domingo, 14 de outubro de 2012

Buenos Aires, o retorno

Na semana passada voltei para Bueno Aires, mas desta vez não para correr e sim para ser staff do namorado que iria enfrentar sua primeira maratona. Pela terceira vez, retornei as terras portenhas e já me sinto tão a vontade por lá que já posso quase me considerar uma moradora da cidade, perdendo o medo de andar pela cidade.

Diferente da primeira vez, ficamos num hotel distante do centro turístico e nos deslocamos basicamente de metrô, conseguindo assim vivenciar a rotina dos argentinos. Na primeira vez fiquei num hotel próximo ao centro e fiz tudo o que turista faz e minha impressão foi das piores, achei os argentinos na grande maioria mal educados. Certa vez, conversando com um amigo ele me disse que eu estava errada e se quisesse realmente conhecê-los, devia ficar longe do centro turístico, pois a grosseria deles eram respostas as grosserias dos brasileiros. Dito e feito, a impressão que eu fiquei nesta viagem foi exatamente o contrário da primeira.

Mas voltando ao motivo principal da viagem, a maratona, senti uma espécie de "revival", revendo a Expo e acompanhando a prova. Exatamente um ano atrás estava na cidade para correr esta maratona, depois da quebra no Rio, com a cabeça cheia de incertezas e sob um forte stress que somente seria diagnosticado meses depois. Hoje com a vida mais calma, tive a constatação de quanto minha vida mudou e melhorou em um ano e o quão feliz estou. Parece que tudo de ruim ficou para trás e de agora em adiante só coisas boas irão acontecer.

Bom mas voltando para a prova, ser staff é tão ou mais cansativo que correr a prova, principalmente quando quem você está auxiliando corre muito. A estratégia combinada era o seguinte, esperar a largada e ir até a estação de metrô (cerca de 1,8km de distância), seguir até a Plaza de Mayo (km13 da prova). Dali seguir a pé ia até Puerto Madero (km29) e esperar para entregar a Coca-cola. Uma vez entregue, correr até o metrô e voltar para chegada. O planejamento era lindo mas a execução teve alguns imprevistos.

Amanheceu frio e garoando e a esperta aqui esqueceu de pegar o guarda-chuva e a capa de chuva que tinha levado e novamente tomei chuva e passei frio sendo staff do namorado (a primeira foi na maratona do Rio). Quando foi dada a largada esqueci de acionar o relógio e quando me dei conta não tinha muita certeza de quanto tempo tinha passado, então resolvi considerar 5min. De qualquer modo, tinha apenas 50 min para chegar na Plaza de Mayo e decidi ir correndo até a estação para chegar mais rápido. Quando cheguei lá, os locais de venda de bilhete estava fechado e acho que minha cara de desespero era tão grande, que o moço deixou eu entrar mesmo sem passagem. Só que o metrô demorou para passar e acabei chegando 5 min atrasada.

De lá fui a pé para Puerto Madero e ainda tinha que achar um local para comprar Coca-Cola. Por sorte achei em Puerto Madero mesmo, uma lojinha aberta que tinha Coca-cola. Eu devia ter ficado por lá aguardando a elite passar, mas o medo de desencontrar do namorado me fizeram ir direto para o local de encontro, ficando por lá cerca de uma hora embaixo de garoa e com vento gelado.

Quando ele finalmente passou e entreguei a Coca-Cola, eu estava tão congelada que não conseguia nem correr direito. De lá, começou a minha saga para chegar na chegada antes dele. Ainda bem que o metrô não atrasou e uma corridinha da estação até a chegada me fizeram chegar faltando 5 min da estimativa de término, mas ele demorou para chegar e cada minuto que passava mais angustiante se tornava a espera. Quando finalmente eu o vi, todo aquele sentimento de preocupação e angustia passaram e pude finalmente começar a relaxar.

Só então depois de voltar para o hotel, tomar banho, fazer checkout e ir almoçar é que percebi que não havia bebido nem comido nada desde de manhã. Faziam quase 7 horas que estava em jejum completo.

No final, o Garmin marcou um pouco mais de 8km (ele não contabilizou a ida e volta de metrô) que me cansou mais que uma maratona inteira e encerrando assim mais uma aventura em terras Portenhas.

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