sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um Novo Caminho


Em um campo distante no interior de uma floresta, vários animais viviam juntos, haviam pássaros, lebres, gatos do mato, raposas, entre outros. Todo ano durante a primavera, a chegada dos filhotes era sempre comemorada, mas num ano uma grande tragédia se abateu sobre todos, um filhote de coelho nasceu antes do tempo e sua mãe faleceu em seguida. Este pequeno coelho foi então criado pelos outros animais, mas por ter nascido fora do tempo, não cresceu muito e seu pequeno porte o fazia ser menosprezado pelos outros filhotes, nascidos na mesma época.

E assim passaram-se os anos, até o momento daqueles filhotes tornarem-se adultos de verdade e esta passagem era marcada por uma grande corrida que acontecia anualmente no Solstício de Verão. Não era uma corrida simples, ela exigia muito mais do que condicionamento físico e completá-la significava que aquele filhote agora era um adulto digno de ocupar um lugar no grande conselho e assim liderar todos os outros animais. A corrida era tão difícil que nunca um filhote conseguiu completá-la na primeira tentativa e vários passavam a vida inteira tentando sem conseguir.

O pequeno coelho vendo os outros animais treinando para a grande prova, sentia-se triste e inferiorizado, pois achava que seu físico atarracado nunca o permitiria concluir aquela corrida e este sentimento de derrota era tão grande que não o deixava nem ao menos tentar.

Foi então que o ancião do conselho, uma tartaruga com mais de 150 anos, vendo a tristeza do pequeno coelho, decidiu ajudá-lo. Ele contou para o filhote, como conseguiu há centena de anos atrás completar aquela corrida mesmo tendo pequenas pernas e vagarosos passos; ele lembrou da Lebre que com suas rápidas passadas não foi capaz de chegar na linha final.

O segredo para o sucesso não estava no físico e sim no coração, para ganhar era necessário antes de tudo acreditar do fundo do coração e essa força o levaria a enfrentar e vencer todos os obstáculos. Os olhos do coelho começaram a brilhar e pela primeira vez ele começou a acreditar em si mesmo e a sonhar que era possível chegar ao final daquela corrida. O velho ancião antes de deixá-lo deu um último conselho: "Durante a corrida não escolha os caminhos fáceis, floridos e ensolarados, siga pelos estreitos e cheios de obstáculos".

No dia da corrida o coelho cheio de esperança se alinhou com os outros animais. Todos o fitavam, riam e comentavam sobre como aquele pequeno animal estava fazendo papel de bobo largando numa prova tão importante, mas ele não ligava aquela força interior que ele havia descoberto a tão pouco tempo, o empurrava a seguir em frente e ele sabia que tudo era possível.

Quando foi dada a largada todos os animais saíram disparados na frente e o coelho seguiu atrás com seu trotinho constante. Ao se deparar na primeira bifurcação ele lembrou do conselho do ancião e seguiu pelo caminho estreito e escuro, enquanto a maioria seguia pelo caminho fácil. Contudo, o caminho fácil tornou-se aos poucos uma armadilha mortal, rios com fortes correntezas, pântanos, abismos e os competidores iam um a um saindo da corrida. O coelho por sua vez no seu caminho estreito encontrou obstáculos, mas todos eram passíveis de serem ultrapassados e a cada obstáculo ultrapassado sua confiança aumentava.

Quando a corrida passou da metade, o coelho sentia-se invencível e orgulhoso de suas conquistas, achava que podia enfrentar tudo e decidiu ignorar o conselho do ancião e passou a escolher o caminho fácil nas bifurcações. Foi então que o coelho caiu num pântano e não conseguiu mais andar, uma grande névoa apareceu e ele não sabia mais para onde ir. Ele tentava desesperadamente sair dali e continuar, mas todos os esforços foram em vão. Sujo, machucado, exausto e arrependido de suas últimas escolhas, ele encostou num tronco retorcido e chorou, lembrou do ancião e pediu ajuda.

Como mágica o ancião apareceu do lado dele e não disse nada, apenas o ajudou a levantar e sair dali. Com os olhos cheios de lágrimas o coelho pediu desculpas por não seguir o conselho e a velha tartaruga o olhou e disse que nada estava perdido, ele poderia recomeçar na próxima corrida, trilhar um novo caminho, fazer novas escolhas e utilizar a experiência desta corrida em seu favor.

E assim o coelho foi, seguindo o ancião para fora do pântano, com a esperança renovada e a certeza de que no próximo ano ele teria um novo recomeço.



Desejo a todos um ótimo Natal repleto de luz e que em 2012, a esperança seja renovada e novos caminhos iniciados, pois sempre teremos a chance de levantar sacudir a poeira e começar novamente.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Tsunami

No domingo após o SS Cover eu era pura felicidade, o percuso "tradicional" da São Silvestre é realmente especial e poder percorrer com amigos foi algo excepcional e que vai ficar marcado na minha mente por longos anos.

Com este sentimento de felicidade iniciei a semana, só que eu não imaginava o que me aguardava. Logo na segunda-feira de manhã minha vida virou de avesso... Para tentar explicar vou fazer uma pequena analogia, a história é ficção, mas expressa exatamente o que senti esta semana.

Era como se eu tivesse construído uma casa para uma pessoa, depois de tudo pronto e totalmente decorado, o dono agenda na segunda-feira uma grande festa de inauguração, só que alguns minutos antes dos convidados começarem a chegar, do nada começa uma grande tempestade que inunda a casa.

Daí sem outra alterantiva adia-se a inauguração para tentar recuperar o estrago da tempestade, mas a equipe contratada não estava muito a fim de fazer a manutenção e nada é recuperado até terça-feira. Para piorar na terça-feira vem mais chuva e o estrago aumenta ainda mais.

Quando achávamos que mais nada podia piorar, na quarta-feira acontece um grande tsunami e a casa fica totalmente enlameada e pior tenho que explicar para o dono que as barreiras contra tsunami construídas não era bem verdade, mesmo tendo feito outras análises anteriores.

Então é iniciado estudos para recuperação do imóvel, mas a melhor das datas é a segunda quinzena de fevereiro, só que o dono já vendeu o imóvel anterior e precisa do mesmo no começo de janeiro. Assim, chego na sexta-feira com a casa totalmente enlameada, com o dono insatisfeito e comigo tentando processar tudo o que aconteceu... (Fim da analogia)

Para ajudar na sexta-feira comecei a sentir dores no abdômen do lado direito, achei a princípio que fosse psicológico devido ao forte stress da semana, só que a dor embora não muito intensa, era constante e começou realmente a incomodar.

Fui para o Pronto-Socorro onde me viraram do avesso, mas todos os exames deram normais. Como já era quase madrugada e não havia jantado, eu queria ir embora mesmo com dor, então me deram buscopan e me liberaram. Não havia muito o que fazer, teria que esperar que a dor melhorasse ou então que algum outro sintoma aparecesse.

Passei o final de semana praticamente de repouso, pois quando me movimento dói mais. Estou começando a desconfiar que a dor pode ser nas costelas, mas vou ter que ir ao ortopedista para verificar. Só de imaginar a fila de espera já fico desmotivada, mas acho que não terei escolha....

Com tudo isso acontecendo fica a pergunta....E os treinos???? Bem, o plano era treinar 3 dias apenas nesta semana (terça, quarta e sexta), pois a partir daí, seria férias com "off" total dos treinos e eu só consegui ir treinar na quarta-feira. As férias iniciaram antes....

Amanhã é segunda-feira e espero que esta semana seja mais calma e tranquila do que a semana anterior, afinal ainda tenho uma casa para recuperar e um dono irritado para acalmar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A semana da Matança e o treino Santo Silvestre (antigo SSCover)

Acho que o espírito de férias está finalmente encarnando em mim, pois fiz algo esta semana que nunca havia feito, matei treino, reduzi outros e ainda treinei na esteira por causa da chuva, sem falar que fui numa confraternização do pessoal do trabalho e comi até batata frita. Acho que vou ter que fazer uma longa penitência para poder me redimir destes meus pecados...rs rs rs rs, mas vamos aos treinos.

