domingo, 21 de outubro de 2012

M5km

Algumas provas são planejadas, existe um treinamento específico e pode ou não trazer bons resultados. Já outras aparecem no seu caminho do nada e daí não tem como negar e o resultado é uma caixinha de surpresa, é um pouco do tipo "o que tinha pra hoje".

Desta vez, tudo começou quando recebi um e-mail do Thiago da agência DM9 me convidando para a prova M5k. Achei tão bonitinho o convite e pensei "por que não?" Normalmente em época de treinamento para maratona eu nego várias provas, pois o foco total está nos treinos e como um ser metódico, não me permito algumas escapadas, mas agora o treino está realmente em velocidade e o momento é realmente de experimentar outras provas.

 Uma rápida consulta com treinador e tudo certo, prova encaixada no meios dos treinos.


A proposta era receber o kit, customizar a camisa e antes da prova tirar umas fotos para a Fanpage do evento. Recebi em casa o kit completo da prova incluindo a camisa e o chip e vários recados para ficar atento a troca do horário de verão (Sou fã da Corpore, a organização e o cuidado deles é muito bom).

No domingo, acordei cedo e fui de metrô até o Anhangabaú, correr no centro histórico é uma delícia e o percurso era uma espécie da corrida do Centro histórico ao contrário. Cheguei perto das 7:00 deixei bolsa no guarda volume e fui aquecer. O treinador pediu para eu fazer um bom aquecimento e descansar pelo menos 12 min.

As 7:30 fui para o ponto de encontro, Stand VIP do McDonalds, mas era do lado do palco principal e estava uma bagunça por causa do aquecimento, esperei alguns minutos lá, mas infelizmente não achei ninguém. Como eu queria sair na frente, já que minha inscrição não foi de Elite, resolvi ir para largada. Passei rapidamente na Tenda Corre Brasil, para encontrar com Colucci, esposa e filhote e de lá fui pra largada. Consegui ficar praticamente na fita o que me ajudou na largada a evitar o atropelo

Algumas cenas interessantes, a galinha da Sadia estava lá e me lembrava como eu ando depois do longão. Estava tão complicado para ela andar que tinha duas pessoas do lado so para segurar. O Ronald também passou por lá e deu seu recado. Existia vários homens que literalmente pararam pra ver a mulherada de rosa passar.

Devo confessar que o tempo que esperei para a largada foi o tempo mais longo da minha vida, eu estava concentrada pra prova e a mulherada em minha volta fazendo uma festa sem fim. Eu nunca tinha corrida uma prova feminina e não tinha noção do barulho que 4000 mulheres podem fazer juntas. Estou curiosa para ver as fotos pois devem estar engraçadas, as mulheres pulavam e gritavam e eu com aquela cara "o que eu estou fazendo aqui" :).

Bom mas quando foi dada a largada saí com uma alucinada, olhei o relógio e ele marcava 3:56, pensei na hora "Será que consigo chegar inteira no final?" segui no ritmo forte e deixei o ritmo entrar sozinho, puxei tanto no nos primeiros metros que tinha a sensação que ia desmaiar.

Passando o 1ºkm começou minha luta pessoal em manter o ritmo forte, o meu garmin ficou louco com os predios e o ritmo variava muito, então meio que deixei de lado e segui minha percepção de esforço. Devo confessar que não lembro muito do percurso e nem deu para admirar os pontos históricos, só lembro das subidinhas e de uma senhora me passando como se não tivesse fazendo esforço nenhum.

Lembro que passei o 3ºkm com 13:43 e vi que terminar antes dos 24min era possível. A partir daí a luta para manter o ritmo se tornou cada vez mais difícil, não via mais nada, apenas me concentrava em seguir em frente e ficava o tempo todo dizendo para mim mesma, "tá acabando continue correndo forte". Os metros finais era numa descida e agradeci por isso. Quando cheguei a fc estava nas alturas e demorei um tempo para me recuperar.

Fui direto ao guarda volumes peguei minhas coisas e fiquei sentada suando tentando entender o que tinha acontecido, sim eu fiz os 5km em 0:23:30. Impressionante....

Esperei mais um pouco, voltei no Stand VIP do McDonalds para ver se conseguia encontrar com o Thiago, mas não vi ninguém, daí decidi ir embora.

Agora a pouco saiu o resultado, foi 23ª colocada no geral e 4ª na faixa etária... Dá para imaginar minha alegria? Estou aos poucos ganhando velocidade nas curtas distâncias e isto é fruto do treinamento.

No final o mais legal desta prova não foi o resultado e sim foi ver muitas mulheres correndo pela primeira vez, descobrindo o gosto pela corrida. O número de mulheres em provas de corrida de rua ainda é reduzido e competitivas então é menor ainda e eventos como este ajudam a divulgar o esporte.


sábado, 20 de outubro de 2012

Os 10 km da Corrida Santos Dumont e os proximo desafio M5km

Na sexta-feira estava assistindo um filme sobre surfe e o sentimento que imperou foi o de "free spirit". Os personagens formavam uma grande família e juntos seguiram surfando nos principais points da África.

