eu e o Paulo ficamos enchendo os copos e a Samantha alternou entre distribuir e nos ajudar a encher. Não vi a hora passar e tão pouco os atletas, apenas escutava os agradecimentos e as brincadeiras. No final conseguimos servir praticamente todos os atletas que terminaram em até 4h30. Depois disso, foi o trabalho de recolher todos os copos. Doamos mais do que coca-cola, doamos energias positivas e recebemos em dobro. Quando terminamos estávamos exaustos, mas com uma felicidade sem fim e até hoje me emociono ao recordar tudo o que vivemos. No ano que vem voltaremos e esperamos que com mais ajuda e mais coca-cola para podermos atender mais atletas.

Treinos

Acho que o vendaval me ajudou de alguma forma, estou mais forte e veloz. Cada treino tem sido uma surpresa e com tempos no mínimo surpreendentes. Para se ter uma idéia, tive 3 sextas-feira com treinos de 5km e os tempos foram 24’28 (20/09), 23’53 (27/09) e 23’38 (4/10)

Já nos treinos de sábados a evolução também foi sensível. Em 28/09, o treino era 3 de 3km a 80% e fiz todas as séries com ritmo 5'00.

Já em 05/10, o treinos era 10 de 1 km ritmo médio forte, comecei imaginando que faria estas séries com ritmo de 4’40, mas para minha surpresa consegui fazer todas as series com ritmo abaixo de 4’30. Terminei muito feliz e sem acreditar no resultado deste treino

Em 12/10, o treino era 10km a 85%/90%, como um amigo se machucou e me deu o chip e o número da prova Santos Dumont, resolvi fazer este treino durante a prova. Comecei a prova achando que iria correr com ritmo em torno de 4:50, já que este foi o ritmo nas 10milhas e a fc ficou dentro dos 85%, só que o ritmo que encaixou era de 4:40, resolvi então seguir com este ritmo até a fc atingir o limite e depois reduziria, mas a fc ficou dentro da meta e segui com ritmo variando entre 4:40/4:50. Passei os 8km sem sentir esforço e acelerei apenas no último km. No final fechei este treino prova em 47’23, novo PR para os 10km. Se estivesse com meu nome seria 9º no geral e 2º amadora, nada mal para um treino…

A Golden four está chegando e a pergunta que não quer se calar é com que ritmo eu vou… Estou navegando por mares nunca dantes navegados e realmente não sei como será esta prova, se tudo der certo, será mais uma boa surpresa para a minha coleção.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Depois das provas vem a ventania….

Sabe aquele ditado que diz que quando a vida oferece limões fazemos limonada? Então, nos treinos não é muito diferente, o simples ato de correr envolve tantas variáveis que não é possível controlar todas e tentar sempre obter o melhor tempo é praticamente impossível….  As condições ideais de treino, como o CNTP (condições normais de temperatura e pressão) nas pesquisas, só existem no mundo ideal, com isso temos dia bons, dias ruins, dias extraordinários e dias terríveis e um atleta deve aprender a reconhecer estas variáveis e fazer o seu melhor mesmo que isto não resulte num bom tempo.

Um recorde normalmente é batido quando este conjunto de variáveis tornam-se favoráveis, estar apenas bem treinado não garante recorde, apenas o deixa capacitado a buscá-lo. O mesmo vale para um treino, o treinador quando elabora a planilha, está considerando o ambiente ideal, mas cabe ao atleta, principalmente ao amador, analisar as variáveis, como cansaço e stress devido ao trabalho, coração partido, temperatura muito alta, umidade baixa, percurso com altimetria variável ou então momentos alegres da vida, férias, temperatura baixa, etc e fazer ajustes nos treinos.

Por exemplo, eu treino baseado em frequência cardíaca (fc) e dependendo destas variáveis, o ritmo numa determinada fc pode variar absurdamente e não significa que estou melhor ou pior, mostra simplesmente que estas variáveis ajudaram ou não… ficar frustrado porque num treino onde tudo jogou contra, não foi exatamente o que o treinador pediu é tão inútil quanto tentar prever onde o arco íris irá aparecer.

Bom tudo isso, foi só para justificar a minha semana que começou muito bem e terminou levada pelo vento….

Na terça-feira achei que iria estar com a musculatura cansada por causa da prova de domingo, mas isto não aconteceu e consegui fazer o treino, 8 de 2’30 a 80% com ritmo em torno de 5:00.

Na quarta-feira, o treino 2 de 4 km 80% também foi muito bem, fiz a primeira série com ritmo 5:10 e a segunda com ritmo 5:04, correndo solta e sem forçar.

Na sexta-feira chegou a vez de 5 km a 85%, comecei correndo tranquilo com ritmo em torno de 5:10, quando me dei conta que podia acelerar e correr com ritmo menor. Fui pra cima e fechei os 5km em 24min28s.

No sábado, como numa mudança repentina de tempo, tudo mudou…. O treino era pra ser passeio no parque, 20km a 80%. Não sabia exatamente que ritmo ir, mas a idéia era girar em torno de 5:10/5:15 e se tivesse bem acelerar para 5:00. Mas as variáveis não permitiram, o tempo estava quente e seco, eu dormi pouco, comi uma banana que parou minha digestão e já nos primeiros km dei um mau jeito no pescoço o que me fez correr com dor da cabeça até o ombro. Tentei ainda no começo forçar o ritmo, mas não conseguia ir mais rápido que 5:20. Para piorar enfrentei a pior ventania da minha vida, ventava tão forte que precisava fazer esforço tremendo para me manter correndo. Diante disso, tinha duas opções, abortar o treino ou aproveitar a vista…. Decidi aproveitar a vista e apenas completar a quilometragem correndo no ritmo que desse. Fui levando o treino, a ventania desgastou minha musculatura e no final praticamente me arrastei… Fechei o treino em 1:53:00 literalmente acabada, tão exausta que desabei no chão, sem coragem para levantar. Nem em treinos de 34km terminei deste jeito…

Passei o sábado largada no sofá e no domingo ainda estava tão cansada que abortei o treino e dormi até o corpo dizer chega…. Foi tão bom…

Posso afirmar que o treino de domingo entrou com certeza para o ranking dos treino/prova mais difíceis da minha vida, aquele para contar para meus netos o dia que transformei limões em limonada e aproveitei a vista.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

10 Milhas

Correr com ritmo na casa dos 4:xx era algo tão inacessível que eu sequer ousava sonhar, o meu maior sonho sempre foi chegar aos 50min nos 10km. Nunca tinha imaginado correr uma meia quem dirá uma maratona e quando olho para trás vejo que tudo aconteceu de um simples pensamento “Será que eu consigo?”

Nunca coloquei minha felicidade numa meta impossível, pelo contrário sempre encontrei a felicidade em cada passo conquistado, em cada treino cumprido e em cada segundo baixado.

Este domingo foi um dia muito especial, sabia que podia correr rápido, mas não sabia o quão rápido podia ir. O tempo seco e quente, o percurso passando pela Politécnica deixava tudo ainda mais incerto… E a grande pergunta era “será que eu conseguiria terminar? Será que não morreria na metade?” Bom, decidi tentar correr o mais rápido que pudesse, deixando a fc numa faixa mais segura pelo menos no começo, no segundo terço da prova se tivesse bem iria acelerar e no terceiro terço, aceleraria o máximo que pudesse. Só que (tem sempre um só que) a execução saiu um pouquinho diferente.