Na terça-feira, não levantei, minha cama estava muito boa e matei o treino sem peso na consciência.
Na quarta-feira, até que eu queria ficar na cama, mas como já tinha matado o treino de terça-feira, tive que levantar e ir ao treino que era 6 de 7min sendo 5 fraco e 2 a 85%. Quando eu comecei não estava muito a fim de treinar e o corpo demorou para entrar e no ritmo. Eu já estava pensando em matar parte do treino quando vi meu treinador, na hora meu primeiro pensamento foi F.... vou ter que fazer o treino inteiro! Fiquei com vontade de rir, pois nunca faço coisa errada, quando penso aparece alguém e estraga tudo.... Bom, resolvi seguir adiante, mas acabei interrompendo a última série não fiz os 2min a 85%, pois estava com hipoglicemia.

Fazia tempo que a hipoglicemia não aparecia em treino, mas como o volume de treino caiu eu reduzi minha alimentação e acho que devo ter exagerado um pouco.

Na sexta-feira, o dia amanheceu chovendo, um garoa muito chata. Se fosse em outra ocasião não pensaria duas vezes, lá ia eu treinar na chuva, mas não estava a fim de me molhar, então fui para a esteira. O treino era 15 de 2min a 80%, mas acabei fazendo 13 series apenas, primeiro porque tinha reunião e não podia chegar atrasada e segundo porque ao correr na esteira, eu fico com uma passada estranha e meu joelho dói.

No sábado por causa da SS cover no domingo resolvi fazer a musculação, mas como na terça-feira, acabei ficando na cama e matei o treino.

No domingo chegou finalmente a SS cover e uma imensa onda laranja invadiu a Paulista. A cor não podia ser melhor e foi lindo ver centenas de atletas invadindo as ruas de SP. A camiseta é simplesmente maravilhosa, uma das mais belas que já ganhei.

Unhas combinando novamente.... Desta vez não tinha como não chamar a atenção!
O engraçado é que fui para a Paulista de Metrô e digamos que eu era um ser estranho, uma atração a parte, não tinha um que não olhava para aquele ser "fantasiado" para correr. Já havia utilizado o Metrô outras vezes para ir correr, mas normalmente existe outros corredores e você não fica tão estranho, mas desta vez eu fui a estranha no ninho.

Chegando no Masp foi fácil de localizar os outros corredores, afinal era uma camiseta discreta. As meninas deram um show a parte e haviam várias, com tênis, boné, bermunda combinando.

Encontrei vários amigos, ficamos batendo papo, depois houve um sorteio e em seguida fomos correr. A turma foi dividida em duas, a turma da tartaruga e os mais rapidinhos. Para que todos chegassem juntos, a turma da tartaruga largou primeiro e os rapidinhos foram depois. Como boa pangaré, fui com a turma da tartaruga, afinal ainda estou de férias e o objetivo era tão somente a diversão. O Rodrigo, o Frotinha, estava lá também e ele foi meu grande companheiro de corrida.

No início fizemos um grande e compacto grupo laranja e nunca via tanta gente filmando, tirando foto; vários carros passavam buzinando, pessoas nas calçadas aplaudiam e seguíamos em frente felizes da vida.
O mais legal é que todos se ajudavam, quando o sinal abria, pedíamos para os carros para esperarem um pouco a fim do bloco terminar de passar, gritávamos para os que estavam atrás se apressarem e agradecíamos a paciência dos motoristas. Todos sem exceção foram muito solíscitos e de certa forma entraram no clima e tiveram um pouquinho de paciência.

Grande destaque para o Vicent Sobrinho e um outro corredor (pra variar não lembro o nome) que fizeram vários tiros de 1km para ir até o próximo cruzamento e ajudar no trânsito para o bloco passar.

No Minhocão a turma se dispersou um pouco, mas no final dele paramos no ponto de água planejado e nos reunimos novamente. Quando reiniciamos o proposta era que seguíssemos o pace das meninas e assim continuássemos num grande bloco, isto garantiria a segurança de todos. Só que na Marquês de São Vicente o bloco já havia dispersado e com isso acabei seguindo apenas com o Rodrigo.

Ainda bem que ele estava comigo, pois no centro da cidade haviam vários bêbados e alguns faziam gracinhas e a simples presença dele ajudava a diminuir estas gracinhas.

Depois do tour no centro na cidade, chegamos finalmente na Brigadeiro e a partir daí a corrida foi silenciosa. Seguimos até o Viaduto que fica entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa e paramos para aguardar os outros corredores. A turma da tartaruga e dos rapidinhos finalmente se reuniram e fomos todos juntos invadir a Paulista.

Terminar a Brigadeiro e virar na Paulista não tem emoção maior e juntos gritávamos que a São Silvestre era na Paulista. Mais uma vez as pessoas pararam para nos ver passar e nos aplaudir, o que deixava a festa ainda melhor.

O Rodrigo me falou para darmos um Sprint e assim sentirmos o gostinho da chegada e daí disparamos que nem uns loucos ultrapassando os outros corredores e se espremendo entre os carros. O problema que o ponto de chegada era o Masp e o sprint foi um pouco mais longo que o esperado. Quando finalmente chegamos no MASP parei e olhei para ele, eu estava morta....rs rs rs Depois em casa olhando o relógio vi que corremos este trecho com ritmo de 4:30, nada mal para quem já tinha corrido 15km e enfrentado a Brigadeiro.

No final como prometido a medalha, dado apenas para quem concluiu o treino.

Que medalha linda, não?
E assim encerrei minha última participação oficial no calendário de 2011, suada, faminta, mas feliz da vida.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Férias???? Eu juro.... - ASRD

Este ano está tudo torto, talvez por influência do el niño, conjunção dos astros, influência dos signos ou qualquer outra coisa semelhante. Passei o ano treinando e praticamente não fiz prova, mas agora que estou de ferias não pára de aparecer prova.

Após a 98 beach running, voltei ao treinamento no mais puro clima de férias e para ajudar meu treinador deixou eu montar o treino da semana. Decidi, então, investir em fartlek, um tipo de treino diferente e que não costumo fazer com frequência, pois normalmente faço intervalados. A proposta era o seguinte:
  • Quarta-feira: 40min sendo 2'00 fraco, 2'00médio, 2'00 fraco, 2'00 progressivo
  • Sexta-feira 1 x 2km a 75% D2'00, 3 x 1km a 80% D1'30, 4 x 500m a 85% D1'00
  • Sábado 2km 75%, 3km 80%, 1km 75%, 2km 85%
  • Terça-feira 20min de trote, 20 de 30" 80% D 30"
Mas para começar, na terça-feira ainda tinha o treino da semana anterior que eram 5 de 1km a 75%, ou seja, treino extremamente leve, bom para curtir a manhã.

Na quarta-feira iniciei meu treino e foi muito legal, rodar os 40 min variando a velocidade, não baseado em frequência, mas em percepção de esforço. Fechei o treino com quase 8km.

Na sexta-feira o treino não era bem um fartlek, mas havia uma boa variação de distância e intensidade. É sem dúvida um dos meus treinos favoritos.

E já ia me esquecendo, eu tive outra novidade, na musculação houve troca de série e meu treinador montou uma espécie de Cross-training, fazendo 2 exercícios combinados e intercalados por 3min de bike ou elíptico, sendo que em boa parte dos exercícios ele utilizou apenas caneleira, peso, bola e colchão. Parece fácil, mas vocês não tem idéia do estado que eu termino.... O pior que eu achava que já conhecia todas as possibilidades de morrer num treino de musculação, mas meu treinador consegue sempre me surpreender, haja criatividade!

