quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pagando promessa - Volta ao Cristo

Toda vez que viajo, acabo saindo da rotina e minha vida vira de cabeça pra baixo. Mesmo planejando com antecedência o retorno é sempre complicado e como tempo livre é algo que simplesmente não existe na minha vida, tudo acaba atrasando. Bom, na verdade toda esta dissertação é apenas para justificar a demora na publicação deste post.

Na semana que antecedeu a Volta ao Cristo nada de refresco nos treinos, na terça-feira foram 30min de trote como regenerativo.

Na quarta-feira, feriado em SP, aproveitei a folga para efetuar a troca da minha série de musculação e deixei a corrida para depois da musculação. O treino eram 8 de 3'30 sendo 1'00 fraco, 1'30 medio e 1'00 forte. Correr forte, embaixo do sol quente, com as pernas pesadas por causa da musculação foi um desafio e o intervalo curto entre as séries, fez com que a dificuldade fosse aumentando série a série. Terminei o treino com quase 7km, completamente exausta. Sentei num banco do lado da pista do Espéria e fiquei lá por um tempo até ter coragem de levantar e voltar para casa.

Normalmente quinta-feira é minha folga, mas nesta semana fiz a troca da série B de musculação. Como já estava dolorida da troca da série de musculação, este segundo dia só agravou a situação.

Na sexta-feira o treino era 4 de 2 km sendo 1,5 km a 80% e 500m a 85%.  Na primeira série controlei o ritmo e fiz mais lento, já na segunda acelerei e concluí mais rápido. A partir daí, o ritmo foi ditado pela frequência, mas no último começou a chover forte faltando 600m para concluir o treino, daí esqueci do treino e acelerei para terminar logo e sair dali, o que fez com que esta série se tornasse a melhor de todas.... rs rs rs

Eu tinha treino no sábado (8 de 4min a 85%), mas como ainda estava dolorida e cansada dos treinos de corrida e musculação e sabia da pedreira que enfrentaria no domingo, resolvi "matar" o treino e descansar.

Fui com meus pais para Poços de Caldas e chegamos lá embaixo de uma chuva incessante e irritante. Como no filme "Forrest Gump", quando ele estava no Vietnã enfrentando dias e dias de chuva, em um determinado momento a chuva do nada simplesmente parou e não voltou mais a chover. Até um sol ameaçou a sair escondido entre nuvens e aquilo renovou minhas energias.

O domingo amanheceu bonito e depois de um café da manhã reforçado fui para a largada escoltada pelos meus pais.
#Momento Pose para papai
Mamãe
Papai
Na largada nada de tapete, existia apenas uma faixa que foi pintada, na hora, no chão em frente ao estádio e para ativar o chip era necessário que todo mundo passasse em cima de um tapete localizado um pouco atrás. Foi um momento engraçado, pois formou-se uma longa fila passando num corredor estreito que lembrava a estação Pinheiros do Metrô as 18:00. Com o chip ativado ficamos próximo a largada esperando o momento de iniciarmos a corrida rumo ao Cristo.

Quando foi dada a largada, saí forte mas sem forçar muito, pois sabia que a prova iria começar mesmo 5 km  adiante, mas mesmo assim mantive um ritmo confortável de 5:15. Como não haveria tempo líquido, resolvi fazer uma brincadeira que aprendi com meu amigo Ezequiel Jr e passei a buscar as meninas que estavam na minha frente e ultrapassá-las uma a uma.

No primeiro posto de água uma surpresa, quem estavam distribuindo os copos para os atletas não eram os assistentes e sim crianças escoteiras, muito educadas e atenciosas. 
Não são lindos????
Quando a subida finalmente iniciou lá pelo 5º km já comecei a andar, como não estava treinada para subir (ou melhor escalar) toda aquela subida e sabia que a pedreira ainda estava por vir, andar rápido e com passadas largas fazia com que eu pudesse acompanhar quem estava correndo, mas com menor esforço.

Logo quase todos passaram a andar e cada um achava uma maneira de se automotivar e isso sempre contiagava quem estava por perto. O clima de companheirismo imperava. Quando a ladeira dava um refresco era possível até dar uma trotada, mas em seguida a ladeira retornava e andar tornava-se quase obrigatória. De vez em quando um atleta ou outro passava correndo, mas eram cenas raras.