Quando foi dado a largada, saí como uma vaca doida acelerando e tentando fugir do tumulto. Logo nos primeiros metros, uma surpresa, vi que em vez de seguir pelo Jóquei, já viramos para a Ponte da Cidade Universitária. Resolvi atacar a subida e acelerar na descida, tanto na ida da ponte quanto na volta e para sofrer menos na ponte… Daí continuei forçando, não tanto quanto uma prova de 10km, mas com certeza mais forte que eu imaginava, com ritmo entre 4:50 e 4:55. Nesta parte resolvi esquecer minha estratégia e seguir neste ritmo o quanto eu podia… Marquei um casal que corria solto neste ritmo e fui acompanhando…

Viramos no sentido do Jóquei e continuamos na mesma toada, fizemos o retorno e voltamos para a USP, as vezes passava este casal, as vezes eles me passavam. Quando chegamos na raia da USP, meu ritmo caiu um pouco e o casal seguiu em frente se distanciando de mim. Neste momento eu vi uma moça loira com camisa rosa, ela estava uns 20m na minha frente e seguíamos com ritmo entre 4:50 e 5:00.

Percebi que estávamos fazendo o percurso no sentido contrário indo pela parte de cima da Raia, fazendo aquele vai e vem típico da USP, antes de ir para a Politécnica. A parte que estávamos na raia da USP era com sombra e a outra pista, que seria usada no final da prova era no sol, em outras palavras isto significava que a partir da politécnica até o fim da prova, o sol seria meu companheiro. Neste momento resolvi acelerar, fazer uma bolsa de minutos e poder ir um pouco mais devagar na subida do cavalo e na temível Politécnica.

Quando seguimos em direção a praça do cavalo, pegamos retardatários das 5 milhas e isso afetou um pouco meu psicológico fazendo meu ritmo cair ligeiramente. Feito o retorno e indo em direção a Politécnica, meu ritmo retornou como por um milagre.

Na Politécnica um espírito baixou em mim e encarei a ida com ritmo ligeiramente abaixo de 5:00. No retorno, a menina de rosa que eu seguia reduziu o ritmo e eu consegui alcança-lá, disse para ela “Estou te seguindo desde lá em baixo, vamos juntas terminar esta prova” e ela foi comigo com ritmo entre 4:50 e 4:55, as vezes mais baixo… Foi uma ajuda silenciosa, não conversávamos, mas uma não deixava a outra reduzir o ritmo… Saímos da Politécnica e chegamos na raia da USP, faltavam 2km mas para mim parecia uma eternidade, o ritmo voltou a ser de 4:55 a 5:00 e eu lutava para seguir em frente. O sol castigava e os kms não passavam.

20130915_091048Quando passamos pela placa do km 15 eu disse a ela, se quiser pode acelerar, eu vou continuar neste meu ritmo aqui. Ela acelerou e voltou a ficar 20m na minha frente….daqui a pouco comecei a ver a placa de 500m, 400m, 300m (e eu pensava é uma volta e meia na pista do Espéria e acabou)… Ouvi umas pessoas dizendo que já tinha dado 1h20 e pensei será??? Quando vi o relógio na chegada, percebi que eles estavam errados, estava na casa dos 1h19, o que significava que meu ritmo estava abaixo de 5:00 e que pela primeira vez na vida iria completar uma prova acima de 10km na casa dos 4:xx….Cruzei a linha de chegada em 1h19m17s, cansada, super aquecida, mas extremamente feliz… Alcancei um sonho que para mim era impossível…

E agora???? Bom, vamos voltar aos treino, afinal a G4 de Brasília me aguarda e se tudo der certo será mais uma prova na casa do 4:xx.

Ah, terminado a prova falei com a moça de rosa e a agradeci… Não sei o nome dela, não sei em qual colocação ela terminou, mas ela será minha coelha.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Troféu Independência

Quase 4 meses depois da minha última prova, voltei novamente a me posicionar numa linha de largada…. Sabia que a prova iria ser dura e que no km 8 teria que enfrentar uma subida de 1km, mas mesmo assim durante a semana decidi assumir o melhor estilo kamikaze, acelerar desde o início e me virar quando a subida chegasse.

Antes da prova porém, ainda durante a semana, tive alguns treinos fortes; na terça foram 20 de 1min ritmo médio, seguidos por 10min ritmo médio forte e na quarta foram 4 de 1,5 km sendo 1 km a 80% e 500 a 85%. Na sexta o treino estava em aberto e resolvi dormir ao invés de treinar, uma vez que no trabalho a semana havia sido bastante cansativa.

 20130907_090348 Quando o Sábado chegou, era pura ansiedade, tudo apontava para uma excelente prova, mas o percurso cheio de sobe e desce era uma incógnita se aguentaria ou não. Ao ver o pórtico de largada percebi que tinha entrado numa fria, o percurso não era igual a dos Bombeiros e a largada ficava mais embaixo, o que indicava subida mais longa logo de início.

Fiz um bom aquecimento e fui pra largada uma vez que não havia baia por ritmo e quanto mais atrás eu ficasse mais tráfego enfrentaria. Enquanto aguardava, vi duas meninas na minha frente e pensei, “caramba estas meninas não devem correr nada e ficam aqui na frente, provavelmente vão atrapalhar os outros corredores…”

Quando foi dada a largada, saí acelerando e tentando vencer a subida o mais rápido possível, mas o gás foi acabando e a ladeira não… Pareceu uma eternidade quando vi o primeiro km e a ladeira embora menos íngreme continuava…. Antes do 2 km viramos e começamos a descer… Achei que teríamos somente descida, só que para minha surpresa o percurso passava por uma verdadeira montanha russa, com mais descidas do que subidas, é verdade… Nisso eu vi uma das meninas da largada, ela estava a uns 20m na minha frente e por mais que acelerasse não conseguia chegar nela….Olhei para o relógio e vi que estava a 4:40 e pensei não é possível, não pode ser que ela corra neste ritmo… Passei então a perseguir a menina mas a distância não diminuía…

Quando finalmente chegamos na parte plana da prova, lá pelo km4, havia separação entre os 5 e 10km e vi com uma satisfação imensa a 20130907_090600 menina ir em direção dos 5km, eu estava certa, ela não conseguiria fazer 10km naquele ritmo.

Precisei então arranjar um novo desafio e vi um grupo de corredores que haviam largado comigo e que estavam um pouco na minha frente…Decidi então mantê-los a vista…. A parte plana, não era bem plana, era cheia de falsos planos, as vezes a favor, as vezes contra e com isso meu ritmo variava.  Cheguei uma hora achar que estava ficando louca, fazia esforço e o ritmo não caía e do nada como se parasse de forçar, o ritmo melhorava como mágica. Nesta parte também notei que não havia mulher perto de mim, algumas (bem poucas) estavam bem a minha frente e outras estavam bem atrás.

Ao chegar próximo ao km 8, a ladeira recomeçou e sabia que teria pela frente pelo menos 1km de subida…. Comecei decidida a manter o ritmo e passar por esta última ladeira, mas devo confessar que sou fraca para o sofrimento e quando a brincadeira começou a apertar, o cansaço começou a bater e a dor passou a ficar mais forte, acabei andando. Andei por alguns segundos umas 3 vezes, mas o suficiente para a dor passar…

Quando a ladeira terminou, meu ritmo voltou ao normal e eu consegui passar de volta, alguns que haviam me ultrapassado… Olhei para o relógio e vi que não daria PR, tentei acelerar o máximo que dava na descida e assim recuperar parte do tempo perdido… Cruzei a linha com 49min27s, não foi PR, mas foi a melhor marca do ano….20130907_085019

Quando saiu o resultado minha percepção estava correta… haviam poucas mulheres na minha frente, fui a 10º no geral feminino e 2º na faixa etária… Para se ter noção da distância, enquanto estava na ladeira no km 8, eu ouvi a 5ª colocada chegar….

Fiquei muito feliz com este resultado, embora ainda tenha muito que melhorar, esta prova pela dureza do percurso, fazer abaixo de 50min foi uma conquista e tanto

Domingo que vem tem mais, 10 milhas da O2 e resta saber como me sairei….