 Mas voltando aos treinos de corrida, estava eu no trabalho na sexta-feira a tarde, tentando recuperar o tempo que fiquei fora num treinamento durante a manhã, quando recebo uma mensagem do meu treinador falando que uma aluna dele tinha 4 inscrições para o ASRD no domingo e perguntando se eu queria ir. Eu disse que sim e daí ele me falou que havia deixado as 4 inscrições reservadas para mim....
Eu pensei, 4 inscrições????? Ai meu Deus, f.....! Vou ter que achar mais 3 malucos para correr comigo.
Mandei mensagem para uma amiga e ela topou na hora, mandei e-mail para mais 2 amigas e a noite mandei e-mail para o Colucci. Não tem jeito, se precisar de corredor, pode ligar para ele, do nada ele saca um corredor de aluguel.... E não é qualquer um, os corredores que ele consegue normalmente correm muito..rs rs rs

No sábado fiz meu treino de musculação e deixei para correr no domingo. Não tinha muita certeza se ia rolar ou não a corrida, então se não rolasse seguiria com meu treino no domingo, se rolasse melhor, iria para Interlagos. No final da tarde finalmente peguei os números e confirmei com as pessoas. A equipe era formada pela Sammy (minha amiga que fez o revezamento Maresias Bertioga), o Paulinho (treinador da Lariza na Trilopes) e o Colucci ou algum amigo dele. 

Esta situação me fez pensar como nós corredores somos bichos estranhos. Se convidarem para ir numa balada a noite é capaz de muitos não irem, mas se você dizer que tem uma corrida e ainda de graça, quase todos topam.

Outra coisa para se pensar é a questão do kit, atleta gosta de prova bem organizada, kit recheado, tenda de massagem e outros atrativos só servem para os corredores da modinha (eu vi este termo no blog do Jorge Ultramaratonista e adorei), mas é claro cada um na sua, não estou discriminando ninguém, tem espaço para todos.

No domingo acordei cedo e fui para Interlagos, peguei o chip e fiquei aguardando a minha equipe chegar. Encontrei com a Lariza que ia correr no octeto feminino da Trilopes e logo em seguida o Paulinho chegou. Não perdi tempo e mandei ele para largada, pois a Sammy estava presa no congestionamento.

Um pouco antes da largada chegou o Colucci e a Sammy praticamente juntos. Para minha surpresa e alegria o Colucci ia correr comigo e como ele tinha a festinha do filho a tarde, deixei ele em segundo lugar, a Sammy ficou em terceiro e eu, como no ano passado, iria fechar o revezamento.

Nem deu para conversar muito com o Colucci, pois o Paulinho fechou as 2 voltas (10,5km) em 42 min (é mole?) e o Colucci teve que iniciar sua prova. Neste meio tempo ainda encontrei o Vagner que treina comigo e por coincidência ia largar no mesmo box que eu, só que ele ia fazer 3 voltas, duas dele e uma da outra integrante.

Paulinho, adorei conhecê-lo, simpatia em pessoa
Enquanto aguardávamos o Colucci, fiquei conversando com o Paulinho e aprendi muito. Ele é um treinador em tempo integral e sempre preocupado em dar conselhos/orientações para que eu pudesse fazer uma boa prova. Falamos muito sobre maratonas e treinos e é incrível como este assunto nunca se esgosta.

O Colucci fechou as 2 voltas em um pouco menos de 1 hora, ele fez a primeira volta pra valer, depois parou esperou um amigo e foi de boa para fechar a segunda volta.
Colucci, não existe outro igual!

Daí chegou a vez da Sammy, ela partiu e eu fiquei conversando com o Colucci. Falamos da São Silvestre, do Nike 600k, relembramos Maratona de Porto Alegre e do Rio e a memorável corrida da Ponte, onde terminamos a prova juntos. 

Quando dei por mim, vi a Sammy e levei um susto... Ela falou que só tinha feito a primeira volta que estava com dor por causa de uma canelite e não ia conseguir completar a segunda volta. O Colucci leu meus pensamentos e me disse, não esquenta, vai e faz só as suas 2 voltas.

Estou ou não assustada...rs rs rs
Comecei minha volta, meio atordoada, não tomei os suplementos que normalmente tomo, mas como eram apenas 10,5km decidi seguir em frente. Fui num ritmo um pouco mais forte, mas sem sentar a bota, pois sabia que teria que dar 2 voltas e fiz um trato comigo, se estivesse bem faria as 3 voltas e completaria o revezamento, se não estivesse, ficaria apenas nas 2 voltas, afinal fomos lá para brincar....

Só que São Pedro resolveu não ajudar e justo quando comecei a correr abriu um sol de rachar. Olhei para o céu e dei uma bronca nele, não se faz isso, ainda mais em Interlagos que não tem sombra nenhuma,... mas ele foi bonzinho e em alguns pontos deixou um vento forte que ajudava a esfriar o corpo :-)

Imagina a cena, circuito com várias subidas e descidas, sendo algumas longas, sol de rachar na cabeça e vento contra te segurando. No final da primeira volta, já tinha desistido da terceira e quase que desisto da segunda.

Parafraseando o Colucci, minha corrida foi um fartlek, acelerava na descida e com o que restava do corpo enfrentava a subida. Claro que enfrentar a subida é um jeito poético de dizer que eu andei em boa parte, pois não estava a fim de sofrer, mesmo assim, minhas pernas reclamaram..... Após uma hora, completei as duas voltas.

Quando cruzei a linha de chegada, o pessoal da organização ia fazer festa, pois eu era o segundo quarteto a terminar a prova. Fiquei desesperada e fiz sinal que não, pois havíamos pulado uma volta.
Sammy e eu assim que terminei a prova....Olha o meu estado!!!
Terminado a prova foi só alegria, conversei um pouco mais com o Colucci, alguns amigos deles (me desculpem, mas sou pessima de nomes...) e a Sammy. Depois encontrei com o Paulinho novamente, aguardei o Colucci receber os prêmios do concurso cultural e fui embora, pois era dia de decisão, meu timão ia jogar...

Na segunda-feira a Lariza me contou que a equipe dela ficou em segundo lugar na categoria octeto feminino....Muito bom, mais um podium para a coleção dela!!!!!

Para fechar com chave de ouro estas minhas férias nem um pouco tranquila, domingo tem SSCover na Paulista!!!!! Percurso tradicional e medalha apenas para quem concluir o treino! Encontro com vocês no MASP. Até lá!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu estava de férias....ou melhor ainda estou - 98 Beach running

A Meia do Circuito Athenas foi o último compromisso de 2011, depois disso o planejado era entrar numa fase de manutenção/ferias até a SSCover 2011, quando inicia a fase de "off" total dos treinos. Até recebi, para este período, indulto do meu treinador para "matar" treino se quisesse... Mas pensando melhor, será que posso guardar este indulto para utilizar em 2012???? Bom, acho melhor não abusar da generosidade do meu treinador.... Mas voltando, o que eu adoro nesta fase é que sai a atleta e entra a amante de corrida e o único objetivo torna-se a diversão.

Até que comecei a semana bem, na terça-feira apenas 30 min de trote para soltar as pernas. Como ainda estava um pouco dolorida por causa da prova de domingo, pulei (ou matei) a musculação.

Na quarta-feira, até pensei em matar o treino, tinha dormido tarde na terça e estava com muito sono, mas não tem jeito, não consigo ficar sem treinar, então levantei e fui correr. O treino eram 10 min de trote seguidos por 12 de 3 min ate 80%, fiz ao todo 8km com ritmo variando perto do 5:15. Depois disso, voltei para a musculação, afinal não posso descuidar do preparo físico que tanto me ajudou este ano.

Na sexta-feira, um quase fartlek, eram 30min, sendo 6min fraco seguido por 4min médio. Eu simplesmente amei este treino, é muito bom fazer um treino contínuo variando intensidade. Fechei o treino com quase 6,5km.

No sábado a planilha dizia 8km do jeito que eu quisesse.... Confesso que até sexta-feira não tinha pensado muito a respeito, imaginei fazer um progressivo e ir acelerando até o quanto meu corpo estivesse afim. Só que na sexta-feira a noite, enquanto eu preparava minhas coisas para o dia seguinte, recebi uma mensagem do Jr. "Amanhã tem 10k, uma prova noturna. Vem para ca esse fds". Na hora lembrei que eu tinha lido no Blog Passadas do Mario Macia sobre uma corrida noturna em Santos no dia 26, só que eu achei que fosse 26 de Dezembro... Não tinha caído a ficha que 26 de Novembro era um sábado....