Nesta subida eu vi uma pessoa com o "manto sagrado" dos Baleias e não resisti, fiquei ao lado e já comecei a puxar conversa, afinal não existe um Baleia que não seja simpático (Peço perdão, pois esqueci o nome dele). E com uma conversa animada seguimos até o topo. Devo confessar que nunca mais reclamo da Serra de Maresias, ela é refresco perto da subida desta prova.

Quanto estávamos quase chegando no topo e a perna começava a querer falhar, começamos a ouvir uma música, era um hino militar e logo em frente avistamos várias bandeiras e um senhor vestindo a farda da época da Revolução Constitucionalista de 32. Ele cumprimentava cada um dos atletas e soube depois que todo ano ele está lá, de uma certa maneira prestigiando os atletas. Mais uma grata surpresa que esta prova nos reservava.
Senhor com uniforme da Revolução Constitucionalista
Quando finalmente cheguei no topo e avistei o Cristo eu era alegria em pessoa, havia conseguido, estava no ponto mais alto da prova. Agradeci a Deus pela minha vida e pelas oportunidades oferecidas, mandei bons pensamentos para o Frotinha pois era aniversário dele e renovei minhas esperanças. Encontrei também o Colucci que além de correr ainda estava dando um de fotógrafo. Aliás, quase todas as fotos deste post são dele.
Alegria em pessoa
Mas ainda havia a volta, a descida iria começar e voltar a correr foi meio estranho, pois a perna de tanto andar parecia que tinha desaprendido a correr. Boa parte da descida era em trilha e por causa da chuva dos dias anteriores, a mesma tornou-se, em alguns trechos, bastante escorregadias, mesmo assim não tive muito problema.
Dizem que para baixo todo o Santo ajuda, será?
Quando finalmente o asfalto chegou, começou a garoar e agradeci a Deus pela chuva não ter iniciado no trecho de terra. A descida era uma "pirambeira" sem fim e fiz uma descida segura, sem segurar muito e nem acelerar demais, o ritmo girou em torno de 5:30/5:00.  Fui ultrapassado por vários atletas mas não quis acelerar para não me machucar.

Quando finalmente cheguei no plano já estávamos no km14, então resolvi ir buscar algumas meninas que tinham me ultrapassado. Com ritmo de 4:50 fiz os dois últimos km lutando para manter a velocidade e ultrapassar o maior número de meninas possível.

A chegada foi no estádio, contornando uma parte da pista. O público aguardava na arquibancada e praticamente me senti uma atleta olímpica chegando no final da maratona (exagerei, né????). Quando passei a linha de chegada com 1h e 45min, avistei meus pais e minha alegria estava completa, meus fãs "número 1" estavam lá, me aplaudindo e felizes por eu ter conseguido completar aquela prova.

E assim concluí minha primeira prova de 2012. Devo confessar que o ano que vem eu volto para lá, existe algo de mágico nesta prova, alguma boa vibração que nos faz renovar as energias e as esperanças. Devo ser louca, né?
Minha chegada, aquele pontinho azul com boné branco

4 comentários:

  1. #aisim!
    Mandou muito bem e ótimo seu relato.
    Simplesmente Fantástica essa prova.
    Ano que vem tem mais...
    A subida é dura e divertida e a descida é absurdamente legal!

    Beijos e Feliz Ano novo!
    Colucci
    @antoniocolucci

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  2. Fizeste uma grande prova, parabéns Yeda!!!

    Gostei do seu relato!

    Fábio
    www.42afrente@blogspot.com

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  3. Yeda, parabéns por mais esta conquista!!!
    Li seu texto várias vezes e me senti correndo também. Pelas fotos deu pra ver que o visual do percurso é lindo! A chegada no estádio então, puxa! Foi perfeito!!!

    Poços de Caldas é uma cidade linda, e correr por lá deve ter sido o máximo (conheço Poços, mas não sabia desta prova até ler seu post).
    Sucesso pra você, Menina!

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  4. parabéns, Yeda!
    ainda não corri esse desafio, mas conheço a fama dessa subida rssss
    confesso que fico mais travada nas descidas em barro: maior medo de escorregar rsssss

    tão bom viajar assim, com pessoas queridas, especiais!
    quem será esse Baleias que você encontrou?
    vou ver se descubro o nome com Miguel;)

    seu relato tá muito bacana, cheio de vida, de energia!
    fotos lindas!

    bjs

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