Quando eu formo uma opinião a respeito de algo, conseguir provar que eu estou errada, requer muita paciência, trabalho científico e principalmente persistência, mas as vezes de tempo em tempos, igual a aparição do cometa Harlley, alguém consegue mudar minha opinião. E isso aconteceu neste sábado.
Desde a Maratona do Rio eu e meu treinador estamos tendo um embate sobre qual foi a principal razão da queda de rendimento na Maratona do Rio, pois é esta história ainda não passou.... Para mim o principal problema foi o ritmo, montei a estratégia errada, comecei rápido demais e paguei um alto preço no final. Para ele o principal fator foi o calor, o ritmo estava certo, mas o calor fez com que o rendimento caísse.
Cabe dizer que não era uma discussão propriamente dita, era algo mais velado, pois eu respeitava a opinião dele, mas a minha continuava, lá no íntimo, latente. A princípio eu estava pagando para ver e achava que isso ia durar até a maratona de Buenos Aires, onde íamos por a prova quem dos dois tinha razão, só que como Merlin dizia o destino é inexorável e no sábado ou melhor nos dois últimos sábados, tudo mudou.
Sábado passado estava um tempo perfeito para correr e simplesmente consegui voar baixo, tudo bem que o treino eram 15km, mas consegui fazer um progressivo muito bom. Neste final de semana, o clima estava muito parecido com o Rio, talvez um pouco (ou melhor bem) mais seco e tinha pela frente 21km divididos em 3 voltas de 7km no circuito Braz Leme-Olavo Fontoura da seguinte forma, 7km com media de 6:00, 7km com media de 5:30 e 7km com media de 5:15.
Logo na primeira volta, senti que não estava muito fácil para correr por causa do calor, mas mantive o pensamento positivo que tudo ia terminar bem, segurei o ritmo e fechei a volta com uma media de 5:50. A segunda volta foi a melhor, estava me sentindo muito bem, corri solta, fechando a volta com uma media de 5:30. Já na terceira volta, tudo mudou, comecei bem e acelerando, afinal precisava completar em 5:15, contudo um pouco depois da metade da volta comecei a me sentir mal, fiquei enjoada, tive começo de cãimbras e a sensação dos 2km finais da Maratona do Rio voltaram como um déja vu. Foi então que eu percebi que os sintomas não eram em virtude do esforço excessivo e sim da desidratação e do calor. Neste momento, eu entendi que mesmo que eu tivesse começado mais devagar eu iria sofrer a mesma coisa na Maratona do Rio, pois neste treino eu comecei devagar e os sintomas foram idênticos, talvez potencializados pelo clima seco. Como não tinha mais o que fazer e precisava terminar a volta, fui correndo e parando fechando a volta com uma media de 5:40.
Terminei o treino me sentindo um rato de laboratório, como se Deus tivesse criado o clima perfeito na semana passada e recriado o clima do Rio esta semana para provar definitvamente que os efeitos do calor podem sim afetar o ritmo e causar grandes estragos numa maratona. Mais uma lição aprendida e uma opinião alterada.
Concluído o treino, chegou a hora de saborear um BigMac, afinal de contas, sábado era o McDia Feliz, o único dia do ano que como BigMac. É muito gostoso ir ao McDonalds neste dia, tudo é uma festa, todos estão envolvidos em prol de uma causa e faz muito bem ao coração poder fazer parte disso tudo.
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Esta semana também foi marcada pelo aumento do volume e intensidade dos treinos e com eles a hipoglecemia voltou. Desde a maratona reduzi a quantidade de comida/sumplemento, até porque o volume de treino caiu bastante, só que esta semana o volume aumentou e como a reposição não foi adequada, eu acabei pagando a conta.
Na terça-feira o treino era 30 de 1min a 80%, que traduzindo é um tiro medio forte de 1 min por 30 vezes. No terceiro terço do treino comecei a sentir tremedeira e foi um pouco complicado terminar o treino, mas uma fruta após o treino foi o suficiente para garantir que a musculação fosse feita sem problemas.
Na quarta-feira o treino era 8 de 1 km sendo 1 a 80% e 1 a 85%, com café da manhã mais reforçado completei o treino sem problemas, fazendo os tiros de 80% com ritmo entre 5:20/5:30 e os de 85% com ritmo entre 5:00/5:10. Mas na musculação não teve jeito, no final passei mal e a tremedeira foi forte. Mesmo com toda reposição, a tremedeira continuou e tive que fazer uma lanchinho a mais para voltar ao normal.
Na sexta-feira o treino era 3 km a 80%, seguidos por 2 km a 85%, terminando com 1 km a 90%. A primeira parte fiz leve e a media ficou em 5:33, na segunda parte a media foi de 5:15 e na terceira acelerei completando em 4:45. Após este treino fui para a musculação e terminei sem problemas. Só que fui passar mal dentro do Metrô, a pressão deve ter baixado, o estômago embrulhou e por muito pouco não desmaiei. A partir daí a tremedeira e fraqueza tomaram conta de mim e só melhorei realmente na hora do almoço após um belo prato de macarrão com peito de frango grelhado.
Para a semana que vem tenho troca de treino de musculação, entro nos treinos específicos para a Maratona e por ser um treino mais cansativo, terei que reforçar a alimentação para chegar bem em Outubro na Maratona de Buenos Aires.
Adorei!
ResponderExcluirOs dois mundos são exatos na sua essência e contrários por natureza. E ser cabeça dura é uma qualidade... podes ter certeza.
Bjo!
Ingrid
oi, yeda!!!
ResponderExcluircalor demais atrapalha e muito! mas eu também acho essa questão de administrar o ritmo no começo fundamental... no rio, talvez você tenha sofrido a influência dos dois fatores...
bons treinos pra buenos aires!
bjs
Não tenho dúvida que foi o calor. E contra essa situação, o que fazer? Treinar no calor, se for possível e atenção na hidratação e na hipertermia. Na meia da Ponte não foi isso?
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