Depois eu recebi outra mensagem "Tem um chip para vc correr amanhã. Vem". Daí já é demais, corrida a noite, na praia, com amigos e ainda com chip? Quem resiste? Na hora lembrei da Elis que fazendo um treino com a amiga se depararam com uma corrida e como boas viciadas na corrida, não resistiram e acabaram correndo...

Bem liguei para os meus pais, perguntei se eles queriam ir para Santos no Sábado, eles toparam na hora e com isso meu treino de Sábado mudou de 8km para uma corrida noturna de 10km. Para não dizer que não faço nenhuma corrida sem previa aprovação do meu treinador, mandei um e-mail para ele perguntando se podia trocar o treino pela corrida, mas meio já informando que tudo estava decidido....

Com esta pequena mudança de planos, ajustei a programação de sábado e aproveitei a ida a manicure para deixar as unhas combinando com a camiseta que iria correr... Chic né?

Momento feminino, unhas combinando com a camiseta. Já está virando marca registrada.
No sábado a noite marquei com o Jr de nos encontrarmos na largada que seria no Emissário. Chegando lá, encontrei dois amigos do Jr e logo em seguida o ele chegou com a Claudia e as filhas.

Momento preparação

Uma visão diferente
Claudia, Jr, filhas e meus pais, alegria multiplicada

Meu pai era o fotografo.... Não precisa falar nada, né? 
Confesso que não prestei muita atenção na arena montada, mas apenas de estar na praia, pé na areia, com amigos e familiares, minha festa estava completa.

O momento antes da largada foi um pouco tumultuado, pois não sabíamos exatamente da onde iríamos sair e em qual sentido seria a corrida, mas logo depois ficou tudo acertado.

Quando foi dada a largada o Jr disparou na frente e eu decidi acompanhar a Claudia, assim não me arriscaria em exagerar e ao mesmo tempo correria com alguém, algo que dificilmente consigo fazer nas provas.

O percurso era interamente na areia, ia num sentido e voltava no outro. Apenas nas pontes dos canais havia cones para separar o fluxo de ida e da volta. A princípio fiquei apreensiva, pois apesar da iluminação da praia, estava escuro e havia possibilidade de haver buracos na areia, mas aos poucos relaxei e o visual de ver todas aquelas pessoas correndo na areia ao lado do mar foi sensacional. Como a maré estava baixa, os canais estavam secos e não foi preciso passar por todas as pontes, era só seguir reto.

Outra coisa que achei engraçada foi a rapidez com que passávamos os canais. Sempre que vou para Santos ando na praia e o canal demora para chegar, só que correndo, eles chegam muito rápido e fica até chato, pois depois de algum tempo já havíamos passado o canal 6 ou 7 (perdi a conta) e estávamos fazendo o retorno para voltar.

O retorno foi legal fizeram um círculo com algumas faixas penduradas, com música e iluminação, por onde os atletas contornavam. Acho que deveriam ter montado esta infra-estrutura em alguns pontos do percurso, seria sensacional.

No caminho de volta, estávamos literalmente seguindo a luz, pois a arena montada estava bem iluminada e era possível enxergar de longe. Durante o percurso eu brincava que neste caso podíamos seguir em direção da luz que não haveria problemas....rs rs rs

Quase chegando o Marildo nos encontrou e acabamos cruzando a linha de chegada juntos com 53 min. Já o Mario Macia terminou um pouco mais a nossa frente e o Jr terminou bemmmmm mais a nossa na frente.
Papai fotógrafo, registrando a chegada. Eu, Marildo e Claudia

Os amigos.... Mario, eu, Marquinhos, Claudia e Jr. Só faltou o Marildo

Uma das moças que estavam entregando a medalha, simpatia em pessoa.
Parada obrigatória, pose para papai.
Mas a noite ainda não havia terminado, depois da corrida passada rápida em casa para tomar banho e hora de comer pizza, afinal de contas corremos tanto para quê?

O lugar escolhido foi a Pizzaria Graminha (existe uma filial em SP, na Vila Madalena) onde a pizza é retangular (por metro) e não redonda como a tradicional.
Como bons paulistas estávamos aguardando na fila de espera.
Foi uma maneira deliciosa de encerrar a noite, Jr e Claudia são extremamente simpáticos e junto com meus pais nos divertimos muito. São nestes momentos que sempre lembro do slogan do Pão de Açúcar, "o que faz você feliz" e agradeço as corridas por proporcionar encontros como este. Isto não tem preço.

domingo, 20 de novembro de 2011

Circuito Athenas - Eu e os 30 segundos novamente....

Depois de uma semana leve com direito a uma deliciosa corrida na chuva chegou o momento de enfrentar a Meia do circuito Athenas.

No sábado fui retirar o kit e uma surpresa, o estacionamento não estava incluso, mesmo a arena tendo sido montada dentro do estacionamento. Como assim? O local da prova e de retirada do kit é distante e isolado, dificultando a ida utilizando transporte público e para piorar, não existe na região local para estacionar, ou seja, não existe escapatória e a primeira hora custava R$7,00.

Quando eu questionei o rapaz do estacionamento, ele me disse que eu não pagaria se pegasse o kit dentro do limite de tolerância de 5 minutos. Então resolvi tentar, parei o carro rápido, peguei a fila, acelerei os atendentes e saí em 5 minutos sem pagar estacionamento. Quanto a infra montada no local? Nem olhei, ficou para quem não se importava em pagar um estacionamento caríssimo.

No dia da prova o estacionamento foi ainda mais caro, R$18,00, isso mesmo, paguei este valor para deixar o carro estacionado por 3,5 horas. Eu fiquei perguntando porque a organização não inclui o estacionamento no valor do kit e estabelece um horário máximo, como a T&F faz. Outra ideia é fazer a entrega do kit numa loja de shopping mais perto da civilização, isso facilitaria e muito a vida dos corredores. Por estas razões, foi a primeira e a última vez que corro esta prova, senão houver mudanças nestes itens.

Quanto aos outros serviços, estava tudo perfeito, camiseta de boa qualidade, chip descartável, largada cedo e sem atropelo, água gelada nos postos, gatorade no ponto marcado, frutas na chegada.

Agora a prova, fui correr com mais 2 amigos e até o momento da largada não pensei na prova em si, até mentalizei o ritmo que queria fazer, mas não fiquei pensando que iria correr 21km, talvez para evitar um stress ou uma quebra como aconteceu na T&F. Estava relaxada e encarando aquilo como mais uma corrida, um longão semanal. Quando foi dada a largada cada um seguiu seu ritmo, eu achei a princípio que um dos meus amigos fosse correr comigo, mas como ele resolveu fazer sua prova deixei para lá e segui no meu ritmo.

Logo de início encaixou o ritmo de 5:08 e segui assim até o km 5 quando iniciou a primeira subida da ponte. Nas subidas apenas mantive as passadas, não forcei e deixei o ritmo cair, assim quando a ponte passava conseguia retomar para o pace de 5:08 sem maiores desgastes. Passamos pela ponte por 4 vezes, pegamos ela em todos os sentidos possíveis, se alguém quer conhecer a Estaiada de todos os ângulos possíveis, esta é a corrida.

Terminamos o sobe e desce da ponte por volta do km11 e daí foi uma reta no sentido Jaguaré até o km 14, quando fizemos o retorno e começamos a voltar rumo a chegada. Perto do km15, encontrei um anjo da guarda, um corredor com um ritmo parecido com o meu. Quando passei por ele, ele estava mais devagar e assim que passei ele voltou a acelerar, começando a me acompanhar, quando meu ritmo caiu, ele me passou e começou a me puxar, até que reduziu e eu assumi a ponta novamente. E assim fomos durante todo o caminho de volta alternando, as vezes eu puxava o ritmo as vezes ele puxava, uma parceria silenciosa que funcionou muito bem. Apenas nos metros finais ele acelerou e eu não tinha mais perna para acompanhar, com isso ele acabou distanciando, mas já tinha cumprido o seu papel, eu cheguei bem até o final.

Não consegui encontrá-lo depois da linha de chegada para agradecer o companherismo e também não vi o número dele para saber seu nome. Apenas agradeci a Deus por ter mandando um anjo deste para me acompanhar. A ajuda sempre vem quando precisamos e da onde não esperamos, basta para isso ter fé e acreditar.