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O dia que a pilha duracel não acabou…

Com quase uma semana de atraso, vamos a semana de treino… Dessa vez segui a planilha certinha e devo dizer que eu me surpreendi com alguns treinos. Parecia que um espírito baixou em mim e corri como nunca havia corrido antes…

Na terça-feira, treino leve para soltar as pernas, 10 de 4 min. Mesmo treinando leve o ritmo foi aumentando e no final fechei o treino com um pouco mais de 6 km.

Na quarta o treino começou a ficar mais forte, 4 de 8 min progressivo. Comecei a 5:30 e a cada volta na pista ia acelerando. Para tornar mais divertido fiz cada serie mais forte que a anterior. No final fechei o treino com 8km

Na sexta-feira o treino não rendeu, passei o tempo todo fazendo força e o ritmo simplesmente não entrava, no final fechei 5 km a 85% com um pouco mais de 25min.

20130831_134115 Já no sábado tudo mudou, o treino era pesado 3 de 4 km no ritmo de 10km. Queria fazer com ritmo abaixo de 5:00 e na melhor das hipóteses
com ritmo 4:50, mas parecia que tinha acordado com o capeta no corpo e as parciais foram 19:29, 18:57 e 18:41.

E não parou aí, a tarde fui para o McDonald's para transformar km em sorrisos. No McDonald's da Henrique Schaumann montaram uma infra-estrutura com esteiras e a cada km percorrido, o valor de um BigMac era doado para a campanha McDiaFeliz. Bom depois de ter almoçado um bel20130831_134115o BigMac fui enfrentar meus 10min e consegui fazer 2,2km, nada mal né?

No domingo, tinha 10km a 80%, combinei com o Colucci e fomos no Ibirapuera para mais um #blablablarun. As pernas pareciam que pesavam  2 toneladas, mesmo assim fechei os 10km em 52:20, o que equivale a um ritmo médio de 5:14. Em outras palavras estou 14seg da minha próxima meta.

E amanhã no feriado tenho Troféu Independência, 10km na montanha russa do Ipiranga e estou curiosa para saber qual tempo farei….

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O dia que a planilha virou ficção

Quem me conhece sabe o quão certinha eu sou com relação a seguir a planilha de treino. Errar o treino ou simplesmente deixar de fazer é algo muito raro e somente ocorre com boas justificativas. Imagina agora não seguir um único treino na semana toda….. Pois é, esta semana foi assim e repara só nas justificativas…

Na terça-feira estava muito cansada, parte por causa de um resfriado, parte por causa dos treinos do final de semana e isso fez com que eu me arrastasse na primeira parte do treino (12 de 3 min ritmo médio) e desistisse de fazer a segunda parte (15 min progressivo).

Na quarta-feira ainda cansada e com resfriado achei melhor não treinar para não piorar.

Na sexta-feira o treino era  30 de 30'' ritmo médio, seguidos por 3 km a 85%. Como não tinha treinado na quarta, acelerei e o treino foi um pouco mais forte que o planejado.

No sábado a planilha dizia 10km com ritmo médio 85%/90%, isso em outras palavras quer dizer, “ritmo quase pra morte”, mas um amigo querido, o Vicent, me chamou para ir no Parque ecológico do Tietê para um tranquilo blablablarun. Bom, diante da oportunidade de correr com ele e ainda de quebra colocar o papo em dia, o treino passou de 10km pra morte para 15km em ritmo moderado… Mas olhando o gráfico do Garmin depois, até que o treino não ficou tão errado, a fc nos últimos 10km ficou dentro dos 85%.

No domingo o treino era leve demais, 30 de 30” ritmo leve e mesmo assim acabei errando o intervalo. Em parte agradeci este treino leve, pois treinar ao meio dia com a umidade baixa e depois de uma Festa Italiana regada a vinho não dava pra correr muito, né?

E foi assim que consegui não fazer um único treino certo na semana….O que eu quero ver é o que o meu treinador irá aprontar comigo depois desta semana…. 

zeromarks

terça-feira, 20 de agosto de 2013

3 anos em 4 semanas

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O fato de sermos amadores nos dão uma grande vantagem, podemos de tempos em tempos simplesmente desacelerar, dar um tempo nos treino, deixar a dieta de lado e principalmente curtir a vida. Hoje eu percebo como esta decisão foi acertada, estou novamente animada em correr, focada nos objetivos e com a energia recarregada.

Nestas 4 semanas minha vida pareceu um tsunami, enfrentei um alagamento em casa (sim!!! um cano estourou e meu apartamento ficou com 10 cm de água por todo ele), problemas com o coração e ainda stress no trabalho. Mesmo com tudo isso e com a “friaca” que se abateu em SP, mantive o foco nos treinos e a minha condição física foi melhorando muito rapidamente e posso dizer que já retornei ao patamar que estava no início do ano.

Como os números não mentem, para se ter uma idéia evolução, fiz um comparativo entre dois tipo de treinos (10 a 12km) e intervalados de 1km. A melhora de uma semana para outra é sensível… (ah e antes que falem, sim sou engenheira e amo um número rs rs rs)
  • Em 13/07 - 10km a 80% em 56min (ritmo 5:38) -
  • Em 20/07 - 12km a 80% em 1h07 (ritmo 5:36)
  • Em 21/07 - 10 de 1 km a 80% com ritmo médio de 5:20 no domingo -  ritmo que tinha em 2010
  • Em 03/08 - 10km a 85% em 53min (ritmo 5:19) - ritmo que tinha em 2011
  • Em 16/08 - 10km a 80% em 53min (ritmo 5:19), fc menor se comparada com 03/08
  • Em 17/08 - 6 de 2km a 80% com ritmo médio de 5:00
  • Em 18/08 - 15 de 1km a 80% com ritmo médio de 5:00 - ritmo do início de 2013
Além disso, voltei também a treinar sério na musculação. A força muscular ainda não voltou e nem o peso que eu perdi, mas o apetite que andou sumido nos últimos meses, esse sim resolveu dar o ar da graça e agora estou comendo beeeeeem melhor…

Só está faltando voltar para as provas. Eu não queria fazer nenhuma este ano, mas o treinador me disse para fazer pelo menos 4, então as duas primeiras serão:

- 07/09 – Troféu da Independência
- 15/09 – 10 milhas

As outras vou definir posteriormente, mas pretendo fazer pelo menos mais uma de 10km e uma meia até o final do ano.

Quanto a maratona para o ano que vem ainda estou pensando e tudo dependerá se o dólar baixará ou não, mas tenho duas fortes candidatas ou Maratona de San Francisco ou Maratona de Punta Del Este. Até o final do ano eu decido….

domingo, 21 de julho de 2013

Cardápio variado dos treinos

imagesO que eu mais gosto dos treinos é que nunca tenho monotonia, sempre tenho uma variação boa que acabam criando desafio. É quase sobreviver a um treino por vez. Mas devo confessar que essa semana a variação foi boa e deixou o pobre coitado da minha freqüência cardíaca meio maluca.

A terça começou com 4 de 10min ritmo médio, como estava recuperada do cansaço de domingo, consegui fazer quase um progressivo começando a primeira série com ritmo de 5:05 e fechando a última com ritmo de 4:55. No final fechei o treino com quase 10km

Na quarta-feira uma neblina cobriu SP e treinar de manhã foi apenas para os forte. O treino leve (20 de 1min ritmo leve) deixou tudo ainda mais difícil. Fechei o treino com quase 5km

Na sexta-feira o treino parecia bobo, 15 de 45'', sendo 15'' fraco 15'' médio 15'' forte, mas que deixou minha fc descontrolada e quem passava pela pista do Espéria sem entender nada, pois começa devagar, ia acelerando e terminava como se minha vida dependesse daquela corrida, daí sem mais nem menos parava…. Foi muito divertido, apesar de não ter corrido nem 4km

No sábado nada de moleza, foram 12km com ritmo 80%. Como a minha fc ainda está muito alta, fechei este treino com 1h07m, ritmo que fazia em 2010 :)

No domingo treino difícil, 10 de 1km a 80%, as pernas doloridas por causa do treino e do retorno a musculação junto com o tempo que resolvia mudar a cada minuto deixou tudo ainda mais complicado. A cada serie a perna ia ficando mais dura por causa do ácido lático e a coordenação motora ia diminuindo. Lembrei muito de como ficamos nos kms finais  término de uma maratona. No fim consegui fazer todas as series com ritmo variando entre 5:10/5:25.