Confesso que fiquei com vontade de surfar, mas calma, não irei mudar de esporte até porque tenho pânico de água. Só que acabei fazendo uma correlação entre este sentimento de "free spirit" do surfe com o da corrida e acabei indo mais longe entendi porque gosto tanto de maratona.

Quando treino no início do dia, enquanto a cidade ainda dorme, no silêncio dos meus pensamentos ao ritmo das minhas passadas vendo o primeiros raios de sol surgir ao horizonte, meu espírito flutua e neste curto espaço de tempo me sinto livre e conectada a natureza.  Acho que é por isso que gosto tanto de treinar de manhã, a tarde a cidade está agitada, todo mundo querendo chegar em casa, o stress já tomou conta, os problemas já nos dominaram e conseguir deixar tudo de lado é praticamente impossível. O treino acaba sendo uma válvula de escape.

A mesma coisa acontece quando corro uma maratona, o ritmo mais tranquilo e constante permite com o passar das horas este sentimento de "free spirit" tome conta de mim fazendo com que tudo em minha volta se apague e fico numa espécie de atmosfera zen onde meu espírito flutua.

Só que neste semestre nada disso está sendo possível, meus treinos passaram dos longos para os curtos e intensos, onde preciso o tempo todo lutar para manter a velocidade, rezar pra conseguir chegar até o final, lutar contra o estômago embrulhado e a vontade absurda de parar. São treinos diferentes, mas apesar de não muito agradáveis são importantes para o desenvolvimento da velocidade. Além disso, preciso de um descanso das longas distâncias até para me recuperar.

Assim foi nos 10km da corrida Santos Dumont, realizado no dia 12 de Outubro, comecei forte tentando manter o ritmo e vendo ele cair nos falsos planos e voltando a subir quando falso plano acabava. Meu principal objetivo era não andar, não ceder ao pedido do corpo de parar, vontade esta que se tornava cada vez mais forte com o passar dos km. O máximo que fazia era reduzir um pouco a velocidade para deixar a fc baixar e depois voltar a acelerar novamente e o tempo todo me perguntava o que eu estava fazendo ali e porque me sujeitava a desafios como estes. E assim fui seguindo até o final passando pelos 10km em 0:48:17 e cruzando a linha de chegada (10,3km) com 0:49:39. Na classificação geral feminina fui 25º colocada e terceira na minha faixa etária.

Se com 10km eu sofri desta maneira, imagina será os 5km do McDonalds no domingo. Será a primeira a primeira vez que vou correr pra valer uma distância curta e uma prova só de mulheres. Depois eu conto como foi. 





domingo, 14 de outubro de 2012

Buenos Aires, o retorno

Na semana passada voltei para Bueno Aires, mas desta vez não para correr e sim para ser staff do namorado que iria enfrentar sua primeira maratona. Pela terceira vez, retornei as terras portenhas e já me sinto tão a vontade por lá que já posso quase me considerar uma moradora da cidade, perdendo o medo de andar pela cidade.

Diferente da primeira vez, ficamos num hotel distante do centro turístico e nos deslocamos basicamente de metrô, conseguindo assim vivenciar a rotina dos argentinos. Na primeira vez fiquei num hotel próximo ao centro e fiz tudo o que turista faz e minha impressão foi das piores, achei os argentinos na grande maioria mal educados. Certa vez, conversando com um amigo ele me disse que eu estava errada e se quisesse realmente conhecê-los, devia ficar longe do centro turístico, pois a grosseria deles eram respostas as grosserias dos brasileiros. Dito e feito, a impressão que eu fiquei nesta viagem foi exatamente o contrário da primeira.

Mas voltando ao motivo principal da viagem, a maratona, senti uma espécie de "revival", revendo a Expo e acompanhando a prova. Exatamente um ano atrás estava na cidade para correr esta maratona, depois da quebra no Rio, com a cabeça cheia de incertezas e sob um forte stress que somente seria diagnosticado meses depois. Hoje com a vida mais calma, tive a constatação de quanto minha vida mudou e melhorou em um ano e o quão feliz estou. Parece que tudo de ruim ficou para trás e de agora em adiante só coisas boas irão acontecer.

Bom mas voltando para a prova, ser staff é tão ou mais cansativo que correr a prova, principalmente quando quem você está auxiliando corre muito. A estratégia combinada era o seguinte, esperar a largada e ir até a estação de metrô (cerca de 1,8km de distância), seguir até a Plaza de Mayo (km13 da prova). Dali seguir a pé ia até Puerto Madero (km29) e esperar para entregar a Coca-cola. Uma vez entregue, correr até o metrô e voltar para chegada. O planejamento era lindo mas a execução teve alguns imprevistos.

Amanheceu frio e garoando e a esperta aqui esqueceu de pegar o guarda-chuva e a capa de chuva que tinha levado e novamente tomei chuva e passei frio sendo staff do namorado (a primeira foi na maratona do Rio). Quando foi dada a largada esqueci de acionar o relógio e quando me dei conta não tinha muita certeza de quanto tempo tinha passado, então resolvi considerar 5min. De qualquer modo, tinha apenas 50 min para chegar na Plaza de Mayo e decidi ir correndo até a estação para chegar mais rápido. Quando cheguei lá, os locais de venda de bilhete estava fechado e acho que minha cara de desespero era tão grande, que o moço deixou eu entrar mesmo sem passagem. Só que o metrô demorou para passar e acabei chegando 5 min atrasada.

De lá fui a pé para Puerto Madero e ainda tinha que achar um local para comprar Coca-Cola. Por sorte achei em Puerto Madero mesmo, uma lojinha aberta que tinha Coca-cola. Eu devia ter ficado por lá aguardando a elite passar, mas o medo de desencontrar do namorado me fizeram ir direto para o local de encontro, ficando por lá cerca de uma hora embaixo de garoa e com vento gelado.

Quando ele finalmente passou e entreguei a Coca-Cola, eu estava tão congelada que não conseguia nem correr direito. De lá, começou a minha saga para chegar na chegada antes dele. Ainda bem que o metrô não atrasou e uma corridinha da estação até a chegada me fizeram chegar faltando 5 min da estimativa de término, mas ele demorou para chegar e cada minuto que passava mais angustiante se tornava a espera. Quando finalmente eu o vi, todo aquele sentimento de preocupação e angustia passaram e pude finalmente começar a relaxar.

Só então depois de voltar para o hotel, tomar banho, fazer checkout e ir almoçar é que percebi que não havia bebido nem comido nada desde de manhã. Faziam quase 7 horas que estava em jejum completo.

No final, o Garmin marcou um pouco mais de 8km (ele não contabilizou a ida e volta de metrô) que me cansou mais que uma maratona inteira e encerrando assim mais uma aventura em terras Portenhas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Treino, corrida e certificação

Bem que eu tentei escrever, mas finalizado o curso preparatório para o PMP entrei no período de estudo e devo confessar que estimei errado o nível de esforço e tempo que estudo levaria. Foram 4 semanas de total dedicação e conciliar com trabalho e treino foi algo complicado. No final tudo deu certo, no dia 20/09 consegui obter finalmente meu certificado. PMP para quem não sabe é uma certificação para gerente de projeto.

E no meio de todo estudo os treinos evoluiram, além de também ter passado por uma certa adaptação. Trocar treinos de maratona por treinos curtos e de velocidade, parece ser fácil, mas na realidade não é. Eu perdi a noção do meu ritmo forte, o quanto eu aguento correr 3k, 2k ou simplesmente series de 500m e pior, quando a fc atinge um certo patamar continuar correndo torna-se impossível. Vários treinos eu quebrei, não consegui completar por mais que me esforçasse.

Mas com o passar das semanas e principalmente após a certificação, onde consegui descansar, eu comecei a correr melhor e aos poucos a velocidade foi melhorando e agora sinto menos desconforto correr forte. Outra coisa que notei é que minha fc está subindo mais rápido, mas também a recuperação é mais fácil.

Claro que a mudança da temperatura na semana passada também ajudou muito a melhorar a qualidade do treino. Correr com 15ºC é melhor do que com 30ºC, o problema é quando a temperatura ficou abaixo disso, você demora muito para esquentar e a velocidade máxima só é obtida na 3 serie.

Durante este período também teve o Timão Run e eu pretendia escrever a respeito, mas como simplesmente "sumiram" com meu resultado e mesmo reclamando várias vezes não tive um retorno sequer, resolvi não falar nada a respeito desta prova e provavelmente não correrei mais nenhuma prova da Geo Eventos. A prova foi muito boa, mas a organização conseguiu estragar o mais importante, a publicação do resultado.

Neste tempo também fui treinar no Parque do Trote na Vila Maria e gostei muito de lá. É uma pista larga de quase 900m de terra batida, onde é possível fazer bons treinos sem ter que ficar desviando de muitas pessoas. O parque tem banheiro e bebedouro, não possui estacionamento, mas é possível parar na rua sem dificuldades. Para quem está acostumado a correr em pista, é um lugar bem interessante para experimentar.

O meu próximo desafio será nos 10km na Corrida Santos Dumont em Santana, praticamente quintal de casa, já que já treinei tanto neste circuito que conheço cada buraco, cada sombra do percurso.