Cruzei a linha de chegada feliz e com o dever cumprido em 1:50:35. Isso mesmo, por cerca de 30 segundos não consegui ser sub 1:50 novamente. Acho que tenho problema com 50 minutos e com 30 seg, na T&F não fui sub 50 por 27" e agora não fui sub 1:50 por 35", é mole? Com este resultado meu PR coninua sendo o resultado obtido na Meia PG, onde graças ao meu coelho querido (Ezequiel Jr) consegui o tão sonhado 1:49.

Mas a prova não terminou aí, ao cruzar a linha de chegada e finalmente relaxar, o mundo desabou, bateu uma tristeza sem fim e a única coisa que queria era sentar e chorar. Depois que peguei a medalha sentei na sarjeta e fiquei lá sozinha olhando as pessoas passarem. Não queria conversar, queria apenas sumir dali.

Como estava com meus dois amigos e eu era a motorista, juntei coragem e fui encontrar com eles. Voltamos, deixei cada um na sua casa e quando cheguei na minha comecei a chorar. Não havia razão, nem sentido, apenas me sentia triste. Depois de algumas horas chorando e de um bom banho, fui almoçar na casa da minha mãe e melhorei como por um passe de mágica.

Acho que a culpa desta vez foi a TPM, normalmente a TPM me deixa irritada e agressiva, mas de vez em quando acontece de me deixar triste e depressiva. Vai entender....

Depois de hoje encerrei meu calendário de provas deste ano. Em quilometragem já ultrapassei em treino e provas a quilometragem de 2010, são quase 1800km percorridos.

Meu último compromisso será a SScover no dia 11/12, organizada pelo meu amigo Colucci (http://toticolucci.blogspot.com/2011/11/sscover-save-date.html), fechando 2011 em grande estilo.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quando o corpo pede um pouco mais de calma

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
Paciência - Lenine

Depois da prova T&F eu fiquei com uma sensação ruim, não podia pensar em corrida, não queria mais correr... Era o corpo pedindo um pouco mais de calma, ou melhor ele estava berrando, pois só pedir não é o suficiente para quem treina e está acostumado a passar por cima do cansaço.

Mas eu não podia simplesmente parar, pois tinha pela frente a meia maratona do circuito Athenas dentro de 15 dias e só de imaginar 21km eu travava e dava vontade de chorar.

Conversei com o meu treinador, ele reduziu o volume do treino da semana e passei a semana bem, mas ainda não podendo encarar uma prova. Os treinos da semana foram o seguinte:

Na terça-feira 20min de trote seguidos por 4 de 2min a 75%. Treino leve completado em 3,5km.

Na quarta-feira eram 15min de aquecimento seguidos por 10 de 2min a 80%. Todos os tiros fiz abaixo de 5'00 e fechei o treino com quase 6km.

Na sexta-feira eram 10min de aquecimento seguido por 4 de 10min sendo 6 a 75%,  2 a 80% e 2 a 85%. Completei com um pouco mais de 8km, podendo correr os 85% a 4'50.

No sábado o treino era 15 min de aquecimento seguido por 6 km progressivo ate 80% e terminando com 10 de 30'' ritmo medio. Fui para a base e mesmo com o tempo abafado consegui completar o treino com quase 8,5km, mas o treino não foi totalmente tranquilo, nos últimos 2 km dos 6km não me senti muito legal e meio que tive que me esforçar para terminar o treino. Fiquei imaginando como iria correr 21km na próxima semana, se não conseguia nem correr 6km tranquilo.

Fui para casa ainda com a sensação que não queria correr, mas daí veio o feriado e pude descansar. Com a chuva toda que caiu em SP aproveitei e coloquei meu sono em dia, foi praticamente uma sonoterapia.

Hoje fui treinar e como a chuva não parava, fui para a pista embaixo de uma chuva torrencial e a chuva lavou minha alma, levando embora toda a sensação ruim. Pode parecer estranho, mas enquanto corria na pista eu me lembrei porque eu corro, da sensação de liberdade que sinto e da alegria que só uma corrida pode trazer. Agradeci a Deus por permitir momentos como este de pura alegria. Quando terminei, toda encharcada e com a alma leve, decidi que ia correr a meia de Athenas, não como obrigação e sim como pura diversão. Afinal não sou profissional e não dependo da corrida para viver, faço porque amo.

Ah e antes que eu me esqueça, durante o treino hoje teve um fato engraçado e que talvez tenho contribuído para a minha melhora de humor. Havia uma turma na lanchonete do Esperia e toda a vez que eu passava, eles gritavam e me aplaudiam, fizeram tanta bagunça e tanta festa que não tinha como passar por eles sem dar risada. Foram quase 20 voltas na pista e eles se mantiveram lá me apoiando. Pensando bem acho que vou contratá-los como animadores numa maratona.

domingo, 6 de novembro de 2011

Eu e os 10km T&F

Quando comecei a correr, 10km era "A distância" e cada corrida o objetivo era sempre o mesmo, correr cada vez mais rápido. Nesta época, o mundo dos pangarés se dividia em dois, correr acima ou abaixo de 50min. Ser Sub 50 significava deixar de ser pangaré básico para se tornar pangaré avançado, só que para mim ser sub-50 era algo que não imaginava que fosse possível de ser obtido. Lembro que eu ficava no Espaço Mulher conversando com outras atletas e admirando a capacidade delas de correr 10km em menos de 50min.

Só que o mundo girou, meus objetivos mudaram, as distâncias quadruplicaram e eu percebi que eu conseguia obter resultados melhores em corridas de longa distância do que em distâncias menores. Na verdade acho que no fundo pulei uma fase, não aumentei a intensidade antes de aumentar as distâncias, tanto que por um bom tempo meu ritmo de 10km, era muito semelhante com o de 21km e muito semelhante com 42km.

Esta semana os 10km voltaram a cruzar meu caminho, pela primeira vez percebi que era possível quebrar a barreira dos 50min e resolvi encarar o desafio para valer.

Durante a semana tive alguns treinos de velocidade, percebi que estava correndo mais solta que no sábado e que as chances de quebrar a barreira tornavam-se cada vez mais claras. Montei 3 estratégias, Plano A correr com ritmo entre 4:45 e 4:50, Plano B correr com ritmo entre 4:50 e 4:59 e plano C, apenas completar se os demais falhassem. No domingo iria escolher a melhor estratégia dependendo de como me sentisse.

E a semana passou, descansei no sábado, dormi cedo e no domingo antes das 6:00 já estava no shopping Villa Lobos para mais uma corrida. Só me toquei que realmente iria correr 5 min antes da largada. Neste momento, percebi a encrenca que tinha me metido, mas agora já era tarde e só me restava enfrentar os 10km.

Eu estava posicionada bem a frente e quando foi dada a largada comecei a correr forte, olhei o relógio e ele marcava um ritmo 4:10. Pensei na hora "Caramba, isso é hora para o relógio começar a marcar errado????", mas continuei seguindo em frente e quando passei o primeiro km vi que o relógio não estava tão errado. Decidi então manter o ritmo forte e perto do 2º km ele já havia caído para 4:50, mas mesmo assim segui em frente, travando uma luta individual para manter este ritmo.

Depois do km 4, fizemos um curva e me deparei com a ponte do Jaguaré, daí pensei "What's the f***** is that? Vou ter que atravessar isso???". Como era a primeira vez que eu corria esta prova, achei que o retorno se daria antes da ponte, afinal todo mundo fala que a prova é plana e ideal para PR, blá blá blá. Só que na verdade eu teria que atravessar a ponte e depois retornar novamente. Como não tinha opção, segui em frente rumo ao destino inevitável, passei pelo km 5 em 24min e fui enfrentar a subida.

Diminui um pouco o ritmo e passei pela ponte sem grandes problemas, segui em frente, fiz o retorno e fui encarar a ponte novamente. Só que desta vez meu motor, que deve ser puxado pelo pôneis malditos, resolveu parar. Eu havia marcado uma menina e estava acompanhando ela e neste momento vi ela seguindo em frente e eu ficando. As pernas começaram a doer, fiquei cansada e parecia que aquela ponte tinha se transformado numa grande pirambeira.

