E agora?

Sabe quando você decide viajar de carro para alguma cidade distante e logo que a viagem inicia você começa a se deparar com todas as dificuldade existentes no caminho (trânsito, chuva, buraco, acidente, etc) e não dá para simplesmente dar meia volta e retornar para casa e sua única opção é seguir em frente e lidar com as adversidades da melhor maneira possível? Pois é assim que estou me sentindo com relação a maratona de Buenos Aires.

Normalmente faço uma maratona por ano, não só por causa da prova em si, mas principalmente por causa da carga de treinamento, pois como minha vida é extremamente agitada, para conseguir acomodar os treinos alguns sacrifícios são necessários. Fazendo uma maratona por ano consigo no primeiro semestre me dedicar aos treinos e no segundo relaxar um pouco, não preciso seguir o treinamento tão a risca, o volume é menor e com isso, minha vida social volta a se tornar mais ativa.

Estamos em Agosto e não vi este ano passar, semana a semana tenho quase a mesma rotina, durante a semana, treino e trabalho intensamente, pareço o coelho da Alice correndo, olhando o relógio e dizendo "Estou atrasada!". No final de semana, não existe folga, além do treino tenho os cuidados com a casa. Amigos e afins sempre reclamam que eu não nunca tenho tempo, que nunca ligo, saio ou respondo e-mails, é difícil para eles entenderem a rotina e a eterna correria. Está certo que neste semestre acabei criando uma nova rotina e não abro mão do café da tarde no sábado e do almoço no domingo na casa dos meus pais, eles estão envelhecendo e independente de qualquer compromisso quero aproveitar ao máximo a companhia deles. Mas voltando a minha rotina, eu brinco que eu preciso de 2 horas a mais no dia, um dia a mais na semana e um no final de semana, mas uma amiga me disse que se eu conguisse isso, em breve eu arranjaria mais coisas a fazer e estaria sobrecarregada novamente.

Assim quando decidi por Buenos Aires, não levei isso em consideração e agora vejo que minha vida agitada seguirá por mais dois meses e so em Outubro é que finalmente terei uma folguinha...

Bom, tudo isso foi apenas para justificar a grande besteira que fiz esta semana... Na quarta-feira durante o treino de musculação, estava fazendo as séries com uma certa rapidez, pois estava atrasada e tinha que ir embora. Não prestei muita atenção nos movimentos e o resultado foi que me machuquei. Na quarta-feira fiquei com uma espécie de "Torcicolo", na quinta estava um pouco melhor com dor apenas na região das escápulas que restringia os movimentos. Para correr na sexta-feira, precisei manter a postura o tempo todo, caso contrário sentia uma fisgada, mas no sábado eu melhorei e já não sentia mais nada. Daí hoje fui a feira, esqueci e carreguei sacola pesada, resultado, a dor voltou.

Deixando minha "estrepolia" de lado, vamos aos treinos, esta semana o volume aumentou, embora o treino de sábado ainda esteja pequeno. Na terça-feira eram 7 de 1 km a 80% com muita tecnica, até que eu conseguir manter o ritmo em torno de 5:30, com exceção dos 2 últimos km que foi necessário reduzir para 5:50 para a fc não ultrapassar o limite.

Quando eu vi o treino de quarta-feira eu pensei, lá vem problema, eram 8 de 5min sendo 4 a 80% e 4 a 75%. Na hora já imaginei que se para manter 80% já era difícil, imagina correr a 80% e depois fazer a fc reduzir. Só que eu me surpreendi, não tive problemas em correr a 80% e depois reduzir para 75%. Não é que meu condicionamento não está tão ruim assim? Meus treininhos de 75% no início do ano valeram alguma coisa... rs rs rs

Na sexta-feira, com as costas ainda meio travadas encarei 12 min de aquecimento seguidos por 40min de corrida a 80%. Foi um treino tranquilo e apesar da dor fechei o treino com 8,5km.

No sábado não fui para a base, como o treino eram 1,5km de aquecimento seguido por 12 de 1km a 80%, resolvi fazer na pista do Espéria, pois tinha sombra e bebedouro com água gelada. Decidi começar correndo leve, pois sabia que com o calor a fc ia subir e deu certo, consegui manter o ritmo quase estável, deu uma leva queda no final, e a fc não ultrapassou o limite.

No domingo, nada treino é dia de almoço comemorativo dos dias dos pais e foi muito legal ver a familia reunida. Apenas senti falta do meu avô, pois ele e meu pai eram grandes amigos e dia dos pais significava ficar vendo os dois juntos conversando. Ele faleceu já faz 6 anos e os dia dos pais nunca mais foram iguais.