Semana que vem tem Golden four e estarei lá apenas para social e provavelmente para puxar um amigo nos km finais.

domingo, 14 de julho de 2013

Correr no verão e treinar no inverno

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O problema de fazer prova em Abril não é apenas ter que treinar durante os meses mais quentes do ano enquanto a maioria está descansando ou no trabalho de base. Tem algo pior, bem pior que é ter que levantar nos meses frios para treinar sem ter um objetivo definido. Daí você só pode contar com boa vontade e essa frequentemente te abandona :)

Pensando nisso, acho que o ideal é fazer a prova em Junho, pois daí você passa o mês de Julho descansando e não tem que sair da cama quentinha as 5 da manhã com temperaturas abaixo de 12ºC. Se fizer prova no segundo semestre também não é ruim, pois você tem um objetivo definido e não há frio que te detenha (tá bom, exagerei…)

Nas últimas três semanas devo admitir que na guerra entre cama quentinha e treino, a cama ganhou várias vezes….. Mas existe luz no fim do túnel, esta semana minha vontade de correr finalmente voltou e já comecei a pensar em próximas corridas.

Junto com a vontade de correr o apetite também retornou e a freqüência cardíaca estabilizou (tá certo que ainda está alta, mas pelo menos está estável).

Bom agora só falta voltar para musculação. Até voltei, mas só estou fazendo superiores e abdômen. Esta semana preciso voltar a fazer serie inteira, pois a pernas já estão sentindo correr sem nenhum treino.

Finalmente posso dizer que existe vida pós Boston.

domingo, 16 de junho de 2013

A arte de voltar aos treinos…

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Ficar doente depois de uma maratona e ter que voltar aos treinos, já está virando uma rotina, mas nem por isso é fácil… Para ajudar desta vez, perdi peso e também apetite, o que me deixou ainda mais fraca. Minha esperança é que com o volume de treino aumentando, meu apetite retorne também. Enquanto isso, estou na fase do “empurrômetro”, ou seja, comendo por obrigação e várias vezes no dia, já que não consigo comer grandes quantidades. Para se ter uma idéia, nem fruta que é algo que eu adoro, estou com vontade de comer. Tenho saudades de sentir fome e de querer comer algo.

Com relação aos treinos, hoje fechei 15 dias treinando direto e tudo vai bem. A cada treino corro mais solta e mais fácil. A única preocupação ainda é com a fc que continua alta, mas isso é questão de tempo para retornar a normalidade.

Esta semana também voltei para musculação quase dois meses depois. Para não ficar muito quebrada resolvi começar com um exercício e ir incluindo um ou dois exercícios por vez. Por enquanto estou treinando apenas core e membros superiores, deixando para incluir as pernocas por último. Neste início, é apenas retorno ao condicionamento, sem nenhum exagero.

E por último voltei a fazer alongamento… E nossa como dói!!!! Acho que vou precisar de muita persistência para que minha musculatura volte ao ponto onde o alongamento seja algo prazeroso e não sessão de tortura.  

Quantos as provas, ainda não tenho nada em vista e para falar a verdade não estou com vontade de fazer prova alguma. Estou na fase de treinar apenas, sem pressão ou qualquer preocupação.

E assim aos poucos a vida vai voltando ao normal ou pelo menos a rotina….rs rs rs

domingo, 2 de junho de 2013

E o mês de Maio acabou…

O mês de Maio se foi, mas deixará saudades… Estes 30 dias foram marcados por vários acontecimentos, encontros e comemorações, principalmente dos meus 40 anos…. Se a vida começa aos 40 anos posso dizer que iniciei minha nova vida em grande estilo.

Iniciei o mês retornando aos treinos, mas sem treino forte, somente diversão até Junho onde decidiria próximos objetivos…. Estou fisicamente e psicologicamente cansada das maratonas e a idéia inicial é ficar pelo menos 15 meses sem maratonas… Estava precisando de um tempo para correr assim, correr sem objetivo, sem pressão apenas curtindo cada treino… Só que no meio do caminho tinha 2 provas, GRAAC e Tribuna.

20130512_091844 A prova da GRAAC é uma daquelas provas imperdíveis…. Tá bom que o circuito é o velho e batido circuito de 10km do Ibirapuera com a subida da Rubem Berta e teoricamente não teria nada de especial, mas a causa por qual corremos esta prova faz mudar o clima da prova e o que era nada espacial torna-se comovente. Não é uma prova para tempo e performance é uma prova para comemoração e festa. Famílias inteiras andam juntas celebrando inclusive o dia das mães.

E foi neste clima que meu pai estreou no munda da corrida. Ele e minha mãe fizeram a caminhada e ao finalizar ainda foram filmar a minha chegada nos 10km. É sempre muito bom ter a família participando da sua vida, eles se tornaram meus maiores fãs e sentem orgulho pelas minhas conquistas…

Bom quanto aos meus 10km, o plano era correr leve e sem pressão, mas como larguei na elite C saí muito forte, embora não estivesse 20130512_092838 forçando. Passado os 2 primeiros kms continuei me sentindo bem, então resolvi seguir forte até a subida da Rubem Berta, a partir de lá tiraria o pé e seguiria tranquilo até o final… Só que (sempre tem um “só que”) quando cheguei na Rubem Berta encontrei o Fabiano Paixão e resolvi seguir um trecho com ele… Daí conversa vai conversa vem, fizemos o retorno e começamos a descer acelerando…. Nesta hora, minha idéia de retorno tranquilo acabou e fizemos os últimos km acelerando, onde acabei fechando os 10km em 50min 30seg.

Diante deste resultado, pensei comigo… Se com a subida da Rubem Berta fiz 50min imagina como será na Tribuna…. Bom nesta hora, os treinos tranqüilos leve e sem objetivo ficaram em segundo plano e comecei a encarar a Tribuna com mais seriedade…. Será que conseguiria bater meu tempo do ano passado???

Bom na semana seguinte lá fomos para Santos…. Devo confessar que na largada não estava com muita vontade de correr, mas achava que ao dar a largada e começar a correr tudo passaria e iria o ritmo iria entrar…. Só que (novamente o só que) isso não aconteceu… Uma dor de 20130519_093002 cabeça começou no primeiro km e correr abaixo de 5:00 era muito desconfortável… No km 2 me perguntava o que estava fazendo lá e queira muito parar e ir pra casa. Comecei a achar que a dor de cabeça era em virtude da umidade e que se passasse a correr mais devagar tudo ira melhorar…Neste momento começou uma briga interna, ir mais devagar era inaceitável numa prova de 10km mas ir mais rápido era desconfortável e dolorido.

No km 5 o Alexandre Abreu me alcançou e disse que iria terminar a prova com ritmo a 4:50. Tentei acompanhá-lo, mas uns 50m depois disse que não dava e deixei ele seguir sozinho…. Assim fui lutando manter o ritmo até o final e por 6 segundos não fui sub50.

Ao voltar para São Paulo me sentia muito cansada e no dia seguinte a situação piorou, comecei a ter dor de cabeça, enjôo, dor no corpo calafrio… Passei quase 10 dias dormindo muito, não treinando nada e comendo muito menos. Fui ao médico achando que era gripe, mas os exames não apontaram nada…. A médica deve ter achado que eu estava fingindo ou então que tudo era psicológico.

Passados 10 dias os sintomas sumiram e resolvi voltar a treinar. Fiz um teste, uma corrida leve de 30min, mas logo no começo do treino a dor de cabeça voltou, me arrastei durante todo o tempo e ao termino todos os sintomas reapareceram, ganhando assim mais alguns dias de molho.

E finalmente hoje, 15 dias após a Tribuna, resolvi fazer mais um teste, novamente corri 30min leve no Ibirapuera sob uma garoa modorrenta, mas desta vez tudo correu muito bem e terminei o treino sem sentir nenhum sintoma…. Que venha o mês de Junho e junto com ele que meus treinos retornem, agora para ficar….

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Maratona de Boston

Por mais que você leia e escute relatos sobre a maratona de Boston você nunca estará preparado para o que irá encontrar. O que eu vivenciei no antes, durante e depois da prova, me fez amadurecer e admirar ainda mais esta prova. A relação que a cidade tem com a maratona não é algo que possa ser explicada por palavras e talvez este sentimento tenha sido o motivo pelo qual esta prova foi escolhida como alvo destes terroristas.

Durante a preparação para a maratona enfrentei todas as adversidades possíveis incluindo uma intoxicação alimentar uma semana antes de viajar. Como era minha primeira prova nos EUA e estava indo sem qualquer apoio de uma agência de turismo, viajei bastante apreensiva com o que iria encontrar. O tempo em Boston também era uma questão preocupante afinal a temperatura oscilava muito e ainda havia possibilidade de chuva.

Viajei na sexta-feira a noite fizemos escala em NY e chegamos em Boston no Sábado pela Manhã. Ao sair do aeroporto o primeiro choque com a temperatura, no dia anterior havia chovido e a temperatura tinha caído para próximo dos 6ºC.

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Ao chegar no hotel o check in só podia ser feito as 15:00, então deixamos as malas, fomos comer alguma coisa e aproveitei para fazer o último treino no parque ao lado do hotel.

Nunca havia corrido com tanta roupa e ao mesmo tempo passado tanto frio, isso me fez repensar estratégia para a prova. Não sabia com que roupa correr, pois tinha medo de passar calor no meio da prova.

 

Depois do treino fomos andando até a feira e pude ver toda a preparação para o dia da prova. A “Finish line” estava pintada, o pórtico de chegada estava sendo montado, DSC00704havia uma estrutura enorme de tendas para armazenar tudo que seria distribuído no dia da prova, além da movimentação de inúmeros caminhões de transporte.DSC00701

Ao lado da “finish line” havia uma igreja e no domingo ocorreria uma benção especial para os atletas.  Em todos os postes havia cartazes falando da maratona. A cidade vestia as cores amarelo e azul.

 

 

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A feira ficava num centro de convenção alguns metros depois da finish line e o local era quase do tamanho da bienal. Como chegamos tarde, estava simplesmente lotado, havia gente por todos os lados e praticamente todos os fabricantes estavam expondo DSC00706ali. O stand da Adidas era enorme com vários produtos oficiais da maratona. Paraíso perfeito para o consumo….rs rs rs

Aproveitamos e fizemos um belo lanche só com as amostras de comidas distribuídas por lá: barras, iogurtes, pão, etc. Espero sinceramente que o iogurte distribuído lá chegue ao Brasil, era parecido com Danoninho e no fundo havia uma geléia de frutas…

No dia seguinte fizemos mais uma visita a feira, passamos por algumas lojas na rua para mais algumas  comprinhas e mais tarde fomos para o jantar de massa.

2013-04-14-401A organização montada para um jantar envolvendo 27.000 corredores e suas famílias foi espetacular. Havia uma fila do lado de fora, mas em 15 minutos estávamos entrando. Logo na entrada já distribuíam uma espécie de prato, talheres e em seguida já serviam o jantar, dali era só escolher aDSC00715 mesa. Água, suco e cerveja eram distribuídos em vários pontos e se quisesse repetir o jantar havia locais lá dentro para isso. E ainda haviam telões onde passava cenas da maratona do ano passado.

Quando chegou a hora de encerramento, as luzes foram acesas, música e filme desligado, sinal que era hora de ir para o hotel descansar para o grande dia.

No dia seguinte mais uma logística, todos os corredores deveriam pegar o ônibus que levaria para a largada. De acordo com a onda de largada, foi estabelecido um horário específico de embarque, mas percebi que isso não foi muito respeitado e tive que esperar cerca de 40min para conseguir embarcar. Considerando o transporte de 27.000 atletas até que não foi muito tempo. Como o agasalho que levei não foi suficiente, passei muito frio nesta espera e pude ver como os americanos enfrentam este frio, com agasalhos e principalmente copo de café. Mais uma lição aprendida.

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Quando entrei no ônibus, foram cerca de 40min de viagem e pude conversar com outros atletas e também descongelar um pouco. A largada é numa cidade bastante tranquila com casas de madeiras, quintais e sem cerca.

A infra-estrutura montada na largada foi impressionante, haviam tendas para abrigar os atletas e mesas com café, frutas e produtos da PowerBar. Os atletas mais experientes levaram forros e se espalharam pelo chão como num picnic. A maioria ficou no sol aproveitando para esquentar um pouco. Agora, o que mais me impressionou foram os banheiros químicos, não havia aquele cheiro horrível que temos por aqui e achei extremamente limpo, mesmo depois de ser bastante utilizado e além disso, havia álcool em gel para esterilizar a mão após o uso. Para usar o banheiro as pessoas deixavam a bolsa do lado de fora e não havia perigo de ninguém mexer.2013-04-15-407

Chegada a hora fui para a largada que ficava cerca de 800m, como o sol havia saído e já estava um pouco mais quente descartei o agasalho que levei e fiquei apenas com o manguito luva e protetor para o pescoço. Na hora da largada a emoção e as primeiras lágrimas “eu estava lá começando a minha primeira maratona de Boston”.

Durante os primeiros 5km você não consegue fazer sua prova, simplesmente você acompanha o ritmo geral, dado a quantidade de atletas largando com você. Como a largada é por ritmo, não existe problemas nisso, pois o ritmo geral é o seu ritmo. Depois do 5º km você consegue um pouco mais de espaço e somente a partir do 10ºkm é que temos espaço para imprimir o ritmo mais rápido ou mais lento. Logo no primeiro km os suplementos que estavam na minha bermuda se soltaram e perdi metade deles, ficando basicamente com o gel. Não quis pensar a respeito, mantive a calma e segui em frente no famoso seja o que Deus quiser.

Existe público durante todo o percurso e em cada cidade existe uma particularidade você nota diferentes tipos de públicos, mas no geral estão na porta de casa torcendo e acompanhando, distribuindo água, icepop, fruta, lenço umedecido, lenço de papel, apesar da organização disponibilizar água e Gatorade a cada uma milha. Existem crianças, jovens e adultos esperando o famoso “high five”. Na famosa escola feminina as meninas ficam com cartazes pedindo beijos e fazem a alegria dos rapazes.

Durante o percurso vi vários homens e mulheres do exército americano, alguns estavam fazendo a segurança do percurso e outros caminhando com mochilas que pesavam mais de 20kg. Depois eu soube que estes homens e mulheres que caminhavam estavam fazendo isto para arrecadar dinheiro para uma fundação. De qualquer forma, serviram de inspiração para mim, pois ao olhá-los não podia me deixar abater, afinal não estava carregando peso algum.

Todo mundo comenta das subidas, mas ninguém fala das descidas e foram elas que acabaram com a minha perna. A prova pode ser dividida em três partes, os primeiros 21km são basicamente de descidas e como o tempo estava agradável acelerei, joguei fora os manguitos e as luvas e fechei a metade da prova em 1h51m.