Passado a ponte, achei que o pior tinha passado e agora era só manter o ritmo, mas eu estava enganada. No km 7, minha perna ainda estava ruim por causa da ponte e tive que andar por uns 45". Na verdade queria ir embora, não queria mais correr, queria sentar e ficar por lá... Deu vontade de chorar e abandonei de vez a ideia de fazer sub 50, então resolvi voltar a correr só que mais leve.

Contudo no km 8 eu já estava de volta no ritmo, mas continuava desanimada, nesta hora vi o marcador de ritmo dos 5'00, levei um susto e vi que ainda era possível correr abaixo dos 50min. A presença deles foi o incentivo que eu precisava, então resolvi acelerar e passei a fugir deles como o diabo foge da cruz.

Quando passsei pelo km 9, falei para meu corpo, só mais 5min e daí descansamos. O marcador de ritmo estava puxando uma menina que também era marcadora de ritmo e dizia para ela que faltavam apenas 500m e eu vinha na frente deles tentando acelerar e fugir a todo custo.

Fui nesta toada desinbestada até a linha de chegada e quando vi o relogio ele já marcava 50min, não dava mais, os marcadores de ritmo estavam atrasados e mesmo acelerando perdi a chance de ser sub 50 por 27segundo apenas. Fechei os 10km em 50:27.

Quase na linha de chegada
Quando parei achei que ia desmaiar, encostei num muro e fiquei por lá por um tempo tentando me recuperar. Só depois analisando os resultados vi que minha fc bateu no final 192, praticamente minha fc max...

Estou feliz pelo meu tempo afinal é mais um PR, mas por outro lado não gostei da prova, sofri muito numa subida leve e isso mostra o quanto estou destreinada para enfrentar subidas. É algo que terei que melhorar para o ano que vem.

Além disso, tenho daqui duas semanas minha última corrida do ano a Meia maratona do circuito Athenas e vou ter duas subidas pelo menos na ponte Estaiada. Estou analisando se vale a pena ou não fazer esta prova, dada as minhas condições físicas atuais. O fato é que este ano foi pesado com duas maratonas e não sei se quero mais uma corrida ruim no meu curriculum, realmente estou cansada de sofrer.

Como minha mãe diz o travesseiro é um excelente conselheiro, quem sabe depois de descansar minha motivação não volta e não mudo de opinião, afinal meu lema sempre foi, sou Corinthiana e não desisto nunca.

domingo, 30 de outubro de 2011

Revezamento Maresias Bertioga

Passado finalmente a Maratona, a porteira das provas menores se abriu e agora o que eu não corri durante o ano inteiro, correrei nos próximo meses. Ok, não serão tantas provas assim... A idéia é correr uma prova de 10km e uma meia maratona, pois com tanto treino longo, correr na zona aneróbica torna-se difícil e a velocidade acaba caindo.

Contudo antes das provas "pra valer", tive uma prova que é pura diversão, o Revezamento Maresias Bertioga e posso dizer que foi muito bom voltar a fazer esta prova com as minha amigas. A novidade deste ano ficou com a nova integrante da equipe, a Samanta, minha amiga que conheci através do blog correria. É uma menina guerreira com um coração enorme e tinha certeza que todas da equipe iriam adorá-la, pois não tem como não gostar dela.

Como no ano passado descemos na sexta-feira e ficamos numa pousada em Juquehy. Por causa do trânsito para sair de SP acabamos chegando tarde e só consegui ir dormir por volta das 00:00. As 03:00 me ligaram do trabalho e não dormi mais até as 05:00, quando levantamos. Com três horas de sono apenas, lá fui eu para mais uma prova.


As Maricotas
Chegamos bem na largada e as 7:30 lá foi a Samy percorrer o primeiro trecho. Dividimos as menimas em 2 carros e foi cada uma para seu posto de troca.


A Largada
Aí aconteceu o momento bobeira, em vez de irmos para o primeiro posto de troca fomos para o segundo e quando percebemos o erro, foi um desespero total... Volta tudo, procura o caminho certo, não lembrávamos onde ficava o posto, havia trânsito, segue os carros de apoio identificado, reduz a velocidade nos radares... Com tudo isso acontecendo, ainda estávamos preocupadas com a Samy, pois era a primeira vez que ela corria esta prova, ela iria chegar e não teria nenhuma de nós lá. E para piorar ainda mais a situação (ou não), no meio deste caos, tive um ataque de riso e não conseguia mais parar. Pois é, sempre tenho ataque de riso quando fico nervosa e isto sempre me deixa em situações embaraçosas... Bom, só nos acalmamos quando finalmente chegamos no posto de troca e encontramos a Samanta, mas o resultado desta bobeira toda foi que ganhamos 10 min de atraso de graça. O mais engraçado disso, foi que quando paramos o carro eu encontrei o mapa na porta.... Sem comentários, rimos muito disso tudo....


Antes da sessão bobeira
O segundo trecho foi feito pela Junko que acabou caindo no trecho do rio, mas graças a Deus não se machucou e o terceiro pela Lariza. No quarto trecho lá fui eu, sem qualquer aquecimento, saí com tudo.... Estava me sentindo toda poderosa e acelerei no percurso já conhecido, plano e com areia dura. O que eu não contava era com o calor, mas deixei para lá e mantive o ritmo. Fechei este trecho com 30min cravados, contra 36 minutos do ano passado. Só um detalhe, este ano o posto de troca foi feito bem antes, pelo menos 500m antes.
No quinto trecho lá foi a Junko novamente, que por causa do trânsito chegou bem antes da gente no posto de troca, mas a Celia já estava por lá, então tivemos nenhuma atraso. Em seguida, no sétimo trecho foi a vez novamente da Lariza que completou maravilhosamente bem com todo o calor que fazia.

Quando iniciei o oitavo trecho, o céu estava encoberto e a temperatura não tão alta, mas as subidas e descidas iniciais castigaram minha perna que resolveu lembrar que tinha feito uma maratona há apenas 15 dias.... Alíás, eu estava correndo com a minha camiseta de Buenos Aires e vários outros loucos que haviam feito esta maratona vieram falar comigo. Eu fiquei feliz, pois me senti em casa, eu não era a única louca a fazer uma prova destas 15 dias depois de uma maratona.

Bem, mas voltando ao meu trecho, minha perna cansou e parecia que eu estava no km 32 da maratona, tentava acelerar, mas não tinha como, o jeito foi concentar na técnica e manter apenas o ritmo. A praia da Baleia que sempre adoro correr estava molhada e o pé afundava, tornando a corrida ainda mais dura. Quando passei pela montanha que separa Baleia e Camburí vi que era hora de acelerar, esqueci da dor nas pernas e forcei o ritmo. Neste momento, o Japa, amigo do Jr, gritou o meu nome e mostrou sua camisa de Buenos Aires, eu o cumprimentei, seguindo em frente com um gás a mais. Encontrei também o pessoal que treina comigo na base e logo em seguida estava o posto de troca. Fechei este trecho com 57min contra 55min do ano passado

Dei um abraço na Ligia, nossa guerreira que ia fazer o último e mais terrível trecho, a subida de Maresias, só que desta vez não iria com ela e minhas pernas me agradeceram muito por isso. A Ligia mesmo gripada enfrentou aquele trecho e fechou com chave de ouro nosso revezamento em 07:44. Pena que por causa do trânsito perdemos sua chegada, mas o importante foi poder abraça-la depois.

Para comemorarmos lá fomos nós almoçar no Cheiro Verde de Boiçucanga. A comida de lá é campeã, mas com fome fica ainda melhor e nunca um arroz, feijão e bife acebolado foi tão tão gostoso. Para completar tomei uma caipirinha e isso foi o acontecimento do ano, pois eu nunca bebo.

Imagina a fome que estávamos....
No final, desta vez não teve brigadeiro, comi uma torta de paçoca deliciosa.

