No limite da Razão

Calma não é filme da Bridget Jones, embora este filme tenha sido uma das inspirações para criar este blog.... O fato é que o treino desta semana me fez pensar sobre quais são os nossos limites, até onde somos capazes em ir?

A temporada 2011, diferentemente dos outros anos está sendo marcado por aumento de velocidade junto com aumento de volume. Nunca havia treinado assim e estou me deparando com situações que jamais achei que iria acontecer. Estou correndo por trilhas nunca antes percorridas e a cada semana vivencio uma nova experiência, a sensação que fica é que estou numa montanha russa com sobe e desce e a cada segundo uma curva nova. Fui retirada da minha zona de conforto, tudo é desafio.

Este ano não existe treino que não doa, não é uma dor física, não é contusão é mais uma dor psicológica e a impressão que tenho é que aos poucos vamos aprendendo a ignorar isso para seguir em frente e mais rápido. Conforme avançamos, não percebemos os sinais de que o limite está chegando e quando finalmente atingimos o limite, o corpo entra em colapso e a corrida termina ali, não dá para continuar. Vivi isso esta semana, mas vamos voltar ao início da semana.

Na terça-feira, a noite estava linda (as 6:00 da manhã, ainda é noite com lua e tudo mais), tinha uma lua cheia grande e maravilhosa. Comecei o treino pensando que o amanhecer seria lindo e que o sol brilharia, mas eis que o tempo virou, começou a ventar, veio nuvens que cobriu tudo e começou a garoar. Para ajudar meu treino era 20min de trote, seguidos por 12 de 1min de corrida perfeita e fechando o treino mais 10min de trote. Meu sensor pra variar não funcionou novamente e a contagem da km foi feita pela quantidade de voltas na pista. Fechei o treino com 6km.

Na quarta-feira eram 9 de 4min, sendo um fraco, um medio e um forte. Fiz a primeira serie com pace de 7:00, a segunda com pace de 5:15 e a terceira com pace de 4:30. Nas outras series o fraco fui aumentando, o medio e o forte se mantendo, apenas na ultima acelerei e fechei abaixo de 4:30. Após a conclusão das séries, soltei alguns metros fechando o treino em 8km.

Na sexta-feira o treino era curto e matador eram 10 de 500m a 90%. Fiz praticamente todos os tiros a 4:30 e após o 5º tiro a fc passou do limite, mas era tão rápido que quando via já tinha ido (vou ter que me confessar e rezar mais uns 10 pai nossos por esta falha...rs rs rs)
 
No sábado, o Orlandinho deixou o treino por minha conta novamente, a instrução era o seguinte, eu devia montá-lo de acordo com a minha necessidade (volume e intensidade), mas é claro sem exagerar. Na hora escolhi correr um longão progressivo de 30km. A ideia era aumentar minha auto confiança nestes treinos já que quase todos os longões diretos foram extremamente sofridos e também testar a sumplementação, visto que estou tendo dificuldades em suplementar no final, o que faz meu ritmo cair. Então planejei fazer os primeiros 15km como na semana passada, 3km a 5:30, 12km a 5:20 e a partir daí 12km a 5:15 e 3km no ritmo que aguentar. Só que a execução não saiu exatamente assim...
 
Comecei o treino correndo solta e tive que me controlar para não acelerar nos 3 primeiros km. Nos outros 12km deixei o ritmo me levar, ele ficou variando entre 5:30 e 5:10, mas não foi tão fácil quanto na semana passada. Quando comecei os outros 12km, percebi que não ia conseguir fazer num ritmo acima do que eu já tinha feito, então decidi fazer uma brincadeira, correr um pedaço a 5:30, depois subir para 5:20 e fazer uma terceira parte acima de 5:15. Contudo meu corpo chegou na exaustão, sem mais nem menos tudo parou e não conseguia mais correr. Fechei 18km me arrastando, parei por alguns segundos,decidi abandonar a ideia de tempo e fechar apenas km. Só que mesmo correndo acima de 6:00, não dava mais, estava sem energia, quase desmaiando, estômago embrulhado. Fechei o treino com 21,30 com muita raiva, pois simplesmente não me conformava em parar o treino faltando 9km. Sou meio Capitão Nascimento, treino dado é treino cumprido, não tem essa de parar antes..... Mas não havia condições em prosseguir.
 
Fiquei um lixo o resto do dia, não tinha força para nada e nem me alimentar eu consegui. Meu apetite so voltou no domingo... Acordei no domingo parecendo que tinha sido atropelada, estava com o corpo todo dolorido.
 
Agora passado a raiva e pensando melhor em tudo o que aconteceu , acho que no sábado atingi meu limite, fui até onde meu corpo estava preparado para chegar. A questão que fica é, será que consegui empurrar este limite um pouco mais longe? Só o tempo irá dizer...