Daí veio a segunda parte, a partir do km 25 começa o sobe e desce, uma verdadeira montanha russa que segue até o km37. Nesta parte, o tempo virou começou a ventar frio ao mesmo tempo que comecei a sentir as descidas. Não achei nenhuma subida muito forte e sinceramente não sei qual delas foi a famosa “heart break hill”, mas queria chorar a cada descida, minha perna estava dura por causa do frio e dolorida por causa das descidas. Com isso, meu ritmo caiu muito, mas correr devagar significava esfriar e acelerar era difícil. Nesta parte a alegria da prova desapareceu e veio a determinação, iria terminar custe o que custar e a regra que impus era seguir em frente no ritmo que desse. Andei algumas vezes mas era pior por causa do frio.

Então cheguei na última parte, onde basicamente corremos no plano e com algumas descidas, só que a medida que nos aproximava da chegada o vento frio, contra e cortante aumentava. Estava congelada e não podia parar de correr. Nos últimos km com a redução das descidas meio que acordei e consegui voltar a correr num ritmo melhor. Quando fizemos a curva e chegamos na reta final e pude ver o pórtico, fui tentando localizar minha mãe na multidão e cruzei a linha de chegada com 3h56min.

Terminei quase em estado de choque e somente depois de receber o protetor térmico e a medalha é que percebi que havia concluído a maratona. Nesta hora é que as lágrimas vieram e chorei como criança.

DSC00724 Passado este momento, bateu um pânico em mim e simplesmente queria sair de lá. Era muita gente junta, muita gente andando para pegar água, Gatorade, lanche e a bolsa no guarda-volume. Comecei a andar rápido passar as pessoas quase em desespero. Fui em direção a área reservada para encontro dos familiares e quando vi minha mãe abracei e pedi para ela irmos embora para o hotel. Neste momento ouvi a explosão. A princípio achei que fosse um rojão, não parecia nada demais.

No caminho para o hotel vi carros de bombeiros e ambulâncias, achei que as ambulâncias eram para socorrer atletas e que os carros de bombeiros iam atender a alguma chamada. Até comentei com a minha mãe que teriam problemas para chegar ao local, uma vez que as ruas estava todas fechadas. Somente soube do que aconteceu quando chegamos no hotel e minha mãe ligou a TV.

O que era alegria tornou-se apreensão e tristeza, no outro dia ao andar com a medalha ou a jaqueta da Maratona era DSC00726cumprimentada por todos  e passei a ser vista como “Sobrevivente” e “herói”. Eu havia terminado a prova, muitos outros corredores não, a bomba explodiu quando os corredores da terceira onda começavam a chegar, mais de 4.000 atletas foram impedidos de terminar a prova.

E neste cenário de caos, mais uma vez a organização da maratona deu exemplo de competência, transmitindo informações para os corredores, montando uma estrutura emergencial para que os atletas pudessem buscar suas bolsas. E ainda pintaram uma mini linha de chegada para que os atletas que não puderam completar a prova pudessem passar pela linha e ganhar sua medalha, cuidados que só quem ama o esporte poderia fazer.

Tudo isso só me deixa uma certeza, vou buscar o índice ano que vem para poder voltar em Boston em 2015 e fazer tudo novamente. Boston merece.

domingo, 7 de abril de 2013

Enfim chegou…..

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Sabe quando você dorme no ônibus ou metrô e acorda de repente e vê que sua estação ou parada já chegou???? É exatamente assim que eu me sinto com relação a maratona de Boston, ela simplesmente chegou, faltam apenas 8 dias…..

Todo treinamento duro ficou para trás e agora tenho apenas que arrumar a mala (a principal parte suplementos e roupa para a corrida já estão devidamente separados) e pegar o avião no dia 12.

No manual de boas vindas que recebi com as informações sobre a prova, a primeira página traduziu o que esta prova significa para todos os atletas

“This is personal

The Boston Marathon. It’s more than a race to you. It’s culmination of a longer journey – a personal one. It’s your chance to make a statement to the world about who you are and what’s important to you.

This is about yours goals, convictions and hopes. This is your day. This is your marathon.” John Hancock

É isso, é minha maratona e vou corrê-la com coração, aproveitando cada quilômetro e não quero nem pensar na emoção que será percorrer a última milha. Isso deixarei pra saber lá.

A previsão do tempo para o dia da prova está um capítulo a parte, já teve de tudo, sol, chuva, frio, calor (14ºC) e vento. Assim estou com plano A, B e C e chegando lá eu decido como vou. Pelo menos tudo indica que teremos sol, a temperatura que ainda tá variando muito e espero que fique acima dos 8º.

Na sexta-feira levei um susto, uma intoxicação alimentar me levou para o pronto socorro e mesmo tomando três bolsas de soro ainda hoje sinto os efeitos da desidratação. O lado bom é que o tinha que treinar já foi, então agora é descansar, recuperar para chegar inteira em Boston.

domingo, 24 de março de 2013

Treinando para Maratona

Tired Runner “No começo é tudo ohhhhhh, sorrisos e elogios, depois tudo vira ahhhhhh gritos e lágrimas” esta é uma frase do filme Parque dos Dinossauros (acho que o dois), mas encaixa perfeitamente no antes e durante um treinamento para uma maratona. E o mais engraçado (ou trágico) é que quando termina a maratona ou alguns meses depois nós esquecemos da dureza dos treinos e decidimos fazer outra maratona recomeçando o ciclo novamente.

Um treino para maratona a dificuldade não está apenas no treinamento em si, mas na ginástica que é necessário fazer para equilibrar sua vida. O tempo gasto nos treinos aumenta, o cansaço e a necessidade de dormir também e com isso o tempo livre simplesmente some e daí começa as cobranças da família e amigos e as vezes até no trabalho. É muito difícil para quem está a sua volta entender que você não está a fim de sair, que entre um cinema e sua cama, a sua cama vai ganhar. Algumas vezes é necessário partir para o sacrifício e ir naquele jantar ou almoço ou festa mesmo depois de ter corrido 30km e ainda ter que estar com sorriso e esbanjando simpatia, além de ter que justificar porque você não está bebendo, tudo bem que com a Lei Seca esta justificativa está mais fácil.

Outro dia eu li na Contra relógio que o número de maratonistas mulheres no Brasil é muito menor do que nos EUA, mas o que eu queria ver era um estudo da quantidade de crises do relacionamento que um treinamento para maratona acarreta ou a quantidade de maratonistas solteiros x casados. E não adianta dizer que quem corre também entende, na hora que o cansaço bate e a atenção diminui, começa a cobrança do outro lado.

Estou a apenas três semanas da maratona e juro que sexta-feira pensei em desistir de tudo, pensei em nunca mais correr na vida. No final, a razão sobrepôs a emoção e claro que o treinamento continuará e no dia 15 de abril lá estarei lá, no pórtico de largada da Maratona de Boston.

Para entender um pouco meu desespero, nas últimas 4 semanas, meu treino foi mais ou menos o seguinte, durante a semana treino intervalados com ritmo variando entre médio e forte, no sábado longão e no domingo longuinho no melhor estilo montanha russa.