Dá para resistir?????
Mas o final de semana não acabou no sábado, voltamos para a pousada e no domingo ainda pudemos curtir uma praia antes de voltar para SP
Olha que lindo era o visual da pousada
Semana de treino 

Esta semana nada de descanso, treino normal, já que no dia 06/11 terei 10km da Track&Field. Na musculação tive troca de treino e devo dizer que desta vez meu treinador se superou. Eu apelidei os treinos carinhosamente de terrível (série A) e menos ruim (série B).

Com relação ao treino de corrida, na terça-feira, 20 min de trote, seguidos por 10 de 30'' a 80% (que traduzindo, significa forte) e fechando com 8min a 80%. Fechei este treino com quase 5km e nos tiros fiz todos abaixo dos 4:00.

Na quarta-feira, 3 de 12min a 80%. Treino tranquilo com ritmo entre 5:20/5:30 e fechando com 8,0km.

Na sexta-feira eram 15min de trote seguidos por 40min a 85%. No ínicio me senti um pouco amarrada e o ritmo ficou entre 5:20/5:30, depois passei para 5:05/5:10, no final a fc subiu e tive que reduzir um pouco para 5:10/5:15. Fechei o treino com 9,5km.

No sábado pedereira total, eram 4 de 3km ritmo de prova (a de 10km). Comecei imaginando fazer todos num ritmo de 4:45, mas estava me sentindo muito amarrada e não consegui baixar de 4:50, sendo que nos doi últimos a velocidade caiu ainda mais, ficando o ritmo um pouco abaixo de 5:00. Pelo resultado deste treino, acho que vou ter que refazer minha meta e se eu conseguir baixar de 50min será um grande resultado. Vamos ver, na semana que vem eu conto. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Maratona de Buenos Aires

Primeiramento peço desculpas pelo relato tardio, mas por me recusar a ser tecnologicamente avançada (embora eu trabalhe com isso) acabei ficando isolada em Buenos Aires e quando voltei no dia 12, tive dois dias extremamente agitados não dando tempo para atualizar o blog.... Mas como diz o ditado popular antes tarde do nunca.

Viajei na sexta-feira (dia 07) de manhã rumo a Buenos Aires e a previsão do tempo previa temporais. O vôo não atrasou mas a aterrisagem em Buenos Aires foi com emoção. Estava chovendo e havia vento lateral, com isso o avião pulou e balançou algumas vezes durante a aterrisagem e quando finalmente o piloto conseguiu parar o avião, todos a bordo aplaudiram. Mas apenas soube do nossa sorte mais tarde, pois quem deixou para viajar a tarde enfrentou um verdadeiro inferno, houve vôo cancelado, muito "overbook" e vários atletas simplesmente não conseguiram viajar, outros viajaram sozinhos, deixando a família, enfim um verdadeiro caos.

Em Buenos Aires, após deixar as malas no hotel o primeiro compromisso foi buscar o kit. A Xtravel havia informado que o local de retirada dos kits ficava próximo ao hotel e que poderíamos ir a pé... Mesmo com mapa demoramos um pouco para me localizar e acabamos rodando mais do que o previsto, mas após solicitar algumas informações chegamos na expo Maraton sem grandes problemas, apesar da chuva que nos pegou no meio do caminho

Não era uma feira grande como outras pessoas comentam das maratonas internacionais, mas havia algumas coisas bem legais... Havia um mapa enorme com o percurso, um painel para deixar recado, um local para gravar o nome na camiseta, uma imitação da linha de largada com letreiro em cima onde era possível tirar foto com o seu nome.

A Largada
Na hora de retirar o kit, o primeiro problema com relação a barreira do idioma surgiu, na entrada da fila, a menina me fez uma pergunta e eu olhei com aquela cara de interrogação, daí ela repetiu e eu continuei na mesma, finalmente ela mostrou para a camiseta dela e daí eu disse ahhhh a camiseta, você quer saber o tamanho???? Bom descobri então que não havia modelo feminino e masculino e então solicitei o menor que no Brasil é PP mas para eles entenderem deveria ter dito XS. Depois de mais alguns embates, finalmente fui para o atendente certo.

O rapaz me pediu para preencher um ficha e nele continha a palavra "Fecha", perguntei para ele o que era e ele apenas repetiu a palavra, ou seja, continuei na mesma... Para minha salvação um brasileiro que tinha acabado de retirar o kit, me disse que era a data da corrida. Com formulário preenchido finalmente meu kit estava comigo e fomos andar pela feira. Havia um stand da Adidas com algumas peças bem legais da maratona.
Eu e minha mãe com o kit e atrás do mapa com o percurso
No sábado a ordem era descansar, então marcamos um city tour por Buenos Aires, onde visitamos com uma Van os principais pontos turísticos da cidade. Este city tour nos deu uma boa idéia dos locais que iríamos visitar depois com mais calma.
Buenos Aires é uma cidade muito bonita e aprendeu a explorar o turismo local, com excessão dos garçons que possuem um "tempo" de atendimento bem diferente de nós paulistas e chegam em alguns momentos a ser até mau educados, de resto a cidade tenta atender muito bem os turistas, principalmente os brasileiros que invadem a cidade diariamente.
Caminito

"La Bamboneira"

No domingo finalmente chegou o dia da Maratona, levantei cedo tomei café da manhã e por volta das 6:30 já estávamos na largada. Minha mãe ficou dormindo e iria me encontrar mais tarde na chegada, afinal ninguém merece ficar 4 horas esperando de pé e no frio.... O fato de ter fechado a viagem com a Xtravel também foi legal, pois não tive que problemas para ir até a largada.

Quando chegamos, uma chuvinha irritante começou a cair e como estava sem capa de chuva, eu e mais 3 corredores brasileiros nos abrigamos num toldo da Adidas que na verdade era a área VIP. Entramos e ficamos no canto, qualquer coisa iríamos dizer que não estávamos entendendo nada. Como ninguém nos pertubou e ficamos ali abrigados da chuva e do vento até próximo das 07:00. Neste período a chuva parou e o tempo abriu e pudemos ir para as baias de largada sem passar frio.

Infelizmente lá como aqui, as pessoas não respeitaram as baias de largada e tive que ultrapassar várias pessoasnos primeiros metro da prova. Contudo, como as ruas são bastantes largas, já no primeiro kilômetro consegui impor meu ritmo e seguir em frente.

Eu comecei um pouco amarrada e achei que o ritmo iria entrar depois do 8ºkm, mas isso não aconteceu e acabei correndo a prova num ritmo um pouco mais lento do que fiz nos treinos.

O percurso era praticamente plano com algumas subidinhas que nada incomodaram e que passou por vários pontos históricos. Após alguns kilômetros percebi que o percurso da maratona seguia praticamente o mesmo percurso do City Tour e adorei ter feito o city tour antes, pois segui reconhecendo ponto após ponto. Havia também muitas bandas pelo percurso, algumas tocando musicas regionais, outras com imitações do Michael Jackson, com grupos dançando, com uma especie de bateria de escola de samba e no Caminito é claro não faltou o tango.

Plaza de Mayo e ao fundo Casa Rosada
Nos primeiros km quase não havia indicação e quando passei pelo 10km levei um susto, pois não tinha a menor noção da distância. Logo após a Plaza de Mayo e a caminho do Caminito passamos pelo km 15 e lá recebi as esponjas. Embora não estivesse suando muito, foi bom para me limpar e molhar um pouco o corpo. Contornamos o Estadio do Boca Juniors, passamos pelo Caminito e entramos na parte mais deserta da prova, uma espécie de porto com muitos containers e nenhum público. Lá passei na metade da prova com 1:54 e com uma rápida conta vi que podia terminar próximo dos 3:50 se não deixasse o ritmo cair muito.

Caminito
De lá seguimos para Puerto Madero e quando passei pelo km 27 sem nenhuma dor, vi que a estratégia estava certa e que desta veznada iria me derrotar. Meu ritmo já havia caído um pouco desde o km 24, mas eu seguia em frente dizendo para mim que iria terminar bem, que minha mãe me esperava na linha de chegada e que eu era capaz. Ao deixar Puerto Madero, entramos por outra área deserta e no km 32 comecei a ver muita gente andando, parando, desistindo.... Olhei para o lado e não encontrei o urso, desta vez ele não iria comigo.

