sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Um Novo Caminho
Em um campo distante no interior de uma floresta, vários animais viviam juntos, haviam pássaros, lebres, gatos do mato, raposas, entre outros. Todo ano durante a primavera, a chegada dos filhotes era sempre comemorada, mas num ano uma grande tragédia se abateu sobre todos, um filhote de coelho nasceu antes do tempo e sua mãe faleceu em seguida. Este pequeno coelho foi então criado pelos outros animais, mas por ter nascido fora do tempo, não cresceu muito e seu pequeno porte o fazia ser menosprezado pelos outros filhotes, nascidos na mesma época.
E assim passaram-se os anos, até o momento daqueles filhotes tornarem-se adultos de verdade e esta passagem era marcada por uma grande corrida que acontecia anualmente no Solstício de Verão. Não era uma corrida simples, ela exigia muito mais do que condicionamento físico e completá-la significava que aquele filhote agora era um adulto digno de ocupar um lugar no grande conselho e assim liderar todos os outros animais. A corrida era tão difícil que nunca um filhote conseguiu completá-la na primeira tentativa e vários passavam a vida inteira tentando sem conseguir.
O pequeno coelho vendo os outros animais treinando para a grande prova, sentia-se triste e inferiorizado, pois achava que seu físico atarracado nunca o permitiria concluir aquela corrida e este sentimento de derrota era tão grande que não o deixava nem ao menos tentar.
Foi então que o ancião do conselho, uma tartaruga com mais de 150 anos, vendo a tristeza do pequeno coelho, decidiu ajudá-lo. Ele contou para o filhote, como conseguiu há centena de anos atrás completar aquela corrida mesmo tendo pequenas pernas e vagarosos passos; ele lembrou da Lebre que com suas rápidas passadas não foi capaz de chegar na linha final.
O segredo para o sucesso não estava no físico e sim no coração, para ganhar era necessário antes de tudo acreditar do fundo do coração e essa força o levaria a enfrentar e vencer todos os obstáculos. Os olhos do coelho começaram a brilhar e pela primeira vez ele começou a acreditar em si mesmo e a sonhar que era possível chegar ao final daquela corrida. O velho ancião antes de deixá-lo deu um último conselho: "Durante a corrida não escolha os caminhos fáceis, floridos e ensolarados, siga pelos estreitos e cheios de obstáculos".
No dia da corrida o coelho cheio de esperança se alinhou com os outros animais. Todos o fitavam, riam e comentavam sobre como aquele pequeno animal estava fazendo papel de bobo largando numa prova tão importante, mas ele não ligava aquela força interior que ele havia descoberto a tão pouco tempo, o empurrava a seguir em frente e ele sabia que tudo era possível.
Quando foi dada a largada todos os animais saíram disparados na frente e o coelho seguiu atrás com seu trotinho constante. Ao se deparar na primeira bifurcação ele lembrou do conselho do ancião e seguiu pelo caminho estreito e escuro, enquanto a maioria seguia pelo caminho fácil. Contudo, o caminho fácil tornou-se aos poucos uma armadilha mortal, rios com fortes correntezas, pântanos, abismos e os competidores iam um a um saindo da corrida. O coelho por sua vez no seu caminho estreito encontrou obstáculos, mas todos eram passíveis de serem ultrapassados e a cada obstáculo ultrapassado sua confiança aumentava.
Quando a corrida passou da metade, o coelho sentia-se invencível e orgulhoso de suas conquistas, achava que podia enfrentar tudo e decidiu ignorar o conselho do ancião e passou a escolher o caminho fácil nas bifurcações. Foi então que o coelho caiu num pântano e não conseguiu mais andar, uma grande névoa apareceu e ele não sabia mais para onde ir. Ele tentava desesperadamente sair dali e continuar, mas todos os esforços foram em vão. Sujo, machucado, exausto e arrependido de suas últimas escolhas, ele encostou num tronco retorcido e chorou, lembrou do ancião e pediu ajuda.
Como mágica o ancião apareceu do lado dele e não disse nada, apenas o ajudou a levantar e sair dali. Com os olhos cheios de lágrimas o coelho pediu desculpas por não seguir o conselho e a velha tartaruga o olhou e disse que nada estava perdido, ele poderia recomeçar na próxima corrida, trilhar um novo caminho, fazer novas escolhas e utilizar a experiência desta corrida em seu favor.
E assim o coelho foi, seguindo o ancião para fora do pântano, com a esperança renovada e a certeza de que no próximo ano ele teria um novo recomeço.
Desejo a todos um ótimo Natal repleto de luz e que em 2012, a esperança seja renovada e novos caminhos iniciados, pois sempre teremos a chance de levantar sacudir a poeira e começar novamente.
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coelho cabeçudo, tava indo tão bem! hehehe
ResponderExcluirFeliz Natal e ótimo ano novo com novos desafios e novas conquistas.
Beijos
Colucci
@antoniocolucci
Nossa,muito bonito Yeda! Feliz Natal para você também! (me emocionei lendo o texto...)
ResponderExcluirLetícia Bonfim
"É preciso escolher um caminho que não tenha fim, mas, ainda assim, caminhar sempre na expectativa de encontrá-lo."
ResponderExcluirFeliz Natal, Yeda!
Desejo um FELIZ NATAL e um 2012 com muito SUCESSO e SAÚDE!!
ResponderExcluirBoas Corridas!!
Alessandro S Silva
http://blog42195.blogspot.com/
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Texto fantástico, para lembrar-nos a seguir sempre em frente e acreditar no nosso Eu ... Felicidades e Viva 2012 !!!
ResponderExcluirFeliz 2012 Yeda, cheio de realizações conquistas e sabedoria...
ResponderExcluirBjinhos
Ju