02 e 03 de Março
Sábado - 20 km progressivo  
Domingo - 8 de 2 min ritmo médio forte, seguido por 8 km no sobe e desce do Horto

9 e 10 de Março
Sábado - 4 de 1 min ritmo forte, seguido por 24 a 27 km (dia da quebradeira geral por causa do calor)
Domingo – 16km no sobe e desce da Estrada Velha  

16 e 17 de Março  
Sábado – 2km aquecimento + 28 km
Domingo - Meia maratona de SP

22, 23 e 24 de Março
Sexta - 15 x 1min ritmo forte, seguido por 3 km a 80%
Sábado – 10 min aquecimento seguido por 30 km
Domingo - 4 de 2,5 km sendo 2 km médio 500m fraco

Isso sem falar que por causa do calor e de outras obrigações, estou sendo obrigada a acordar até no final de semana as 5:00 (as vezes antes) para começar a treinar as 6:00. O último dia que acordei tarde foi segunda-feira de carnaval e isso já faz mais de 30 dias. Mas com os dias ficando mais frios, hoje finalmente consegui acordar mais tarde (por volta das 8:30) e pude ir treinar no Espéria, reencontrando vários amigos. Foi tão gostoso que mesmo com treino duro por causa das pernas cansadas, meu humor voltou ao normal :-)

Quanto ao ritmo que vou para a Maratona eu realmente não tenho a menor idéia, a previsão é de muito frio (em torno de 8ºC) e o percurso é bastante técnico, então meu único objetivo é terminar bem levando o tempo que levar. Será uma caixinha de surpresa e isso torna a Maratona de Boston ainda mais especial.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Feels like home

Passado o carnaval e o mimimi geral, finalmente uma boa notícia, meus longões voltaram….. Desde a preparação para a Maratona de Rosário, lá por volta de junho do ano passado, que eu não fazia um treino ou corrida acima dos 21km e posso dizer que estava com saudades…. Mesmo ficando meses sem um treino longo não senti dificuldades no meu primeiro longão e ele foi mágico. Deixei o corpo entrar no ritmo sozinho, corri solto curtindo cada km e terminei meus 24km super bem….

Só que como na vida, os treinos não são baseados apenas em momentos agradáveis e felizes e os treinos fortes e de intensidade não acabaram ou melhor dizendo acabaram comigo….

Para se ter uma idéia após meu treino de 24km, tive no domingo 10 de 1 km ritmo medio forte (ritmo 4:45), na terça-feira 8 de 1 km ritmo medio (ritmo 5:05) e na quarta com o gás começando a acabar, as pernas começando a doer, 10 de 4min a 80% onde o ritmo médio não foi melhor que 5:20.

Na sexta-feira nada de descanso o treino era nada mais nada menos que 15 de 1min forte, no começo até consegui manter ritmo de 3:50, mas na metade acabei cansando e o ritmo caiu para 4:10.

No sábado mais um treino pesado 10 km ritmo medio, 5 km ritmo medio forte e 3 km forte, só que eu não tinha mais perna e o treino se tornou um suplício, o ritmo medio ficou em torno de 5:50, o medio forte 5:30 e o forte 5:05.

Daí chegou o domingo e a planilha dizia 5 de 5km ritmo medio. Só que por ter descansado sábado o dia inteiro, minha perna estava melhor e consegui fazer nas primeiras 4 séries, 5:40, 5:20, 5:15, 5:22. Na ultima serie o cansaço bateu novamente e na base do sacrifício fechei o treino a 5:40.

Amanhã tenho mais um treino forte e devo confessar que estou com medo de ver minha planilha e o que me espera para esta semana…. Meu consolo é que faltam 7 semanas e contando!!!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mimimis da corrida

mimimi

Declara-se aberto a temporada dos mimimis pré-maratona…. Já reparam na quantidade de mimimi que corredor costuma fazer quando está treinando forte? É um tal de treino de velocidade que causou hipoglicemia, treino de musculação que deixou as pernas cansadas e atrapalhou o treino, um treino depois do outro que faz o cansaço bater, muito calor, muita chuva ou muito frio e por aí vai…Como não sou diferente, esta semana colecionei uma lista boa e ainda fui ajudada por São Pedro que resolveu desligar o ar condicionado do céu e ligar o forno com pote de água dentro. Então vamos a lista por ordem de acontecimentos….

Na semana antes do carnaval, meu treinador montou uma serie pre-folia mata Yeda. Tudo começou na terça-feira com 10 de 3min ritmo medio e na quarta-feira com 12 de 2 min ritmo medio. Como estou correndo mais solta, as series saíram com ritmo em torno de 4:50. Não parece mas estas series costumam deixar as pernas mais cansadas.

Na sexta-feira véspera de carnaval um intervalado maior 4 de 2 km a 80% que combinado com a temperatura mais baixa permitiram um ritmo em torno de 5:15.

No sábado o treino previa 12km progressivo com o objetivo de ganhar velocidade. A princípio não sabia se ia ter ou não pernas, então fiz dois planejamentos, ambos aumentando a velocidade a cada 2km, um começando a 5:40, passando para 5:30, 5:20, 5:10, 5:00 e o máximo que desse e o outro ficando 4km a 5:20 e chegando no máximo a 5:00. Só que quando comecei estava me sentindo bem e o ritmo foi ficando abaixo do primeiro planejamento, terminando os dois últimos km a incríveis 4:40.

Daí chegou o domingo de carnaval e o treino previa 8 de 2,5 km a 80% e a grande questão era, terei ou não pernas para completar este treino. Para manter a tradição fui para o Ibira para mais um Treinaval, mas comecei super cedo perto das 7:00 a fim de evitar o excesso de pessoas, cachorros e afins.

Como a serie era 2,5km resolvi fazer a volta menor (a de 2,7km) e andar a diferença das distâncias nos intervalos. Só que quando comecei um outro corredor estava correndo e quase no mesmo ritmo que o meu e fomos juntos até onde separa a volta dos 3km dos 2,7km. Como o intervalo era de 2’30, este também era o tempo que o corredor levava para completar a volta maior (3km) e assim quando ele estava chegando eu saía para mais uma serie. Esta situação engraçada durou por mais 3 series, na 4 ou o corredor ficou de saco cheio e acelerou ou estava no plano dele acelerar mesmo. Só espero que ele não diga por aí que tinha uma menina pagando de correr 3km quando na verdade corria 2,7km e descansava….rs rs rs

images-mimimi Na quarta serie o Colucci veio me salvar e mesmo com as costas travadas fez as 4 últimas series comigo. Foi uma santa ajuda, pois o cansaço e a dor nas pernas tornavam  as series mais difíceis. A última volta foi uma sinfonia de dor, o Colucci reclamava das costas e eu das pernas, mas no final o que interessou mesmo é que o treino foi concluído com sucesso com ritmo em torno de 5:10/5:20.

Segunda-feira de carnaval foi de descanso, mas só para mim, São Pedro resolveu mudar o clima e terça-feira amanheceu quente e úmido. O treino era fácil 8 de 5 min ritmo medio, mas logo no começo senti que não ia terminar bem, suando muito, com fc extremamente alta, pernas pesadas e dor de cabeça fui tentando completar as series com ritmo próximo a 5:10. Na quarta serie avisei o namorado que não estava bem e que provavelmente ia abortar o treino, fiz mais duas series na companhia dele e decidi parar de vez. Depois de um tempo a temperatura corporal não baixou e de repente o mundo escureceu, se o namorado não me segurasse e ajudasse tinha desmaiado no meio da pista. Realmente não dava pra continuar….

Com a lição aprendida, na quarta-feira fui correr mais cedo, mas mesmo assim a umidade atrapalhou muito, o treino era 3 de 45min a 80% e o ritmo ficou em torno de 5:30 não dando para correr mais forte.

E assim encerrei mais um treinaval cheio de mimimi como todo corredor…. E levante a mão quem nunca fez mimimi treinando forte…

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Navegando por mares nunca dantes navegados

broken-watch

Mesmo deixando o garmin no pote de arroz, não teve jeito, ele foi parar mesmo na assistência técnica. Além dele, só naquela assistência tem mais 10 relógios iguais ao meu e com o mesmo defeito, ou seja, este relógio possui um defeito congênito de vedação e como meu pai fala o “a prova d’água” dele é 50m bem longe da água.

Com o Garmin arrumando quase entrei em pânico…como treinar sem qualquer referência, ainda mais faltando 75 dias da maratona…. Sem marcador de pace e km até estou acostumada e tiraria de letra, mas sem fc, isso era totalmente novo para mim…. Mas quem tem amigos tem tudo na vida e um amigo me ofereceu o Garmin do irmão dele que comprou e não se acostumou e acabou me vendendo por um bom preço e salvando meus treinos….

Como só consegui ir buscar o Garmin na quinta-feira, os treinos de terça e quarta foram feitos apenas com cronômetro e devo confessar que me senti bastante estranha. Foi uma mistura de leveza e uma sensação de que faltava algo, era como se tivesse saído pra correr sem roupa.. (ok foi só sensação, estava bem vestida… rs rs rs)

Na terça-feira o treino era 15 de 1 min ritmo médio, seguido por 10min a 85%. Fazendo na pista foi fácil pois ritmo médio você corre baseado na sensação e daí não é necessário nenhum relógio, mas nos 10min seguintes foi meio complicado, pois sem frequencímetro só me restava confiar na sensação, para não deixar a fc ultrapassar o limite. No final fiz quase 2km nos 10min e fechei o treino com um pouco mais de 6km.

Na quarta-feira, o treino foi variação do mesmo tema, 15 min de aquecimento seguido por 15 de 1 min ritmo médio forte. O complicado neste caso não foi fazer e sim marcar o quanto tinha corrido. Criei um sistema meio louco, mas não vou explicar aqui por que senão serei internada. O importante é que o ritmo girou em torno de 4:10/4:30 e terminei bem e sem me sentir exausta.

Na sexta-feira, estreei meu garmin novo e o treino foi apenas rodagem, 8km ritmo médio que finalizei em 43min.

No sábado, nada de moleza, o treino era 20 km progressivo a cada 4 km. Resolvi começar com ritmo de 5:40, depois ir subindo para 5:30, 5:20, 5:10 e nos últimos km acelerar o quanto conseguisse. Na teoria tudo é lindo, mas na execução as coisas tendem a mudar um pouco.

Pra começar, o início foi meio travado, mesmo correndo a 5:40 e depois a 5:30, parecia que nunca iria conseguir acelerar. Ao mesmo tempo via o sol nascer e as sombras irem diminuindo km a km, aquilo ia dando uma agonia, pois sabia que a hora que o sol atingisse onde estava correndo o ritmo ia desabar por causa do calor. Ali rezava para o tempo parar e esperar eu terminar meu treino…rs rs rs

Mesmo assim na terceira volta de 4km, parecia que meu corpo acordou e passei a correr bem e solta, tendo até que segurar um pouco o ritmo. Mas na quarta volta o sol apareceu com força e as sombras foram reduzidas e correr a 5:10 não foi tão agradável. Tentava não pensar na última volta e me concentrar apenas em completar aquela volta no ritmo pre-estabelecido.

Quando iniciei a última volta, enfrentei a subida e fui pra cima com todas as minhas forças, a fc estava alta e a vontade de parar era irresistível, mas desta vez, não parei e não aceitei diminuir o ritmo, segui em frente forçando o ritmo o tempo todo e no final acho que consegui manter um ritmo médio de 5:00. Terminei os 20km exausta e tossindo sem parar em 1h46min.

No domingo um treininho leve para compensar, 12 de 3min a 75%, como o tempo estava fechado consegui correr com ritmo em torno de 6:30 e fechar o treino com um pouco mais de 7km.

Uma coisa que me chamou a atenção esta semana é como estou enfrentando as subidas, nos anos anteriores deixava o ritmo cair ou então morria literalmente. Neste ano estou esforçando para manter o ritmo inclusive na subida e estou conseguindo. Cada treino que faço sinto menos a presença da subida e isso é uma vitória.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Porque fui inventar….

Sabe aquelas idéias que a princípio parece uma boa, mas depois você se dá conta que entrou na maior fria? Essa semana foi assim….

Conversando com o namorado, vimos que teria uma prova de 10km no Ibirapuera no dia 25/01. Como era sexta-feira e normalmente tenho treino, pensei que poderia trocar um dos meus treinos por esta prova. Falei com meu treinador e ele incluiu a prova na planilha da semana, mas o resultado foi uma seqüência animal de treino…. Sintam o meu drama

A semana começou na terça-feira com 10 de 4 min a 80%, como a fc baixou, as series saíram com ritmo de 4:55/5:00, fechando o treino com quase 9,5km.

Na quarta-feira o treino era 3 de 12min seguidos por 4 de 30'' FORTE. O ritmo da primeira parte do treino foi progressivo, comecei com 5:24 na primeira serie e terminei com 5:05 na última, mas o que me destruiu mesmo foi a segunda parte do treino, os 30” forte. Consegui fazer a 3:30 só que deixou minha perna dolorida por uns dois dias. No final fechei o treino com quase 9km

Na sexta-feira com as pernas ainda doloridas do treino de quarta fui fazer o Troféu da Cidade de São Paulo, uma prova de 10km bem organizada no Ibirapuera, só que em vez de largar sentido República do Líbano e depois seguir para a temida Rubem Berta, esta prova já iniciava no sentido Rubem Berta. Para quem não conhece Rubem Berta tem várias subidas e descidas que fazem qualquer ritmo quebrar.

A planilha dizia 10km a 85% e iniciei a prova com este objetivo, mas na empolgação dos primeiros metros acelerei e fui assim em toda Rubem Berta. O resultado foi que a fc subiu e não mais retornou…. Quando passamos no km 6 já estava cansada, mas ainda havia a República do Líbano, com subida e descida menos intensa que a Rubem Berta mas que também exigia esforço. Quando estava chegando resolvi acelerar e tentar fazer os 10km em 50min, mas não deu, fechei com 51m20s, fc nos 90% e muito cansada. Resumindo não fiz nem uma prova de ritmo e nem uma prova forte, acabou saindo um mezzo a mezzo.

No sábado fui para o Esperia e no meio do chuva o treino era 6 de 2 km sendo 1,5 km a 80% e 500m a  85%. Fazia a primeira parte a 5:20 e acelerava para 4:50 nos 500m finais. Só que a chuva apertou na quarta-serie, fazendo o corpo esfriar e tornando os duas últimas series bem difíceis.

A consequência maior do treino não foi o cansaço e sim meu Garmin que entrou água e fez o touch parar de funcionar. Coloquei ele no pote de arroz para tirar a umidade, mas hoje de manhã ainda estava com água no visor e sem o touch funcionando. Para minha sorte fui utilizar a infra da OralB para o meu treino de 15km e assim tinha pelo menos marcação da quilometragem.

Quando liguei o relógio ele ficou na tela de GPS e sem o touch funcionando não tinha como sair da tela…Assim corri sem qualquer referência, a única que tinha era o tempo entre km, pois marcava manualmente e ele mostrava o tempo da volta. Foi um treino interessante, pois foi todo baseado na percepção de esforço e consegui fazer um quase progressivo, comecei com ritmo de 5:30 e aos poucos ele foi baixando chegando no final a quase 5:00. Olhando o resultado depois em casa a fc ficou incrivelmente baixa em torno de 166.

Antes de começar estava com medo de sentir cansaço, mas por incrível que pareça estava praticamente zerada, tanto que no final um outro corredor que estava dobrando o percurso também me puxou e corremos os ultimos km para 5:00, fechando os 15km em 1h20m.

De volta pra casa o Garmim foi pro arroz novamente e só sai de lá quando estiver seco…. O que me chamou atenção foi a fragilidade do Garmin…Já tomei chuva maiores que esta e isto nunca havia acontecido. Falando com outras pessoas vi que todos os modelos touch sofrem desta fragilidade conforme vai ficando mais velho…. Isto é algo a se levar em consideração nas próximas compras…. O problema vai ser como irei treinar até a maratona caso o Garmin não volte a funcionar….Vamos esperar e torcer….