Puerto Madero
Segui em frente e após o km 34 passamos por uma especie de túnel, quando vi a descida pensei, meus Deus tem que ter descida agora???? Mas arrumei coragem e segui em frente. Então quando as pernas começaram a doer mudei meu mantra mental e passei a pensar, concentre-se na técnica e não na força, com isso consegui manter o ritmo das passadas e seguir em frente.

Entramos num parque e para mim foi a parte mais chata da prova, pois parecia que estávamos correndo no Ibirapuera num domingo de manhã, com muitas pessoas passeando sem notarem que uma prova estava acontecendo naquele momento. Além disso o caminho era sinuoso e cheio de lombadas....

É neste ponto da prova que tudo parece acontecer mais lento, o tempo passa mais devagar, os metros demoram mais para ser percorrido e esta sensação só passa na placa mágica dos 42km, quando tudo passa e você corre até a linha de chegada.

Quando cheguei próximo a chegada segui acelerando e procurando a minha mãe, mas não a encontrei, cruzei a linha de chegada e nem comemorei direito, pois fiquei preocupada com ela. quando finalmente a avistei foi um alívio e daí a emoção pode finalmente tomar conta de mim e por incrível que pareça desta vez não chorei.

Reparem na mulher pendurada. Ela estava na largada e na chegada...
Só então após beijar minha mãe é que fui conferir meu tempo, quando olhei levei um susto, pois o relogio marcava 3:54. PR é claro, só que pelas minha contas seria próximo dos 3:50, mas isso não era mais importante, o que importava é que eu terminei pela primeira vez uma maratona bem, não me arrastei no final e finalmente pude fazer as pazes comigo mesma. Corri a melhor maratona que eu pude, dei o meu melhor e nada ficou a desejar.


Após finalmente ter encontrado minha mãe
Deixei minha mãe e fui pegar minha medalha. Quando retornei achei um banquinho e sentei.... E a coragem para sair de lá???? Daí entrou a preocupação de mãe enquanto não troquei a roupa molhada e vesti um agasalho ela não sossegou... Mas é tão bom ter a mãe por perto... 
Olha o estado.....
Só que a maratona não havia terminado ainda, era preciso pegar um táxi para voltar para o hotel. Percebi que proximo a maratona não ia ser possível, então fui com a minha mãe para a Avenida principal e começamos a voltar, se não conseguíssemos pegar um táxi chegaríamos a pé, afinal o que eram 8 km para quem já correu 42km???? Mas não foi preciso andar muito, logo encontramos um taxi e retornamos para o hotel.

Depois de um banho e de um rápido descanso fomos para Puerto Madero almoçar e comemorar a vitória. Na ida fomos de táxi, mas a volta fizemos a pé.... Nada mal hein???

Puerto Madero
Na segunda, terça e quarta foram dias para conhecer Buenos Aires e fizemos praticamente tudo a pé... Acho que nesses dias devo ter andado mais uma maratona... Na segunda minha perna ainda estava travada e não dava nem para correr para atravessar a rua e muito menos descer escada, mas na quarta já estava recuperada, só que daí era hora de ir para o Aeroporto e voltar para São Paulo, só que desta vez além da medalha trazia um PR.


Histórias da Maratona

Diferente das Maratonas no Brasil onde sempre acabo conversando com outros atletas, esta foi uma prova silenciosa acabei não conversando com ninguém, mas teve dois fatos inusitados.

O primeiro foi um cara correndo com uma camiseta que dizia o seguinte "18 weeks ago, it seemed like a good idea" que traduzindo quer dizer "18 meses atrás isto parecia ser uma boa idéia". Dei tanta risada que quase tropecei...

E o segundo foi uma família acompanhando o marido... Lá no km 32 comecei avistar uma mulher e duas crianças, que deveria ser suas filhas, andando de patins. No km 35, vi que ela estava acompanhando o marido e além deles ainda tinha o treinador de bicicleta. Se fosse só isso estava tudo certo, só que o treinador brigava com o cara que estava correndo, a mulher brigava com o treinador defendendo o marido e o pior trecho da maratona estava se tornando um verdadeiro caos. Deu vontade de passar por ele e dar os parabéns, pois se fosse comigo neste ponto da maratona, eu teria mandado todo mundo para aquele lugar...

Analisando o Resultado

No site, os tempos parciais mostrados são o tempo bruto e não líquido, segue os tempos marcados pelo meu relógio e o ritmo médio

10km        20km        21,097      30km         40km           42,195
00:54:03   00:54:24   00:06:01    00:49:49    00:57:45      00:12:14
00:05:24   00:05:26                    00:05:35    00:05:47      00:05:34

A primeira metade a media ficou 5:26 e na segunda 5:41 e a media da fc na maratona inteira foi de 175 ( a mais baixa de todas as maratonas que eu fiz).

Analisando o resultado eu vi que perdi cerca de 3 minutos nas 2 últimas paradas de gatorade, o que explica a diferença que eu senti no tempo final da maratona.

Adorei o lema!!!!!
Sou mais alta que o Messi..rs rs rs rs

domingo, 2 de outubro de 2011

De malas prontas

Esta semana entro na melhor semana de todas da fase de treinamento, a semana que antecede a prova. É uma semana de preparativos para o grande dia, é hora de preparar as malas, separar os suplementos, imprimir comprovantes e informações, mas acima de tudo descansar, cuidar da alimentação e preparar a mente. Fazendo um paralelo é como se fosse a véspera de uma prova na escola, o que tinha que ser feito já foi e agora não existe milagre, não dá para mudar ou melhorar nada. Se o dever de casa foi bem feito, é provável que você se saia bem na prova, se não foi, provavelmente a lição terá que ser refeita, pois nesta prova não dá para colar.

O lado bom é que estou muito mais forte, confiante e tranquila, bem diferente da Maratona do Rio, onde a insegurança predominava. Desta vez, não montei estratégia, a minha única estratégia será fazer o que eu treinei e curtir a prova. E as boas notícias não param por aí, a previsão do tempo é mínima de 10°C e máxima de 21°C, ou seja, nada de calor na cabeça.

Quanto aos treinos da semana passada, devo dizer que fui enganada. Normalmente existe uma redução, entramos na fase de "polimento", só que desta vez, o volume diminuiu, mas a intensidade aumentou e na musculação nada de de grandes reduções, apenas os exercícios de pirâmide foram trocados por series de resitência e força, ou seja, nos dois casos redução imperceptível.

Na terça-feira, 30 min de corrida leve, eu corri mais um pouco para fechar 5km.

Na quarta-feira, 4 de 1min sai fraco e chega forte seguidos por 5 de 1,5 km a 85%. Fiz a series de 1,5km com ritmo abaixo de 5:10.

Na sexta-feira, o treino foi mortal, fazia tempo um treino durante a semana não acabava comigo, foram 5 de 7 min sendo 3min a 80%,  3min a 85% e 1min forte. Comecei fazendo os 80% a 5:20, os 85% a 5:00 e o forte abaixo de 4:00. A partir da terceira serie, a fc aumentou muito e tive que reduzir o ritmo para 5:30 (80%) e 5:20 (85%), mantendo o forte abaixo de 4:00. Ao término estava tão cansada que não consegui fazer meu treino de musculação, até tentei, mas foi o treino mais "matado" que já fiz na vida.

No sábado, eram 15min de aquecimento seguido por 4 de 5km com ritmo de prova ou menos ate 5'10.
Fiz 3km de aquecimento em quase 17min e iniciei as series, como comecei cedo, o clima não estava muito quente e eu estava me sentindo bem, deixei a corrida fluir e fechei as três primeiras séries com ritmo medio de 05:09, 05:03 e 05:08. Já na última serie o calor apertou e como não podia ser diferente muito ritmo despencou, daí so me restou completar a kilometragem fechando a última serie com ritmo medio de 5:26.

Embarco na sexta-feira para Buenos Aires, sábado será dia de retirar kit e domingo um novo capítulo desta história será escrito, mas o final só saberemos depois de percorer 42195m.