domingo, 27 de março de 2011

Quando o corpo cobra o preço....

O que eu mais gosto dos blogs é poder acompanhar as experiências dos atletas, de gente que treina, trabalha, tem família e faz malabarismos para cumprir a planilha de treino. Já havia lido várias experiências sobre "quebras", mas nunca tinha vivenciado uma. É claro que já abortei treinos/corridas por doenças, por hipertemia, pela comida não ter caído bem e até por desidratação, mas nunca porque não conseguia correr, porque o corpo simplesmente falou hoje não vai rolar... Como tudo na vida, sempre tem a primeira vez, esta semana foi a minha vez e percebi que não sei lidar muito bem com isso, visto que por ser uma pessoa extremamente racional e disciplinada eu simplesmente não conseguia achar uma justificativa plausível para parar.

Mas vou começar pelo começo, na terça o treino era 12 de 2'30 a 80%, como minha velocidade está aumentando, fiz 490m em cada serie fechando o treino com quase 7km.

Na quarta, treino pesado junto com troca da serie de musculação. Na corrida eram 4 de 12 min a 85%, corri todas as series com ritmo de 5:10, fechando o treino com quase 11km. Na musculação nova serie, misturando força com resistência, resultado do dia, terminei exausta. Investi na alimentação e no decanso, mas acordei quinta-feira toda dolorida.

Na sexta-feira mais um dia de treino pesado seguido de troca de serie de musculação. Na corrida eram 12 de 3min, sendo 3 a 80% e 1 forte, corri as series a 80% com ritmo entre 5:10/5:30 e os fortes com ritmo abaixo de 4:30, fechando o treino com quase 8km. Na musculação repitiu-se a estratégia de quarta-feira, misturando força com resistência, mas desta vez não terminei tão cansada quanto na quarta.

No sábado, acordei cansada, pois tinha trabalhado no dia anterior até as 21:30 e como o sol prometia brilhar resolvi não ir para meu trabalho voluntário indo treinar mais cedo. Cheguei na base por volta das 8:30 e depois de uma rápido aquecimento parti para o meu treino, era para ser de 23 a 28km ritmo de prova, ou seja 5:10/5:15. Contudo quando comecei logo nos primeiros km me sentia estranha, o corpo não queria correr, minha cabeça parecia que ia explodir, então resolvi seguir até o 6º km, pois normalmente depois de uns 20 min correndo, tudo fica mais fácil, o corpo encontra o ritmo e o incômodo passa. Só que desta vez isso não aconteceu, a cada km percorrido eu me sentia mais cansada, com mais vontade de parar e cheguei ao ponto de intercalar corrida com rápidas caminhadas, neste momento não sabia o que fazer, tinha que correr no mínimo 23km e não tinha corrido nem 10. Na minha cabeça não havia nada que justificasse parar de correr e comecei a me sentir fracassada, por outro lado não tinha forças para seguir em frente, então comecei a sentir medo e o medo tornou-se pânico, não conseguia respirar, a traqueia fechou e precisava andar para conseguir fazer a respiração voltar. Nisso tudo, negociava mentalmente com o meu corpo, primeiro chegar até o 15ºkm e depois ao 18ºkm, pois não aceitava correr menos do que isso.

No 15º km encontrei meu treinador e tive um ataque de choro, quando consegui me acalmar expliquei a ele o cansaço e o pânico. Daí eu tinha 2 alternativas, parar definitivamente e descansar ou seguir em frente correndo devagar e descansando a cada 3km para completar a kilometragem. Achei melhor seguir em frente, pois não queria ficar com aquela sensação de medo e de fracasso e assim fui correndo 3 km intercalando com breve descanso, para fechar o treino em 21km.

A lição aprendida é que o descanso é tão importante quanto o treino e nas últimas semanas, as tarefas da casa e o trabalho, não me deixaram descansar o quanto eu precisava e no sábado o corpo cobrou seu preço.

Descansei o final do sábado e hoje, volto a treinar na terça, mas somente corrida, vou ver como me sinto para saber se volto para a musculação ou não. Afinal a vida continua e tenho uma maratona pela frente.

domingo, 20 de março de 2011

Treinos malucos

Eu já fiz vários treinos, mas esta semana meu treinador se superou, misturou tudo o que podia, todas as faixas de frequência e velocidades e eu simplesmente adorei. Eu já havia escrito isso antes, correr maratonas e Meias é muito bom, ainda mais quando se consegue PR, mas o mais gostoso é o processo de se chegar nas corridas, ou seja, os treinos. Um treino nunca é igual ao outro, mesmo executando exatamente o mesmo treino.

Eu li uma vez que muitos treinadores não gostam do treino baseado na fc, pois a fc é influenciada por diversos fatores, como temperatura, stress, consaço, etc e isso é verdade, não somos robôs, a fc esta sofre variações e o gostoso é entender o porquê das variações, pegar leve quando não se estiver bem e seguir em frente quando estiver ótimo.

O Sergio (corredorfeliz.blogspot.com) me perguntou como eu cheguei nas faixas de fc e acho que nunca expliquei como funciona. Anualmente faço o exame espirométrico no pico do treinamento, onde você está melhor condicionado e as faixas são determinadas segundo os dois limiares L1 e L2 (ou PCR - ponto de compesação respiratória). O resultado do treinamento não é medido apenas pelos resultados nas provas, pode ser visto no exame espirométrico, com o aumento do VO2 e o aumento da faixa entre L1 e L2.

Bem mas voltando aos treinos, na terça-feira o treino era 15 de 45'' sendo 15''fraco, 15''medio, 15''forte. Fiz o fraco com pace de 6:30, o medio com pace de 5:00 e o forte o ceu era o limite, cheguei a bater menos de 3:30 no final de cada série. Foi bom correr rápido depois do treino devagar do sábado, terminei revigorada.

Na quarta, treino tranquilo 6 de 7min a 80%. