terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A corrida e o Mundial

A semana finalmente acabou....ufa!!!! Sabe aquela semana que você reza para terminar e que merecia uma maratona por dia só para tirar o stress???? Então, a minha semana foi assim.... Muitos problemas no trabalho, pressão por todos os lados e como sempre a corrida virou minha válvula de escape. Pra ajudar ainda mais, o volume do treino começou a subir e agora o papo é o seguinte, “se não agüenta sai do play”

Na terça-feira o treino parecia inofensivo, era 10 min de trote bem leve seguido por 20 de 1min ritmo médio. No começo só alegria, mas nos últimos 4 a perna começou a reclamar. No final fechei o treino com um pouco mais de 5km

Na quarta-feira quase variação do mesmo tema, 30 min a 75% seguidos por 10 de 20'' ritmo médio, mas desta vez concluído sem problemas, fechando o treino com quase 5km.

Na sexta-feira foi off sem ser, até tinha treino, mas perdi a hora, em vez de acordar as 5:00 como sempre acabei acordando as 6:20 e daí já não dava mais tempo de fazer nada. Tirando o exagero de achar que minha maratona estava comprometida pelo treino perdido, até que foi bom não treinar na sexta-feira.

No sábado nada de folga, o treino era 3 de 4 km a 80%, até comecei bem fechando a primeira serie com ritmo médio de 5:27, mas daí a fc resolveu aumentar e fui obrigada a reduzir a velocidade fechando as outras series com ritmo médio de 5:31 e  5:38.
camisa

No domingo chegou o dia de enfrentar os 15km do Sgto Gonzaguinha, na verdade seria um treino de luxo, pois o treinador pediu para correr sem forçar mantendo os 80%. São Pedro até resolveu dar uma ajudinha e o dia começou nublado e sem aquele calor insuportável que dominou a semana.

Como era o dia da final do mundial e o meu timão estaria em campo buscando mais um título, resolvi correr com o manto sagrado, uma maneira de homenagear meu time do coração.

Quando a prova começou, tive que me controlar para não me animar muito e com isso correr forte, neste momento recordei como é bom treinar para a maratona, o ritmo confortável que nos leva longe sem aquela dor insuportável.

Com isso, pude reparar no que acontecia a minha volta; no trânsito da marginal repleto de torcedores, numa corredora sem perna correndo com muleta, uma outra moça com sobrepeso fazendo o percurso andando e nos milhares de corredores percorrendo o mesmo caminho que eu.

E assim fui seguindo, km a km apreciando cada metro percorrido, mas no km10 próximo a quadra da Gaviões eu cansei. O jogo havia começado fazia uns 10 min e os gritos da torcida me fizeram arrepiar e deram um incentivo a mais para continuar em frente.

Só que o gás acabou de vez no km 11 próximo a ponte da Cruzeiro do Sul. Um cansaço absurdo bateu e continuar correndo era quase impossível. Olhei para a ponte e pensei “Posso desviar aqui e logo chego no final, é só um treino mesmo, não tem problema”, daí olhei para meu peito e vi o brasão do timão, eu estava com o manto sagrado…. Como poderia simplesmente parar…. O Corinthians estava do outro lado do mundo enfrentando o maior jogo da sua história e eu não podia correr mais 4km? Não tinha como parar tinha que seguir em frente não por mim mas pelo Corinthians. Neste ponto da prova, o que era para ser um simples treino se tornou uma batalha, como todo jogo do timão.

Passei pela ponte e segui em frente, evoquei a Dolly (sim o personagem do desenho “Procurando Nemo”) e comecei a repetir “Continue a correr, continue a correr…”. O bom de ser maratonista experiente é que sabemos correr com as pernas cansadas e mesmo com tudo contra o ritmo foi mantido e consegui percorrer os últimos km sem andar. Dizia para mim “agüente firme, termine esta prova e o sua parte para o Corinthians ser campeão você fez”

Quando entrei na escola da Polícia Militar e cheguei na pista sabia que faltavam alguns metros apenas, mas não dava para ter Sprint e minha idéia foi apenas em manter o mesmo ritmo até o final. Só que faltando uns 50m um outro corredor me alcançou colocou a mão nas minhas costas e disse, “Vamos, vamos terminar esta prova” e na companhia dele resgatei o último gás e acelerei cruzando a linha de chegada com 1:22:29.

Quando finalmente parei a emoção tomou conta de mim, havia feito a minha parte e agora o Timão estava mais perto de ganhar aquele título. Comecei a chorar e demorei alguns minutos para conseguir voltar ao normal.

Dito e feito algum tempo depois, Corinthians fez 1 a 0 e conquistou mais um título mundial e esta corrida entrou definitivamente para a minha história como uma das mais importantes.
Corri por ti Corinthians
Corro por ti Corinthians

Sobre a prova, a organização durante o percurso foi impecável, mas para mim falharam em 3 pontos na chegada:
  • Kit foi composto por barra de cereal toda amassada e maçã podre
  • O local da retirada da medalha estava totalmente “enlameada” e com muita água, para passar não tinha jeito tinha que enfiar o pé na lama preta (que não sai do tênis de jeito nenhum). A organização deveria ter mudado o local ou pelo menos forrado para minimizar o estrago.
  • O guarda volume ficava do outro lado, dentro do ginásio ou dava-se uma volta imensa ou passava por onde os corredores estavam chegando

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Marcadora de ritmo - A missão em VWrun




Estou a semana inteira pra escrever este post e tudo parece não querer a publicação, primeiro fiquei sem inspiração, as palavras simplesmente não fluiam, ontem com um pouco de esforço consegui escrever uma boa parte e hoje quando estava quase terminando o Windows resolveu reiniciar e tudo que eu tinha escrito simplesmente sumiu... Sim, eu salvei o texto, faço isso frequentemente só que após o restart o que estava salvo era o texto de antes de ontem, ou seja perdi tudo...

Assim resolvi deixar meus excessos de detalhes e fazer o resumo do resumo do resumo afinal esta semana foi minha estreia como marcadora de ritmo na VWrun e não posso simplesmente não registrar o fato.  

Por causa do trabalho perdi o treino da terça, falei com o treinador e pedi para jogar o treino de terça para quarta, assim minha semana começou na quarta-feira com 6 de 6min sendo 3 min fraco e 3min medio, corri cerca de 1km em cada serie, fechando o treino com quase 7km

Na sexta-feira o treino foi estranho por causa calor, estava abafado e corri a maior parte do tempo com uma dor de cabeça chata, o treino era 10 min de trote, seguido por 2 de 3 km a 85%. O ritmo médio ficou em torno de 5:20 e fechei o treino com um pouco mais de 7km

No sábado o treino não era nem um pouco ideal para o calor, pois era de 10 a 12 km 75%/80%. Assim iniciei o treino na base super cedo e deu certo, consegui correr até 10,5km com a fc nos 75%, apenas ultrapassando nas subidas. Após isso, a fc foi para os 80% não retornou mais até o final quando concluí os 12km com os incríveis 1h24min (sim eu consigo correr lento assim).

No domingo chegou o dia da VWRun, uma corrida dentro da fábrica da Volkswagen, e minha estreia como marcadora de ritmo. Já calejada com a ASRD onde estacionar dentro do Autodromo era uma verdadeira odisseia, resolvi chegar cedo, só que as 6:30 da manhã não foi cedo o suficiente e amarguei 20 min de trânsito.

Quando cheguei lá parecia que estava em outro país, em vez do calor da semana, o tempo estava fechado com neblina e uma garoa irritante.

Fui para o ponto de encontro para pegar minha camiseta e encontrar os outros marcadores de ritmo. Só que minha camiseta sumiu e enquanto o pessoal procurava desesperado eu me divertia, pois isso so poderia acontecer comigo... A zicada.... A única solução que tive foi correr com a minha camiseta (aquela discreta do Colucci) ao lado do outro pacer e com isso me tornar a primeira marcadora de ritmo sem ser....rs rs rs
A camisa perdida


Bem, fomos para a largada e assim que iniciou percebi a roubada que havia entrado.... não sei da onde eu tirei que o circuito era plano, na verdade a prova iniciou com uma forte subida, depois lá pelo km 4 descemos sem parar e do km 5 ao 8 parecia uma montanha russa cheios de subidas e planos. Quando entramos dentro fábrica, uma pessoa gritou esta é a última subida e agradeci a Deus por isso, pois como marcadora de ritmo tinha que manter 5:30 não importando se estava subindo, descendo ou no plano.

Quando entramos dentro da fábrica, tudo ficou abafado ainda mais depois de subir todas as ladeiras e comecei a me sentir mal querendo sair de lá o mais rápido possível. Ao sair passamos pelo 8km e estávamos cerca de 30seg acima do ritmo (no km 4 com todas as descidas fechamos o km com ritmo de 5'00 e nos km seguintes não conseguimos compensar), mesmo tentando reduzir a ritmo passamos o km 9 com 30" acima, o que nos obrigou a fazer o último km na descida a um ritmo de 6'00, fechando os 10 km em 54min52seg.

 Adorei esta prova é um circuito desafiador e muito legal de ser completado, mesmo acontecendo restrito a uma fábrica. No ano que vem pretendo voltar. Mas acima de tudo amei a oportunidade de ser marcadora de ritmo. Nunca havia corrido um circuito com grande variação mantendo ritmo constante. E de certa maneira consegui ser constante.

Domingo próximo estarei em mais uma prova, a Sargento Gonzaguinha. Será a primeira vez que corro esta prova e verei se a Yescon melhorou na organização. Desde 2010 que risquei as provas desta oraganizadora do meu calendário e veremos domingo se vale a pena incluir no calendário novamente.

Os marcadores de ritmo

camisa do 4'30 emprestada para a foto :-)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Elas estão descontroladas....


Todo início de temporada é sempre a mesma novela, controlar a fc, mantê-la dentro de um limite ao mesmo tempo que a velocidade aumenta..... Eu diria que esta tentativa é quase tão inútil quanto tentar prender num espaço restrito um animal criado na natureza, uma hora ele ficará descontrolado, arrebentará tudo sairá livre para a natureza....

Bem eu particularmente já perdi a esperança em ter a fc baixa, acho que estarei daqui 20 anos velhinha, lembrando dos tempos antigos e falando a mesma coisa.... início de temporada, fc alta, corro um pouco e ela ultrapassava o limite, bla, bla bla..... Mas no fundo, bem lá no fundo estou feliz, já conheço o processo, sei como tudo irá evoluir e em breve estarei rodando meus 60, 70km semanais rumo a maratona e com a fc onde deveria estar.....


O mais engraçado de tudo é falar início de temporada em Dezembro e as vésperas do fim do mundo. Estamos tão condicionados a renovar ânimo e esperanças no final do ano que é meio estranho iniciar algo, justamente quando tudo está terminando. Estou tendo dificuldades em encarar o treino como treino, para mim ainda estou na fase diversão.

A primeira semana oficial foi relativamente tranquila, na terça-feira o treino foi 20min de trote seguidos por 
10 de 1 min a 75%, fiz o intervalado com ritmo de 6'30 e fechei o treino com 4km.


Na quarta-feira o treino foi parecido 10 min de aquecimento seguido por 15 de 1min a 80% sem forçar. Neste caso fiz os intervalados a 5'00 e fechei o treino com  4,3km.


Na sexta-feira os 75% continuaram me perseguindo, o treino foi 2 de de 3 km a 75% que levei quase 46min para completar.

No sábado o treino era 10 min de aquecimento seguido por 10 de 500m a 80%. Como o dia estava nublado e não tão quente, consegui manter um ritmo de 5:10 a 5:20 (bem diferente dos 4:50 que conseguia fazer em junho).


No domingo lá fui eu para o revezamento ASRD, todo ano falo que não vou correr, mas em cima da hora sempre aparece alguma desistência e lá vou eu correr no inferno do Autódromo de Interlagos. Eu não sei o que é pior a "Perinfernal" do Rio, o Autódromo em SP ou a Politécnica na USP, a disputa é boa...


Bem, mas voltando a prova, a idéia era fazer 2 voltas e completar 10,5km. Para ajudar o coach pediu para não deixar a fc chegar nos 90% mesmo na subida. O planejado era o Frotinha abrir o revezamento e fazer 4 voltas, eu faria 2 voltas e o Thales fecharia com mais 2 voltas, mas o dia estava muito quente e como não valia nada, decidi na terceira volta do Frotinha acompanhá-lo. Ele, por sua vez, estava saindo de uma gripe e já não estava muito bem e acabou fazendo a última volta no ritmo da pangaré aqui que além de tudo não podia deixar a fc subir muito.

Fizemos a primeira parte da volta a 5:30 e na última subida fiz andando para manter a fc baixa. Quando estávamos nos 400m finais da primeira volta, o Frotinha falou pra mim que meu objetivo era alcançar a moça de rosa que estava na nossa frente. Como objetivo dado é objetivo cumprido eu acelerei e ultrapassei a menina, mas a brincadeira fez com que a fc ultrapassasse 90%. Daí desisti de dar mais uma volta, pois seria impossível controlar a fc naquele sobe e desce e embaixo daquele sol. E assim fechei mais uma participação no ASRD.

Na semana que vem terei mais uma prova, mas desta vez será um experiência diferente, serei pacer (a 5:30) no VW Run, a prova dentro da fábrica da Volkswagen. Será minha primeira vez como marcadora de ritmo e o mais legal será correr esta prova, sempre tive curiosidade mas nunca tinha conseguido encaixar a agenda. Na semana que vem eu conto como foi a experiência....

domingo, 25 de novembro de 2012

Balanço de 2012



Não é Black Friday, mas chegou a hora de fazer o balanço de 2012... Tudo bem que normalmente faço isso em Janeiro junto com as promoções pós-Natal, mas neste ano tive que antecipar um pouquinho (ou bastante..) por causa do treinamento para a Maratona de Boston.

O bom do Blog é poder rememorar o passado, relembrar dos compromissos assumidos e principalmente reviver o momento. O ano de 2012 iniciou turbulento, estava estressada e sem esperança, meio seguindo a música "Deixe a vida me levar", decidi então não fazer meta e sim fazer o meu melhor... Só que uma parte do texto me chamou a atenção e reproduzo abaixo:


"Pensando nos anos desde que comecei a correr, vejo que rodamos em ciclos, 2008 foi excelente, repleto de conquistas, 2009 foi complicado, mas me ajudou a realizar 2010 e 2011 voltei a ter um ano complicado. Como dizem, é na dor que evoluímos mais e posso dizer que aprendi muito neste ano, mais do que nos outros".

Como eu previ 2012 foi responsável pela virada mais fantástica que já tive e pelas conquistas mais surpreendentes. Primeiro tive que entender tudo que estava acontecendo comigo, repensar meu valores e objetivos de vida e tomar a decisão de mudar. A troca de emprego fez tudo melhorar e a vida voltar ao eixo. Revi meus conceitos e percebi que gastamos boa parte da nossa energia e tempo em coisas que não valem a pena.... Será essa a sabedoria da meia idade????? Bem, vamos voltar a corrida e deixar a parte filosófica da vida para outro momento.

Só que a mudança do trabalho e a redução do stress fizeram meus tempos melhorarem com mágica. Aqui acho que vale um parênteses:
Na verdade, acho que poderia utilizar os dados dos meus treinos para um estudo sobre a influência do stress no treinamento de um atleta. Infelizmente somos amadores e temos que equilibrar nossa vida esportiva com trabalho, família e outras preocupações. O treinamento nos faz evoluir, mas como tudo na vida é contínuo e sem salto. Tenho registro dos meus treinos desde 2008 e a partir de Abril é notório o salto, ou seja, a redução dos tempos.
Fecha parênteses.

Analisando o ano, creio que posso dividi-lo em três partes, a primeira marcada por quebras e stress, a segunda marcada pela preparação para a Maratona e a grande conquista do índice e a terceira marcada pelo treino de intensidade para melhorar velocidade nas curtas distâncias e corrigir algumas deficiências.

Esta última fase foi a mais difícil de todas e também a mais cansativa, pois para mim correr maratona é tranquilo e prazeroso, enquanto correr em alta velocidade é dolorido e praticamente não existe prazer, o negócio é terminar e pronto. Durante os treinos tive que encontrar meu pace pois nunca havia feito treino de velocidade e como meu tempos reduziram, perdi completamente a noção. O resultado foi uma sequência interminável de quebras durante os treinos. Nunca na minha história de atleta deixei de concluir tantos treinos por simplesmente não conseguir correr mais. Só que no final tudo valeu a pena, consegui finalmente correr em velocidade e a suportar melhor a fase anaeróbica.

Outra mudança efetuada neste ano foi a inclusão de mais um dia de treino, ao invés de 4 treinos semanais passei a fazer 5 e este aumento no começo foi complicado, pois correr no dia seguinte a um longão não é tão fácil como se parece e demorei algumas semanas para começar a se acostumar. Com isso meu volume semanal aumentou e no segundo semestre fui capaz de correr uma meia maratona sem fazer nenhum treino acima de 10km.


Graças a tudo isso, 2012 ficará marcada como o ano que conquistei PR em todas as distâncias
  • 42km - maratona de Rosário - 3:39:37
  • 21km - Golden Four Brasília - 1:46:50
  • 10km - Tribuna FM - 0:48:30 (na Corrida Santos Dumont eu bati esta marca, mas como a prova tinha 300m a mais o tempo não é oficial)
  • 5km - M5km - 0:23:30
Daí fica o questionamento, o que fazer depois de Boston, até onde poderei melhorar, até quando continuarei a evoluir......Estes questionamentos permanecerão adormecidos até a maratona, pois somente voltarei a pensar nisso após Boston.

Nesta semana inicio novo ciclo de treinamento e pela primeira vez passarei as festas de final de ano treinando pra valer. Todo o treino sofrerá mudanças pois terei que estar preparada para a variação altimétrica da prova, além de ter que treinar pesado nos meses mais quentes do ano. Mas estou animada e ansiosa para voltar a treinar para uma maratona. Que venha os treinos!

Para terminar não posso deixar de agradecer aqueles que me ajudaram a chegar até aqui:
  • Ao Orlandinho, meu treinador por quase 4 anos e principal responsável em me tornar uma atleta. Muitas vezes também assumindo o papel de psicólogo para aguentar minhas crises quando os treinos não saem como deveriam sair. 
  • Ao Robson, meu professor de musculação, por quase 2 anos e responsável pela minha preparação física para aguentar todos os treinos e provas sem qualquer lesão.
  • Ao Dr Ronaldo Leão Abud, meu médico que cuida de mim a mais de 15 anos e que diz que já que eu vou fazer loucura ele precisa pelo menos ser co-autor e me ajudar.
  • Ao Mário meu nutricionista que vivo fugindo, mas que sempre me orienta e sempre monta uma estratégia perfeita para a maratona.
  • A todos amigos e familiares que me apoiam incondicionalmente.

domingo, 11 de novembro de 2012

A novela chamada Inscrição para Boston


"O Destino é inexorável" já dizia Merlin, não importa quantas voltas a vida dá, se tiver que ser e você lutar, ele será. Como nada na minha vida veio fácil, a inscrição para Boston também não viria e o pior, por incrível que pareça, é que o mais difícil não foi treinar e correr uma maratona para sub 3:40, os detalhes transformaram o fácil no quase impossível.... Mas vamos começar pelo começo e como dizia um programa infantil, senta que lá vem estória...

A estória de Boston começou a mudar num domingo após a prova da Tribuna. O Nelton, até então um amigo, brincou que iria para Rosário me puxar os ultimos km da maratona. A prova caía exatamente no período do Rio+20 e ele teria alguns dias folgas. A princípio não acreditei, depois achei ele louco, pois sem mais nem menos ele fechou a viagem, colocando inclusive em risco a preparação para as provas dele. Depois comocei a amar a idéia, afinal ter alguém com você nos km finais de uma maratona não tem preço.

Quando fui para Rosário os treinos apontavam que podia correr abaixo de 3:45 e que em condições perfeitas poderia ser sub 3:40, so tentava não pensar nisso queria ir correr sem pressão, meu objetivo era fazer o meu melhor, se saísse o índice ótimo, se não saísse tudo bem tentaria numa outra maratona no ano que vem. Só que não tinha como não pensar no índice pois em 2013 eu faço 40 anos (antes que os engraçadinhos falem não sou "gato" ao contrário) e o índice para 40 anos era de 3:45.

Durante a prova eu me esforcei bastante, mas nos quilômetros finais quando a tendência é deixar o ritmo cair o Nelton me puxou e só fiz um sub 3:40 porque ele estava lá comigo. Concluir em 3:40 ou 3:42 já me deixava feliz e de quebra garantiria meu índice.

Quando os resultados oficiais foram divulgados uma surpresa, o tempo oficial no site era de 3:40:24. Dias depois achei num site de fotos e num site do tipo "webrun" o resultado com tempo líquido 3:39:37, pensei "tudo bem em vez de fazer a inscrição com 5 minutos antes, faço inscrição junto com todos os outros mortais que tem índice".

Nesta época o Nelton já me perturbava, "pede o certificado, eles precisam te mandar o certificado com o tempo oficial". Eu mandei algumas mensagens pela ferramenta do site e também alguns e-mails para os endereços da organização, mas não recebi nenhuma resposta.

Em 17 de Setembro quando foram abertas as inscrições encarei a triste realidade, para Boston você tem que ter a idade no dia da prova (15/04/2013) e não apenas no ano. Em outras palavras, para todas as provas no Brasil a partir de 01/01/2013 eu começo a fazer parte da faixa etária 40-45, mas para Boston eu ainda tenho 39 anos, pois faço aniversário em 09/05 ou seja 24 dias depois do dia 15/04. Assim meu índice era na verdade 3:40 e não 3:45 como imaginava e a vantagem de quase 5 min passou para -24".

Perceberam o 24 novamente? O meu tempo bruto ultrapassava 24" o tempo de corte e meu aniversário 24 dias. Meus pais brincaram comigo dizendo que na verdade a culpa era deles, pois eu deveria ter nascido antes do dia 15/04, mas se isso tivesse acontecido a diferença de idade entre mim e meu irmão seria menor que 12 meses, pois ele nasceu em 15/04 (mesmo dia da prova) um ano antes de mim.

Voltando, para piorar a situação na semana de inscrição o resultado do site do tipo "webrun" começou a apresentar erro e fui obrigada colocar na inscrição o link do site oficial como tempo bruto e link do site de foto como tempo líquido.

Semanas se passaram sem qualquer retorno de Boston, numa angústia total, era como se tivessem me dado um doce e depois tirado. Já estava olhando uma outra maratona como plano B e o Nelton enviou mais de 50 mensagens via ferramenta do site para eles sem nenhuma resposta.

No começo de Outubro fui acompanhar o Nelton na Maratona de Buenos Aires e eis que andando na Expo, encontro nada mais nada menos que um stand da Maratona de Rosário. Paramos para falar com eles, expliquei o caso e falei da importância do certificado e eles ficaram de mandar o certificado. Anotei a necessidade e meu e-mail no caderno deles e o Nelton pediu o e-mail da pessoa. Saindo de lá o Nelton comentou comigo, eles vão esquecer, chegando no hotel você manda e-mail pedindo o certificado.

Na segunda-feira pós maratona mandei um e-mail para ele pedindo o certificado e novamente não obtive resposta alguma. No dia 15 de Outubro recebo resposta da Maratona de Boston, solicitando o certificado com meu tempo líquido e informando que minha inscrição estaria em "on hold" até o recebimento do certificado.

A depressão bateu, encaminhei esta mensagem para o e-mail da pessoa de Rosario e nada novamente. Já tinha jogado a toalha já estava me conformando em fazer outra maratona para obter o índice, mas o Nelton me disse que iria continuar tentando e se fosse necessário iria na IAAF. Bem ele achou a pessoa no Facebook e também a fanpage do Atletismo Rosario (organizador da maratona), mandou DM, mandou e-mail, publicou no mural e quando mencionou a IAAF eles responderam.

No mesmo dia eu recebi meu certificado e encaminhei para Boston que responderam prontamente e dias depois recebo a confirmação da inscrição e o cartão abaixo pelo correio.

A novela estava encerrada e em 15/04/2013 irei correr a Maratona de Boston e esta prova não será de apenas uma pessoa, pois se vou em 2013 é por causa do Nelton, assim não correrei apenas por mim, mas por ele também.

Agora começa a segunda parte, preparar tudo para a viagem e daí levei um outro susto, como é caro!!!! Já fiz algumas mudanças, a festa dos 40 anos que planejava no ano que vem já era e estou aceitando doações, presente de aniversário adiantado, patrocínio, etc rs rs rs Mas o mais importante é que lá estarei, claro se o mundo não acabar em Dezembro de 2012.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Golden Four Brasília


No domingo eu finalmente debutei no circuito Golden Four, sim nunca havia corrido nesta serie criada para performance e devo dizer que fiquei bastante impressionada.

Foram na realidade duas estreias, uma na prova e outra em Brasília. Eu já havia ido para Brasília uma vez, mas fui a trabalho, mais exatamente para uma reunião e passei menos de 8 horas por lá, não dando tempo sequer para dar uma volta pela cidade, mas neste feriado foi diferente, consegui pelo menos fazer um tour diferente pela cidade. :)

Estas provas especiais tem um tempero a mais, o encontro dos amigos, muitos são virtuais morando em cidades diferentes e justamente nestas provas é que conseguimos nos reunir. É o momento para matar saudades, jogar conversa fora e principalmente falar do que mais gostamos, correr. Cada um no seu ritmo, com seu objetivo, mas todos fazendo o que amam.

Aproveitando o feriado viajamos na Sexta-feira e a noite fomos com minha amiga Leticia para um barzinho, sim, eu frequento barzinho.... Tá certo que não lembro quando foi a última vez, mas eu frequento...rs rs rs




No sábado entre uma chuva e outra foi dia de visitar a Expo para retirar o kit, almoçar no shopping com amigos e como não podia faltar jantar pizza com os amigos.
No domingo, acordamos cedo e ainda escuro fomos de carona com a Letícia até a largada. Lá encontramos vários amigos e após breve conversa, fui para o aquecimento e em seguida me posicionar na largada. Graças ao meu resultado de Rosário foi possível largar na Elite B.
Eu e Leticia no amanhecer em Brasília
Quando foi dada a largada, já fiquei no canto, pois o ritmo de parte dos corredores seria maior do que o meu e não queria atrapalhar ninguém. Foi engraçado pois o começo da prova é um desfiladeiro e com corredores indo num ritmo mais forte que o seu a tendência é correr mais forte, com isso o ritmo do 1º km foi alucinante.

A descida seguiu até o km 3 quando viramos a direita. A partir daí virou uma reta com falso plano e lá pelo km 4 eu estava entediada, querendo parar de correr, desistir de tudo. Agradeci a Deus pelo Nelton ter decidido fazer a prova dele e não me puxar como havíamos combinado, pois era uma pressão a menos, não precisava correr para PR. Entendi também naquele momento o que a Leticia havia me contado na sexta, que era entendiante correr naquela reta. Bom como não tinha o que fazer nem como voltar, fiz um acordo com o meu corpo, manter o ritmo em torno de 5:00 até o fim da reta e quando fizesse o retorno para voltar tudo eu poderia seguir no ritmo que quisesse já que este trecho seria o único de leve subida da prova.

O retorno chegou um pouco depois do km 8 e quando comecei a subir aquele tédio passou e consegui manter um ritmo de 5:15/5:20 na subida. No km 10 o relógio marcava 50min cravado.

Perto do km 14 viramos a direita novamente no Eixo Monumental para continuar a descer. Ao passar pelo km 15 o relogio marcava 1:16 e numa rápida conta vi que ainda era possível conseguir fechar a prova dentro do objetivo 1h45, se corresse abaixo de 5:00/km. Aquilo me encheu de ânimo e comecei a acelerar, mas a descida não acabava e pior virou um desfiladeiro.

Perto do km17 chegamos numa espécie de plano, daí viramos a esquerda e depois a direita e a descida continuou. Ao passar no km 18 pensava, "só faltam 3, só faltam 3, acelera" e nisso comecei a passar alguns corredores ao mesmo tempo que minha musculatura começou a dar sinal de cansaço e a junta do dedão do pé começou a doer.

Neste momento um corredor voltava para encontrar a amiga (ou namorada não sei) e quando a viu deu a volta e começou a puxá-la, "Vamos Maria, falta menos de 3km acelera"; senti um pontada de inveja, dela estar com alguém a ajudando e eu correndo sozinha, mas ao mesmo tempo aquilo me incentivou e acabei conseguindo acelerar mais.

No km 20 a descida finalmente acabou fizemos um retorno e viramos a esquerda rumo a chegada, só que já estava com a musculatura cansada, o ritmo caiu um pouco e fiquei com a sensação que fosse desmaiar, mas segui em frente. Faltando 500m vi o Nelton me esperando e foi a melhor visão da prova inteira. Ele se aproximou e eu falei que não estava bem. Ele seguiu me incentivando falando que so faltava uma volta na pista do Espéria. Virei a direita e acelerei nos últimos 100m (na hora achei que tivesse me arrastando, mas olhando os dados no Garmin eu fui a 4:30 neste trecho), cruzando a linha de chegada em 1h46min50s (novo PR mundial) e dizendo que nunca mais correria na vida.

Todas as sensações possíveis passaram por mim nos minutos seguintes, era uma mistura de felicidade, alívio, raiva, tristeza e eu só pensava "Não preciso correr mais, não quero correr mais". E o Nelton brincou comigo na hora "Amor você tem Boston pela frente".... Mas isso é outra história....

Meu companheiro nas pistas e na vida

domingo, 21 de outubro de 2012

M5km

Algumas provas são planejadas, existe um treinamento específico e pode ou não trazer bons resultados. Já outras aparecem no seu caminho do nada e daí não tem como negar e o resultado é uma caixinha de surpresa, é um pouco do tipo "o que tinha pra hoje".

Desta vez, tudo começou quando recebi um e-mail do Thiago da agência DM9 me convidando para a prova M5k. Achei tão bonitinho o convite e pensei "por que não?" Normalmente em época de treinamento para maratona eu nego várias provas, pois o foco total está nos treinos e como um ser metódico, não me permito algumas escapadas, mas agora o treino está realmente em velocidade e o momento é realmente de experimentar outras provas.

 Uma rápida consulta com treinador e tudo certo, prova encaixada no meios dos treinos.


A proposta era receber o kit, customizar a camisa e antes da prova tirar umas fotos para a Fanpage do evento. Recebi em casa o kit completo da prova incluindo a camisa e o chip e vários recados para ficar atento a troca do horário de verão (Sou fã da Corpore, a organização e o cuidado deles é muito bom).

No domingo, acordei cedo e fui de metrô até o Anhangabaú, correr no centro histórico é uma delícia e o percurso era uma espécie da corrida do Centro histórico ao contrário. Cheguei perto das 7:00 deixei bolsa no guarda volume e fui aquecer. O treinador pediu para eu fazer um bom aquecimento e descansar pelo menos 12 min.

As 7:30 fui para o ponto de encontro, Stand VIP do McDonalds, mas era do lado do palco principal e estava uma bagunça por causa do aquecimento, esperei alguns minutos lá, mas infelizmente não achei ninguém. Como eu queria sair na frente, já que minha inscrição não foi de Elite, resolvi ir para largada. Passei rapidamente na Tenda Corre Brasil, para encontrar com Colucci, esposa e filhote e de lá fui pra largada. Consegui ficar praticamente na fita o que me ajudou na largada a evitar o atropelo

Algumas cenas interessantes, a galinha da Sadia estava lá e me lembrava como eu ando depois do longão. Estava tão complicado para ela andar que tinha duas pessoas do lado so para segurar. O Ronald também passou por lá e deu seu recado. Existia vários homens que literalmente pararam pra ver a mulherada de rosa passar.

Devo confessar que o tempo que esperei para a largada foi o tempo mais longo da minha vida, eu estava concentrada pra prova e a mulherada em minha volta fazendo uma festa sem fim. Eu nunca tinha corrida uma prova feminina e não tinha noção do barulho que 4000 mulheres podem fazer juntas. Estou curiosa para ver as fotos pois devem estar engraçadas, as mulheres pulavam e gritavam e eu com aquela cara "o que eu estou fazendo aqui" :).

Bom mas quando foi dada a largada saí com uma alucinada, olhei o relógio e ele marcava 3:56, pensei na hora "Será que consigo chegar inteira no final?" segui no ritmo forte e deixei o ritmo entrar sozinho, puxei tanto no nos primeiros metros que tinha a sensação que ia desmaiar.

Passando o 1ºkm começou minha luta pessoal em manter o ritmo forte, o meu garmin ficou louco com os predios e o ritmo variava muito, então meio que deixei de lado e segui minha percepção de esforço. Devo confessar que não lembro muito do percurso e nem deu para admirar os pontos históricos, só lembro das subidinhas e de uma senhora me passando como se não tivesse fazendo esforço nenhum.

Lembro que passei o 3ºkm com 13:43 e vi que terminar antes dos 24min era possível. A partir daí a luta para manter o ritmo se tornou cada vez mais difícil, não via mais nada, apenas me concentrava em seguir em frente e ficava o tempo todo dizendo para mim mesma, "tá acabando continue correndo forte". Os metros finais era numa descida e agradeci por isso. Quando cheguei a fc estava nas alturas e demorei um tempo para me recuperar.

Fui direto ao guarda volumes peguei minhas coisas e fiquei sentada suando tentando entender o que tinha acontecido, sim eu fiz os 5km em 0:23:30. Impressionante....

Esperei mais um pouco, voltei no Stand VIP do McDonalds para ver se conseguia encontrar com o Thiago, mas não vi ninguém, daí decidi ir embora.

Agora a pouco saiu o resultado, foi 23ª colocada no geral e 4ª na faixa etária... Dá para imaginar minha alegria? Estou aos poucos ganhando velocidade nas curtas distâncias e isto é fruto do treinamento.

No final o mais legal desta prova não foi o resultado e sim foi ver muitas mulheres correndo pela primeira vez, descobrindo o gosto pela corrida. O número de mulheres em provas de corrida de rua ainda é reduzido e competitivas então é menor ainda e eventos como este ajudam a divulgar o esporte.


sábado, 20 de outubro de 2012

Os 10 km da Corrida Santos Dumont e os proximo desafio M5km

Na sexta-feira estava assistindo um filme sobre surfe e o sentimento que imperou foi o de "free spirit". Os personagens formavam uma grande família e juntos seguiram surfando nos principais points da África.

Confesso que fiquei com vontade de surfar, mas calma, não irei mudar de esporte até porque tenho pânico de água. Só que acabei fazendo uma correlação entre este sentimento de "free spirit" do surfe com o da corrida e acabei indo mais longe entendi porque gosto tanto de maratona.

Quando treino no início do dia, enquanto a cidade ainda dorme, no silêncio dos meus pensamentos ao ritmo das minhas passadas vendo o primeiros raios de sol surgir ao horizonte, meu espírito flutua e neste curto espaço de tempo me sinto livre e conectada a natureza.  Acho que é por isso que gosto tanto de treinar de manhã, a tarde a cidade está agitada, todo mundo querendo chegar em casa, o stress já tomou conta, os problemas já nos dominaram e conseguir deixar tudo de lado é praticamente impossível. O treino acaba sendo uma válvula de escape.

A mesma coisa acontece quando corro uma maratona, o ritmo mais tranquilo e constante permite com o passar das horas este sentimento de "free spirit" tome conta de mim fazendo com que tudo em minha volta se apague e fico numa espécie de atmosfera zen onde meu espírito flutua.

Só que neste semestre nada disso está sendo possível, meus treinos passaram dos longos para os curtos e intensos, onde preciso o tempo todo lutar para manter a velocidade, rezar pra conseguir chegar até o final, lutar contra o estômago embrulhado e a vontade absurda de parar. São treinos diferentes, mas apesar de não muito agradáveis são importantes para o desenvolvimento da velocidade. Além disso, preciso de um descanso das longas distâncias até para me recuperar.

Assim foi nos 10km da corrida Santos Dumont, realizado no dia 12 de Outubro, comecei forte tentando manter o ritmo e vendo ele cair nos falsos planos e voltando a subir quando falso plano acabava. Meu principal objetivo era não andar, não ceder ao pedido do corpo de parar, vontade esta que se tornava cada vez mais forte com o passar dos km. O máximo que fazia era reduzir um pouco a velocidade para deixar a fc baixar e depois voltar a acelerar novamente e o tempo todo me perguntava o que eu estava fazendo ali e porque me sujeitava a desafios como estes. E assim fui seguindo até o final passando pelos 10km em 0:48:17 e cruzando a linha de chegada (10,3km) com 0:49:39. Na classificação geral feminina fui 25º colocada e terceira na minha faixa etária.

Se com 10km eu sofri desta maneira, imagina será os 5km do McDonalds no domingo. Será a primeira a primeira vez que vou correr pra valer uma distância curta e uma prova só de mulheres. Depois eu conto como foi. 





domingo, 14 de outubro de 2012

Buenos Aires, o retorno

Na semana passada voltei para Bueno Aires, mas desta vez não para correr e sim para ser staff do namorado que iria enfrentar sua primeira maratona. Pela terceira vez, retornei as terras portenhas e já me sinto tão a vontade por lá que já posso quase me considerar uma moradora da cidade, perdendo o medo de andar pela cidade.

Diferente da primeira vez, ficamos num hotel distante do centro turístico e nos deslocamos basicamente de metrô, conseguindo assim vivenciar a rotina dos argentinos. Na primeira vez fiquei num hotel próximo ao centro e fiz tudo o que turista faz e minha impressão foi das piores, achei os argentinos na grande maioria mal educados. Certa vez, conversando com um amigo ele me disse que eu estava errada e se quisesse realmente conhecê-los, devia ficar longe do centro turístico, pois a grosseria deles eram respostas as grosserias dos brasileiros. Dito e feito, a impressão que eu fiquei nesta viagem foi exatamente o contrário da primeira.

Mas voltando ao motivo principal da viagem, a maratona, senti uma espécie de "revival", revendo a Expo e acompanhando a prova. Exatamente um ano atrás estava na cidade para correr esta maratona, depois da quebra no Rio, com a cabeça cheia de incertezas e sob um forte stress que somente seria diagnosticado meses depois. Hoje com a vida mais calma, tive a constatação de quanto minha vida mudou e melhorou em um ano e o quão feliz estou. Parece que tudo de ruim ficou para trás e de agora em adiante só coisas boas irão acontecer.

Bom mas voltando para a prova, ser staff é tão ou mais cansativo que correr a prova, principalmente quando quem você está auxiliando corre muito. A estratégia combinada era o seguinte, esperar a largada e ir até a estação de metrô (cerca de 1,8km de distância), seguir até a Plaza de Mayo (km13 da prova). Dali seguir a pé ia até Puerto Madero (km29) e esperar para entregar a Coca-cola. Uma vez entregue, correr até o metrô e voltar para chegada. O planejamento era lindo mas a execução teve alguns imprevistos.

Amanheceu frio e garoando e a esperta aqui esqueceu de pegar o guarda-chuva e a capa de chuva que tinha levado e novamente tomei chuva e passei frio sendo staff do namorado (a primeira foi na maratona do Rio). Quando foi dada a largada esqueci de acionar o relógio e quando me dei conta não tinha muita certeza de quanto tempo tinha passado, então resolvi considerar 5min. De qualquer modo, tinha apenas 50 min para chegar na Plaza de Mayo e decidi ir correndo até a estação para chegar mais rápido. Quando cheguei lá, os locais de venda de bilhete estava fechado e acho que minha cara de desespero era tão grande, que o moço deixou eu entrar mesmo sem passagem. Só que o metrô demorou para passar e acabei chegando 5 min atrasada.

De lá fui a pé para Puerto Madero e ainda tinha que achar um local para comprar Coca-Cola. Por sorte achei em Puerto Madero mesmo, uma lojinha aberta que tinha Coca-cola. Eu devia ter ficado por lá aguardando a elite passar, mas o medo de desencontrar do namorado me fizeram ir direto para o local de encontro, ficando por lá cerca de uma hora embaixo de garoa e com vento gelado.

Quando ele finalmente passou e entreguei a Coca-Cola, eu estava tão congelada que não conseguia nem correr direito. De lá, começou a minha saga para chegar na chegada antes dele. Ainda bem que o metrô não atrasou e uma corridinha da estação até a chegada me fizeram chegar faltando 5 min da estimativa de término, mas ele demorou para chegar e cada minuto que passava mais angustiante se tornava a espera. Quando finalmente eu o vi, todo aquele sentimento de preocupação e angustia passaram e pude finalmente começar a relaxar.

Só então depois de voltar para o hotel, tomar banho, fazer checkout e ir almoçar é que percebi que não havia bebido nem comido nada desde de manhã. Faziam quase 7 horas que estava em jejum completo.

No final, o Garmin marcou um pouco mais de 8km (ele não contabilizou a ida e volta de metrô) que me cansou mais que uma maratona inteira e encerrando assim mais uma aventura em terras Portenhas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Treino, corrida e certificação

Bem que eu tentei escrever, mas finalizado o curso preparatório para o PMP entrei no período de estudo e devo confessar que estimei errado o nível de esforço e tempo que estudo levaria. Foram 4 semanas de total dedicação e conciliar com trabalho e treino foi algo complicado. No final tudo deu certo, no dia 20/09 consegui obter finalmente meu certificado. PMP para quem não sabe é uma certificação para gerente de projeto.

E no meio de todo estudo os treinos evoluiram, além de também ter passado por uma certa adaptação. Trocar treinos de maratona por treinos curtos e de velocidade, parece ser fácil, mas na realidade não é. Eu perdi a noção do meu ritmo forte, o quanto eu aguento correr 3k, 2k ou simplesmente series de 500m e pior, quando a fc atinge um certo patamar continuar correndo torna-se impossível. Vários treinos eu quebrei, não consegui completar por mais que me esforçasse.

Mas com o passar das semanas e principalmente após a certificação, onde consegui descansar, eu comecei a correr melhor e aos poucos a velocidade foi melhorando e agora sinto menos desconforto correr forte. Outra coisa que notei é que minha fc está subindo mais rápido, mas também a recuperação é mais fácil.

Claro que a mudança da temperatura na semana passada também ajudou muito a melhorar a qualidade do treino. Correr com 15ºC é melhor do que com 30ºC, o problema é quando a temperatura ficou abaixo disso, você demora muito para esquentar e a velocidade máxima só é obtida na 3 serie.

Durante este período também teve o Timão Run e eu pretendia escrever a respeito, mas como simplesmente "sumiram" com meu resultado e mesmo reclamando várias vezes não tive um retorno sequer, resolvi não falar nada a respeito desta prova e provavelmente não correrei mais nenhuma prova da Geo Eventos. A prova foi muito boa, mas a organização conseguiu estragar o mais importante, a publicação do resultado.

Neste tempo também fui treinar no Parque do Trote na Vila Maria e gostei muito de lá. É uma pista larga de quase 900m de terra batida, onde é possível fazer bons treinos sem ter que ficar desviando de muitas pessoas. O parque tem banheiro e bebedouro, não possui estacionamento, mas é possível parar na rua sem dificuldades. Para quem está acostumado a correr em pista, é um lugar bem interessante para experimentar.

O meu próximo desafio será nos 10km na Corrida Santos Dumont em Santana, praticamente quintal de casa, já que já treinei tanto neste circuito que conheço cada buraco, cada sombra do percurso.

domingo, 26 de agosto de 2012

I'm back

Como diz o ditado "o bom filho a casa retorna", estou de volta e agora para ficar. Acho que desde que comecei a escrever o blog nunca fiquei tanto tempo sem fazer qualquer atualização, mas foi por um bom motivo.

Bem em primeiro lugar deixo claro que não morri e que este post não é fruto de uma sessão mediúnica. Minha ausência também é justificada, desde a maratona tive que me concentrar num curso para obter a certificação PMP e o meu tempo simplesmente acabou. A saga da certificação ainda não terminou e por isso o blog deve sofrer mais um pouco nas próximas duas semanas.

Neste período de ausência também fiquei doente...A chuva e o frio que eu peguei na maratona do Rio (não estava correndo, apenas assistindo), aliado a baixa imunidade provocada pela maratona de Rosário, me fizeram ficar doente e tive todos os "ites" possíveis, laringite, sinusite e rinite com muita febre, dor de cabeça e fraqueza. Com isso fiquei mais de 2 semanas parada e o semestre que já seria curto ficou ainda mais curto.

Só voltei a treinar no final de julho, mesmo assim poucos dias da semana por causa do curso para certificação. Esta semana foi a primeira semana que consegui treinar 5 vezes na semana, nas outras o máximo que conseguia eram 3.

Como o semestre é curto, o trabalho será focado na intensidade. Serão treinos curtos, visando o aumento de velocidade e posso dizer que estes treinos irão doer mais que os longões do primeiro semestre.

As metas para este segundo semestre são: 

09/09 -Timão run - 8km

12/10 - Corrida Santos Dumont - 10km

04/11 - Golden Four - Brasilia (prova alvo, abaixo de 1:45)

Em Novembro saio de ferias dos treinos, pois em Dezembro inicio a preparação para a Maratona de Boston. Este ano o Natal e o Ano Novo serão regados a muitos treinos.

Com relação aos treinos da semana, também uma novidade estou voltando a treinar de manhã. Esta estória de correr a noite depois do trabalho não é pra mim, normalmente estou cansada do dia e o treino não rende muito. Eu também perdi velocidade e a fc voltou a ficar alta e isto tem prejudicado o rendimento nos treinos.

Na terça o treino era 5 de 1 km a 80%, seguido por 1 de 2 km a 85%. Consegui manter o ritmo de 5:10 nas series de 1km e 5:07 na serie de 2km. No final com aquecimento fechei o treino com quase 8km

Na quarta-feira 15 a 20'00 bem leve, seguido por 12 x 30'' sendo 1 fraco, 1 medio e 1 forte. Treino tranquilo de quase 5km.

Na sexta-feira o bicho pegou, o treino era 10 de 2'00 75/80%, seguido por 3 km FORTE. Fiz os intervalados sem forçar a 5:10, mas isso não foi suficiente para que eu aguentasse os 3km. Como estava sem referência iniciei com ritmo de 4:20 e fui bem até quase 1,8km, daí a fc subiu muito e eu fui obrigada a parar para deixar a fc descer. Segui em frente mantendo o pace, mas faltando 400m tive que fazer outra parada. No final descontando as paradas fechei os 3km em 13:11 e devo ter ficado uns 30"parados. O resultado não foi bom, mas serviu para eu identificar minha fc máxima e também para eu criar uma referência. Terminei tão destruída que foi difícil ir trabalhar em seguida.

No sábado a planilha dizia 10km a 80%, treino tranquilo que fechei em 52min

No domingo mais uma pedreira, 12 min de aquecimento seguido por 3 de 2 km a 90%. Como fui treinar na base fiz as series com subida e vento contra, ou seja, tudo para tornar o treino mais divertido. Mesmo assim o ritmo da series de 2km ficou em 4:45 e no final fechei o treino com um pouco mais de 7,5km.

E assim fechei minha primeira semana de 5 treinos pos maratona de Rosário. Está tão dificil voltar a velha forma que eu me pergunto como fui capaz de fazer a prova da Tribuna em 48min.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Maratona de Rosário e o Índice para Boston

Quando escolhi correr Rosário não tinha noção que esta prova iria entrar para a história, que seria em terras Argentinas o cenário propício para eu obter o melhor resultado da minha vida. Só posso resumir esta viagem numa palavra: Perfeição.

A primeira vez que li sobre esta prova foi na na ContraRelógio e uma frase me chamou a atenção, "você conhece Argentina ou somente Buenos Aires?" e posso dizer que eles estavam com razão. Para todos que eu contava que ia correr em Rosário, a pergunta era sempre a mesma, "fica aonde?" ou então "Você vai correr em Buenos Aires?" e indo para esta cidade acrescento mais uma informação, Buenos Aires é uma cidade para turista brasileiro, quer conhecer realmente a Argentina vá para Rosário, Mendonza ou qualquer outra cidade.

A cidade 
Rosário é uma das cidades mais importantes da Argentina e da América do Sul. Localizada na província de Santa Fé, a 300 km da capital, Buenos Aires, Rosário chama atenção por suas belezas naturais e por sua rica cultura, como espetáculos de dança, música, peças de teatro e etc.

Monumento de La Bandera
Foi em Rosário, em fevereiro de 1824, que a bandeira da Argentina foi erguida pela primeira vez, pelo General Manuel Belgrano. Rosário é um município com excelentes opções de hospedagem, várias opções gastronômicas, museus, teatros e praças. Às margens do Rio Paraná, essa linda cidade da província de Santa Fé, conta com as Ilhas do Alto Delta que lhe dão um ar litorâneo.

Margens do Rio Paraná - Parque España
Rosário além de suas belezas, é um importante pólo de produção da Argentina e da América do Sul, se destacando ultimamente pela produção de recursos tecnológicos. Por possuir uma economia forte e importante na Argentina, Rosário é uma cidade que recebe muitos eventos e congressos, contribuindo assim cada vez mais para seu crescimento.
(fonte: http://www.rosarioargentina.com.br/ )

Por não receberem quase turistas brasileiros, eles não aceitam real, não falam "portunhol", mas são extremamente simpáticos e atenciosos para tentar te ajudar, bem diferente de Buenos de Aires. O que é claro não te livra de alguns embaraços linguísticos (só quem viajou para um país estranho sabe o que é isso, né Bessa????)

Outra coisa que chamou a atenção é que não trabalham com cartão, tudo lá, principalmente restaurante é pago em dinheiro (peso).

A viagem

Não existe vôo direto do Brasil, ou você vai via Gol com escala em Porto Alegre ou vai de Aerolineas Argentina com escala em Buenos Aires. Nos dois casos será necessário uma espera significativa.

O aeroporto é bem pequeno quase de cidade do interior e foi preciso esperar quase uns 15 minutos por um táxi (sim, não existe fila de táxi esperando na porta, pois o aeroporto fica numa outra cidade formada praticamente por condomínios fechados, muitos utilizados apenas nos finais de semana)


A véspera e a retirada do kit

 Chegamos em Buenos Aires na sexta-feira a noite e no sábado foi dia de retirar o kit. No local de retirada do kit, apesar de não muito grande conseguiram montar uma pequena feira. Como cheguei tarde, havia uma fila grande para retirar o kit, mas a educação dos atletas me surpreendeu. Não havia baias ou corredores para orientar a fila, mas cada pessoa que chegava via onde era o final e aguardava lá até chegar sua vez, sem tentar furar a fila. Não sei ao certo, mas devo ter levado uns 40 a 50 minutos para pegar o kit, sem atropelo e sem stress. O kit era simples formado basicamente pela camiseta, numero do peito, pulseira de largada e chip.

Com o kit na mãoera hora de ir almoçar, descansar, arrumar as coisas para o dia seguinte e jantar, não necessariamente nesta ordem.

Kit separado

A prova
Por ser uma região com baixas temperaturas (de 8ºC a 15ºC), e amanhecer tardio (o amanhecer acontece por volta das 7:00) a largada é dada as 9:00. Com isso, foi possível acordar as 7:00, tomar café com calma e ir trotando para a largada (o hotel ficava a menos de 1km do hotel).

A largada acabou atrasando 5 minutos e iniciou após uma contagem regressiva animada. Haviam muitas pessoas assistindo a largada e a presença do público foi uma constante em quase todo o percurso, Rosário realmente parou para assistir a prova.


Só que desta vez eu não estava correndo sozinha, o destino resolveu me dar uma ajudinha de última hora e para esta prova tive o privilegio de ter o suporte de um coelho pra lá de muito especial, o Nelton. O plano original era que ele iria correr os últimos 12km comigo, mas na hora ele resolveu iniciar a prova comigo e fazer os primeiros 2km (que no final acabaram sendo 3km).

No primeiro posto de hidratação uma surpresa, não havia copinho fechado e sim copo térmico grande de água, tentei beber e consegui no máximo um gole apenas. Aquilo me preocupou, pois com posto de hidratação de 5 em 5km e aquela quantidade restrita de água eu podia ter problemas de desidratação. Um pouco antes de me deixar o Nelton me perguntou qual era o ponto de hidratação importante para mim e eu disse o 15º km. Ele me disse para não me preocupar e que ele iria me esperar lá.

Segui sozinha mantendo o ritmo e passei os primeiros 5km com um pace medio de 5:10, só que num posto de hidratação proximo ao km8 eu vi que estavam distribuindo garrafas e tentei pegar uma ao invés do copo e quase fiz um strike me chocando com um staff. Peguei a garrafa enquanto o staff gritava "Vamo, Vamo, Vamo!" , mas perdi alguns segundos preciosos. Daí decidi correr segurando a garrafa a fim de garantir hidratação pelos proximos 2 km.

Só que entre o km 5 e 10 eu tive uma queda de ritmo e acabei fechando os 10km com ritmo 5:15. A partir daí acabou o aquecimento e sabia que precisava acelerar, comecei a forçar o ritmo e subi para 5:05/5:10.

Próximo ao km 15 encontrei o Nelton me esperando com uma garrafa de água, me hidratei novamente e segui forçando o ritmo. Este foi o melhor momento da prova e pude baixar o ritmo médio para proximo dos 5:12.

No km 20 encontrei com o Nelton novamente e seguimos juntos até o km 22, passando a metade da prova com cerca de 1h50. Neste momento eu vi que o marcador de ritmo dos 3h40 estava exatamente atrás de mim, junto com um pelotão enorme de corredores e a partir daí começou o meu inferno. Eu acelerava para deixá-los para trás e ele me seguiam. Olhava para o relógio e via que meu ritmo medio estava abaixo de 5:10 e pensava "caramba, este caras estão acima do ritmo, se continuarem assim vão terminar antes de 3h40".

No km 24 tinha um posto de powerade, mas não consegui pegar garrafa apenas o copo, tentei beber mas sem chance, joguei tudo fora. Um pouco mais na frente um corredor paraguaio me ofereceu a garrafa dele, consegui beber um pouco, agradeci e devolvi a ele que repassou para outros atletas. Daí eu entendi a solidariedade deles. Quem pegava garrafa e não bebia tudo, fechava e deixava em pé no meio da rua para o próximo corredor pegar. É realmente uma solidariedade que não vemos por aqui.

Bem segui em frente tentando me livrar do pelotão, mas lá pelo km 26 resolvi fazer minha prova e deixar eles prá lá pois sabia que se tentasse ficar na frente deles ia quebrar, visto que o ritmo estava alucinante. Só que eles me passaram e não abriram e um cara de bicicleta, provavelmente o pacer de algum atleta ficou entre mim o pelotão simplesmente me atrapalhando.

Fiquei nesta situação por um tempo até que o cara da bike conseguiu me irritar profundamente, daí resolvi acelerar ultrapassar todo mundo ir para o outro lado da rua e abrir uma certa distância. Isso funcionou por um tempo, pois meu ritmo caiu e perto do 29km eles me ultrapassaram e abriram uns 20m.

Com um pouco mais de 30km encontrei com o Nelton, que me esperava com um powerade e começamos o caminho para a casa. Logo em seguida teve uma subida, acelerei, passei o pelotão e abri. Perto do 32km a visão do paredão era incrível, havia muita gente quebrando e começamos a ultrapassar um a um.

No km 35 comecei a sentir as dores do acúmulo de lactato, mantive a concentração das passadas e segui em frente, no km 37 as dores melhoraram. Quando passamos pelo km 38 o Nelton me disse "sabe qual é a distância até Boston? São menos de 25 minutos" era hora de seguir em frente.

Mas a corrida me reservava uma surpresinha de última hora, perto do km 40 eu cansei e comecei a me sentir mal, parecia que ia desmaiar, pedi para o Nelton não me deixar, tomei metade do último gel e fiz um acordo com o meu corpo, "quanto mais cedo terminar a prova, mais cedo você irá descansar". O Nelton me perguntou o tempo da prova e vi que era possível um sub 3:40.

Então vi que o percurso mudava e em vez de seguir pelo túnel, íamos pegar uma verdadeira descida. Comecei a descer meio que controlada, mas na metade vi a placa do km 41 e resolvi acelerar. Depois da ladeira seguimos pela rua rumo ao pórtico de chegada, as pessoas gritavam e aplaudiam e era como se me empurrasse. Fiz o último km mais alucinante da minha vida chegando no final a um ritmo de 4:12.

Quando cruzei a linha de chegada, o relógio mostrava 3:39:38, não só tinha conseguido índice para Boston como tinha diminuído 5 minutos do tempo necessário. Eu era uma sub 3:40. Chorei de soluçar abraçada ao Nelton, eu tinha conseguido, 2 anos de treinos duros me levaram até aquele momento e sim eu era uma vencedora.

Quero agradecer a todos que durante estes 2 anos acompanharam minha saga, me deram força e de certa forma sofreram comigo. Vocês tiveram um papel importante nesta conquista, pois o carinho que recebi aqui foi fundamental para enfrentar todas as dificuldades.

Agora posso dizer que a distância entre sonho e realidade são 42.195m


Olha o sorriso de felicidade

Mais pose para foto
 
Nelton e eu


A medalha

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Tá chegando a hora

Este ano ficará conhecido com o ano dos PR batidos e desta vez o PR não tem nada a ver com corrida e sim com relação a este blog. Acho que pela primeira vez desde que comecei a escrever que o blog ficou sem atualização por 3 semanas. O lado bom é que eu continuo viva, sobrevivi as 2 semanas infernais e este texto não é fruto de psicografia.

Semana de Treino 28/05 a 02/06

Quando recebi a planilha não sabia se ria ou chorava e no final acabei surtando, pois o longão novamente foi alterado para domingo. Fazer longão no domingo significa ter que trabalhar no dia seguinte com o corpo todo moído e eu estava passando por isso na semana, pois o cansaço do longão do domingo atrapalhou o trabalho na segunda e me impediu de treinar na terça.

Depois que o surto passou respirei, pensei melhor e resolvi seguir a planilha com o planejado ou seja, treinar de quinta a domingo, fechando o domingo com 34km. E ainda para ajudar, resolvi fazer na quarta-feira o treino que perdera na terça, aumentando para 5 (cinco), os dias seguidos de treino.

Na quarta-feira o treino era 10 de 4 min sendo 1 min fraco e 3 min medio. Fiz o fraco com ritmo de 6:30 e o medio com ritmo de 5'00. No final fechei o treino com um pouco mais de 8,5km.

Na quinta-feira o treino era 8 de 1 km com ritmo de 5'00 e o descanso era aguardar a fc chegar a 125/130. Consegui fazer as series no ritmo determinado e a recuperação ficou em torno de 1min, ou seja pela primeira vez não tive problema em fazer a fc retornar, muito pelo contrário ela retornou rápido demais. No final junto com o aquecimento fechei o treino com um pouco mais de 11km.

Na sexta-feira, o treino era 8 km ritmo progressivo. Como estava chovendo não quis arriscar um resfriado e fiz o sacrificio e fui para esteira (sim so nestas ocasiões quando uma maratona está perto é que treino na esteira e no Esperia é ainda pior pois da esteira dá para ver a pista e você fico olhando e desejando estar lá). Bom, comecei com velocidade 8/9km/h e subi para 10km/h nos proximo 2km, 11km/h nos proximos e 12km/h no ultimo. O treino até que não foi tão ruim em virtude do progressivo, pois eu tinha com o que me entreter.


Daí fui arrumar minha mala e ir para o Rio. Sim decidi tudo na sexta-feira mesmo, na maior correria. No domingo teria um treinão 15/30km e com todo o suporte e seria perfeito para rodar os 34km.

Mas antes do longão de domingo eu tinha treino no sábado e fui experimentar um local muito legal de treino, a Lagoa. Amei correr na Lagoa e sim os cariocas tem vários lugares muito bom de treino e a Lagoa está entre eles.

O treino era 5 de 3 km 80/85%  e como o tempo estava encoberto mas com alta umidade acabei fazendo as series com ritmo variando entre 5:10 e 5:20. No final fechei o treino com 18km, considerando o aquecimento.

Depois do treino fui buscar meu kit para domingo e quando estava quase saindo, vejo uma moça de boné rosa passando por mim. Pensei na hora "Elis? será que é ela?" resolvi arriscar e chamei por ela. Ela me olhou e então me reconheceu.... sim era a Elis, a minha amiga virtual, representante dos Baleias e que nunca tínhamos conhecido pessoalmente. Fiquei muito feliz e soube que na vida não existe coincidências. Bem com o kit na mão retornei para o hotel para descansar e me preparar para o domingo.

O domingo amanheceu com um ceu azul lindo e já dizendo que iria esquentar e judiar dos atletas. Chegando no Aterro, soube que iria correr na Perimetral, a volta de 15km era 5,5km na perimetral, fazendo o retorno passando pela largada, indo mais 2km no sentido do Aterro e voltando para a largada novamente. Como ia correr 34km, decidi que faria 4km antes e depois 2 voltas completas de 15km fechando o treino.

Assim comecei antes e quando passei na largada, a mesma já tinha acontecido e com isso corri sozinha o tempo todo. Para evitar a quebra que tive na maratona do Rio, decidi não forçar correr baseado na sensação de esforço, mesmo que o ritmo final ficasse acima do esperado. Só que a fc estava ótima mesmo considerando o calor e consegui correr com ritmo em torno de 5'15/5'25 quase o tempo todo.

Por incrível que pareça a Perimetral foi mais fácil que o Aterro. No Aterro o vento acabava e o calor vinha com tudo, fazendo com que meu ritmo simplesmente desabasse, na perimetral tinha uma brisa e ajudava o corpo esfriar. Fiz a primeira volta bem e iniciei a segunda mantendo o ritmo. Passei pelo 30km com 2h40, mas sofri muito nos 4km finais por causa do calor, fechando o treino com 3h04 e a certeza que se com o calor fiz um excelente treino, na maratona no frio eu ia simplesmente voar.

Assim fechei a semana infernal com os incríveis 80km rodados em 5 dias seguidos.

Semana de Treino 28/05 a 02/06

O preço de todo o esforço feito nos 5 dias de treino eu paguei na segunda-feira. Tive início de febre, dor no corpo e início de resfriado e o resultado foram 2 dias off (segunda e terça). A sorte é que tinha feriado na quinta e a semana foi curta.

Na quarta-feira, o treino era 10 de 1 min a 80% seguido por 5 km a 85% e como estava chovendo lá fui eu novamente sofrer na esteira. O treino foi meio complicado, principalmente nos intervalados, mas cumpri o planejado. No final  junto com o aquecimento rodei 8,5km.

Na sexta-feira, apesar da garoa e do frio, eu fui treinar na pista e o treino era 6 de 1 km 80%. Consegui fazer todos as series com ritmo de 4:40, fechando o treino com quase 8km.

No sábado, amanheceu um dia perfeito, tempo frio, encoberto e sem chuva, exatamente o que devo encontrar em Rosário e com isso consegui fazer o melhor treino na minha vida. Passei os 21,1km abaixo de 1:49:40, batendo meu PR na distância e fechando os 30km com 02h36 simplesmente inteira e com a fc nos 80%.

No domingo, acordei com preguiça e em vez de treinar fui assistir o jogo do Nadal, mas estava tão cansada que resolvi empurrar o treino para terça-feira. fechando de maneira preguiçosa e com chave de outro minha semana infernal.

Semana de Treino 04/06 a 10/06

Faltando 2 semanas para a maratona, a ordem agora é cuidar do descanso e da alimentação. O volume de treino cai e a velocidade tende a aumentar.

Na terça-feira foi a hora de pagar a preguiça de domingo e lá fui eu completar o treino 10 de 1'30 sendo 30'' fraco, 30'' medio, 30'' forte, seguido por 10 km progressivo ate o talo. Nos intervalados fiz o fraco a 6'30, o medio a 5'00 e o forte a 4'00. No progressivo, dividi em 4 partes, fiz os primeiros 3km a 5'40, os outros 3km a 5'15, os proximos 2km a 5'00 e os ultimos 2km a 4'40. Fechando o treino morta e com 14km.

Na quinta-feira o treino era  10 de 500m a 85% e consegui manter um ritmo de 4'30 em todas as series fechando o treino com um pouco mais de 7,5km.

No sábado o treino era 15km no ritmo da prova. Apesar do calor, mantive o ritmo e fechei o treino com 1h17 com a fc um pouco acima do normal.

No domingo o treino era  7 de 1 km 80/85%, mas segui o conselho do treinador e não forcei muito para não chegar desgastada na maratona. Fiz todas as series com ritmo de 5'00, fechando o treino de maneira leve com 8km.

Bom agora é arrumar as malas, descansar e viajar. Domingo será o grande dia onde farei aquilo que treinei, nem mais nem menos. Nada pode ser mudado agora é so seguir o que já foi ensaiado.

A previsão é de tempo bom, com temperatura variando entre 8ºC e 18ºC.

Desta vez não estou ansiosa, estou calma, a pior parte já passou, superei todos os problemas e cheguei até aqui inteira. Se alguém me dissesse no início do ano que a vida daria tantas voltas e que eu estaria aqui neste momento, tão bem e tão feliz, eu não acreditaria. É como se a chuva passasse e o sol abrisse.

Não sei como terminará esta história, mas o final não importa, darei o meu melhor e isto já é o suficiente.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tribuna 10km - A receita para PR

Houve um tempo que conseguia escrever toda semana, mas parece que a mudança de emprego tornou tudo mais agitado, ainda mais com o volume para maratona ficando cada vez maior.... Azar meu que deixei acumular e vou ter que escrever tudo de uma vez.... E haja o que escrever, pois teve de tudo, tiro de velocidade, longão, PR e muito blablablarun.

Mas vamos começar pelo começo, depois da semana onde consegui um pace fantástico nos 30km, meu treinador resolveu "acabar" literalmente comigo e montou uma planilha no mínimo insana. Quando recebi, não sabia se ria ou chorava, mas como não tinha jeito, resolvi enfrentar.

Na terça-feira o treino era 8 de 1 km sai fraco e chega forte, como 1 km são 2,5 voltas na pista, decidi fazer 1/2 volta a 6'30, 1/2 a 6'00, 1/2 a 5'30, 1/2 a 5'00 e 1/2 acelerando até o máximo. No final com aquecimento rodei quase 9,5km

Na quarta-feira o treino era 3 de 3 km ritmo medio, resolvi sentar a bota e fazer com ritmo proximo aos 5'00, sofri um pouco pois o Garmin resolveu aumentar o erro (na pista o Garmin fica meio louco e marca menos) e o ritmo final acabou ficando perto dos 5'10.

Na sexta-feira, o treino era 6 de 1 km sendo 1 fraco e 2 medios, o fraco saiu  com ritmo em torno de 6'30 e o medio em torno de 5'05.

No sábado o bicho pegou a planilha dizia 10 de 2,5 km com fc variando de 80 a 90%, seguidos por 1 de 3 a 6 km fortes. Comecei bem voando baixo com ritmo em torno de 5'00/5'10 sem forçar. Tudo ia bem até a 7ª serie quando simplesmente cansei, a partir daí entrou a cabeça em ação, a mente mandava e o corpo obedecia reclamando, só que na última serie cansei de vez e o corpo se rebelou, com isso fechei a última série com ritmo de 5'30.

Tentei falar para o treinador que não dava, que não ia correr mais e ele fez igual juiz de futebol, virou as costas e mandou seguir o jogo, então juntei o resto das forças que tinha e fui fazer a última parte, de 3 a 6km forte. No final acabou saindo 3 km a 5'30 e como fala um amigo meu, "era o que tínhamos para hoje".

Cansada fui para casa arrumar as minhas coisas para ir para Santos, afinal no dia seguinte era dia da Tribuna. Ainda antes de sair, meu treinador vira para mim e fala "amanhã vai para cima e nada de vir com resultado de 50min".... Pensei na hora (e so pensei) "tá ficando maluco? Se eu morri hoje como vou correr abaixo de 50min amanhã?"

A noite ainda rolou encontro dos laranjinhas e acabei fazendo um PR na quantidade de pizza consumida. Ao todo foram 7 pedaços, 4 salgados e 3 doces e detalhe não fiquei com aquela sensação de ter comido demais.... (acho que dava para ter comido mais alguns rs rs rs)

No dia seguinte, hora de encarar os 10km. Fui para a largada com o Jr, claudia, Nelton e Ogata, mas quando chegamos fiquei apenas com o Jr e a Claudia, pois largávamos no mesmo setor. A presença deles me ajudaram a fazer o tempo passar sem que a ansiedade tomasse conta. O filme da T&F do ano passado ia e voltava na minha mente e estava com receio de passar pela mesma situação, de chegar no km7 quebrada e com vontade de não correr nunca mais na vida, mas quando foi dada a largada tudo se apagou e passei a pensar apenas na prova.

Tentei não puxar tanto no início, mas mesmo com 16.000 pessoas, eu consegui fazer meu ritmo logo nos primeiros metros. Fui atrapalhada apenas no túnel, mas depois dele consegui correr na boa, fazendo alguns zigue-zague nas ultrapassagens. A minha estratégia era não puxar muito no início, queria garantir pelo menos um sub50, mas o corpo estava bem e acabou encaixando o ritmo de 4:50.

No km 4 uma cena inusitada, um comerciante resolveu fazer propaganda de churrasco e colocou um churrasqueira na calçada e com microfome ficava anunciando a oferta e caso alguém estivesse interessado era so pegar a ficha no caixa.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas assistindo, o tempo todo tinha público e parecia uma São Silvestre.

Quando passei pelo km5, estava me sentindo bem e resolvi manter o pace. No km8 lembrei de uma história que haviam me contado no dia anterior
Abre parênteses
A estratégia para 10km é o seguinte, senta a bota desde o início e se você chegar no km8 sem achar que não vai conseguir terminar a prova, você não correu rápido o suficiente
Fecha parênteses

Eu cheguei no km8 inteira e naquele momento eu percebi que podia ter acelerado, então resolvi puxar um pouquinho e no km final acelerar o máximo.

Quando faltava 700m um cara se aproximou, eu disse para ele, você me puxa e eu te puxo, ele concordou e aceleramos mais. Só que ele cansou e gritava para mim, Cadê a chegada? Vai embora não vou aguentar... E eu gritava, falta 300m vamos embora não desisti não. Passei alguns metros na frente dele e ficava gritando para ele não desistir. quando cruzei a linha de chegada a surpresa, 48'30, novo recorde mundial pessoal.
Voltei e agradeci ao corredor pela companhia, naquele momento eu era a pessoa mais feliz do mundo e sabia no fundo que podia ter puxado mais desde o começo.

Semana pós Tribuna

Como a Tribuna não era minha prova alvo, nada de descanso e os treinos continuaram na semana normalmente, mas pelo menos meu treinador deu uma aliviada e então apelidei esta planilha carinhosamente de "melhora da morte". Você alivia um pouco para na semana seguinte matar de vez.

Na terça-feira 14 de 500m ritmo medio, resolvi fazer mais tranquilinho e o ritmo variou entre 5:00/5:15 e no final fechei o treino com quase 9km, considerando o aquecimento.

Na quinta-feira, foi dia da artilharia, 20 de 1'30 ritmo medio. Comecei com ritmo em torno de 5:00 e fui aumentando chegando a 4:50 nos tiros finais. No final fechei o treino com quase 8km

Na sexta-feira a planilha previa 9 de 500m sendo 2 fracos 1 prog. O treino foi tão tranquilo que até errei, no primeiro progressivo, esqueci e quase fiz fraco. No final fechei o treino com 6km.

No sábado, como meu treinador disse treino baba, 20 de 1'00 a 80%. Desta vez nada de tranquilidade, acelerei e fiz todos com ritmo abaixo de 4:30.

Daí chegou a vez do longão no domingo e eu podia escolher 14 de 2 km a 80/85% ou 1 de 30 km. Acabei decidindo pelo longão direto, a fim de pegar mais confiança. O tempo estava frio para quem estava dentro de casa, mas quem estava do lado de fora o sol esquentava que chegava a fritar o cérebro.

O Ogata tinha um longo de 20km pela frente e resolveu ir treinar na base também, sorte minha, pois ele acabou sendo meu coelho. A idéia era que ele fizesse apenas 10km comigo, mas ele acabou ficando os 20km e comprometendo em parte o treino dele, pois o ritmo deveria ter sido mais forte.

Nestes 20km conseguimos manter um ritmo medio de 5:16, só que depois o sol esquentou e eu desidratei (pergunta se cuidei da hidratação no dia anterior?) e a partir daí, o treino foi na raça, o ritmo caiu para 5:20 e nos últimos 3km, o Ogata voltou a me acompanhar ou pelo menos com o que restou de mim e com sua ajuda fechei os longos 3km com ritmo de 5:30, totalizando 2h40 nos 30km.

Foi um bom resultado considerando o sol e a desidratação, mas também foi um alerta, não dá para brincar com isso nestes treinos finais.

Agora é descansar e seguir em frente, tenho mais duas semanas pesadas pela frente e se conseguir sobreviver, a maratona será fácil...rs rs rs






segunda-feira, 14 de maio de 2012

Onde mora o coração e GRAAC

Tomei emprestado o título de um filme que eu adoro para falar destas duas ultimas semanas.  Quando comecei a treinar cada semana de treino era uma conquista, apreciava cada treino e mesmo terminando acabada, meu coração pulsava de alegria.

No ano passado eu perdi esta alegria e na preparação para a Maratona do Rio sofria em cada longão. Para Buenos Aires estava com o gosto amargo do Rio e não aproveitei tanto, mesmo terminando bem os treinos.

Quando 2012 começou, o stress do trabalho deixou tudo muito confuso e fiquei como zumbi, sem apreciar os bons momentos, incluindo os treinos. E agora que o tsunami da minha vida passou, finalmente estou redescobrindo a alegria nos pequenos momentos e cada treino voltou a ser uma grande diversão. Sem falar que treinar em dois períodos mexeu com a minha rotina e estou passando por uma fase gostosa de adaptação.

Com relação aos treinos na semana passada, o treino de terça era 4 de 10 min sendo 7 min fraco e 3 médio, o ritmo fraco ficou em torno de 6:40 e o medio em torno de 4:50. No final fechei o treino com um pouco mais de 8km.


Na quinta-feira o treino era 12 de 3 min sendo 1'00 fraco e 2'00 prog, como boa metódica que sou começava o fraco com ritmo de 6:30 e no progressivo subia para 6'00, daí ia para 5'30 depois de 30", 5'00 depois de 1 min e nos últimos 30" acelerava o máximo que dava, chegando a atingir 3:40/3:50. No final fechei o treino com um pouco mais de 8km também. Como fazia um tempinho que não acelerava assim, este treino me deixou dolorida até sábado.


No sábado mais um intervalado 15 de1 km a 80%, seguido por 9 km sendo 3 km a 85%, 3 km a 80% e 3 km a 85%. Como comecei treino tarde, o sol atrapalhou um pouco, so não foi pior porque um ventinho gelado ajudava a resfriar o corpo. As series de 1km variaram entre 5:30/5:10, sendo que a fc ultrapassou o limite, mas a media não. Na segunda parte, eu errei, achei que era 80%, 85%, 80% e na verdade era 85%, 80%, 85%. De qualquer forma, minha falta de paciência fez eu acelerar e os 9km acabaram saindo um progressivo comecei com 85%, passei para 90% e cheguei no final a 95%. A media da fc nesta parte ficou um pouco acima de 85%. No total rodei 25km.


No domingo antes do treino fui fazer uma caminhada no GRAAC. Conheci uma amiga no final de ano em Lambari e na época ela ficou animada pelo fato de eu correr e das minhas estórias de corredora. Se aqui já gosto de contar minhas aventuras, imagina com plateia...rs rs rs Bom, mas o fato é que não ficou só na animação, ela decidiu se aventurar neste mundo e GRAAC foi escolhida como a primeira prova. Desta vez ainda caminhando, mas já com planos de fazer a primeira prova de 5km correndo até o final do ano. Mais uma para o bando de loucos!!!!

Bem, mas voltando ao GRAAC eu prometi a ela que a acompanharia nesta primeira prova e foi muito legal, pois além dela, juntaram-se ao grupo sua prima e minha mãe. Foi a primeira vez que fiz uma prova caminhando, pude tirar várias fotos, interagir com as pessoas e realmente curtir cada detalhe. No final cruzamos a linha de chegada com um pouco mais de 35mim.
 
Daí, depois da diversão, voltei para casa para deixar minha mãe, tomei cafe da manhã e fui para o Esperia, pois 12km me esperavam. Quando comecei a perna estava doendo um pouco então deixei o ritmo entrar naturalmente, iniciei com 5:40, passei para 5:30 e no final tava correndo 5:25/5:15. A media final ficou 5:30 e a fc dentro do limite.

Quarteto fantástico


Olha como estava quente...rs rs rs
Momento fotografo perto da bateria de escola de samba
Ah, mas o post não acabou ainda....respirem um pouco e vamos para os treinos desta semana, que foi simplesmente sensacional. Nem nos meus melhores sonhos, cheguei a imaginar que fosse conseguir correr da maneira que corri, na velocidade que atingi e o principal, sem morrer no final. Ficou curioso? bom é so continuar lendo...

Na terça-feira nada de moleza, a planilha dizia 15 de 500m ritmo medio. Mesmo com frio corri com ritmo de 5:00 e fechei o treino com quase 10km considerando o aquecimento.

Na quinta-feira, a brincadeira ficou mais curta e mais pesada, o treino era 8 de 500m a 85%/90%. Com isso, o ritmo medio ficou em torno de 4:00 e fechei o treino com quase 5km. Foi a primeira vez que consegui numa serie de 500m atingir este ritmo e foi quase inacreditável, fiquei muito feliz em ter conseguido manter este ritmo até o final.

Na sexta-feira, menos de 12 horas depois do treino de tiro fui encarar 6km com ritmo de 80%. Corri leve, solta e sem forçar, deixando o ritmo entrar naturalmente. No final o ritmo medio acabou ficando em torno de 5:40.

No sábado tinha 30km pela frente e desta vez sem restrição de frequência, a ordem era apenas manter o ritmo constante. Devo confessar que comecei um tanto apreensiva, mas resolvi deixar o corpo encontrar seu proprio ritmo. Após o aquecimento comecei a rodar a 5:30 e aos poucos fui subindo a velocidade.
No km 10 uma surpresa, o Garmin começou a alertar bateria baixa, depois de me xingar por alguns km por ter esquecido de carregar a bateria, não tinha muito o que fazer a não ser seguir em frente considerando que uma hora o relógio ia morrer.

Como a mensagem de bateria fraca estava em cima do pace e da fc e eu não sabia que dava para remover (olha eu apanhando da tecnologia rs rs rs), corri até perto dos 17km sem qualquer marcação, baseado apenas na minha sensação de esforço. Foi então que tive uma ideia genial, olhar que horas o relógio marcava na hora que o cronômetro estivesse em 1h e 30min de treino, daí no final do treino bastava olhar que horas eram, fazer uma conta de subtração e uma de adição e "voila" o tempo total do treino estava marcado. É claro que ao tentar ver as horas descobri que dava para remover a mensagem, mas já tinha rodado uns 7km as cegas...rs rs rs

Feito o registro da hora segui em frente mais tranquila, o relogio podia morrer quando quisesse, mas este treino reservava mais uma surpresa, quando passei pelo 21,1km o cronômetro marcava 1h51m. Na hora eu olhei e pensei, como é? Eu olhei certo? Corri 21,1 neste tempo, com a fc relativamente baixa (pelo menos para mim) e sem estar sequer me sentindo cansada?

Bom, ainda sem acreditar segui em frente mantendo o ritmo e o relógio acabou morrendo definitivamente com quase 26,5km. Agradeci por ele ter durado até este momento e continuei para fechar os últimos 3km. Quando finalizei os 30km, olhei o relógio, fiz as contas e vi que eu consegui fazer este treino em 2h37 (com 1min para mais). Isso em outras palavras dá um pace de 5:16 e o pace que eu preciso para o índice de Boston é de 5:20. Nem nos meus melhores sonhos imaginei que pudesse terminar um treino de 30km neste ritmo.

No domingo nada de folga, o treino era 6 de 4 min a 75% para soltar as pernas, seguido por 5 km a 90%. Fiz a primeira parte tranquila com ritmo de 6:30 e na segunda parte sentei a bota, fechando os 5km em 24'11.

Depois disso tudo ainda tive perna para trocar minha série de musculação e ir para casa da minha mãe para comemorar os Dias da Mães..... Ufa sobrevivi a mais uma semana e o treino pesado está apenas começando... Como dizem o difícil não é chegar no final de uma maratona, o difícil é chegar na largada....

No próximo domingo mais uma prova está chegando, dia 20/05 será a vez de invadir a praia para correr a prova da Tribuna em Santos.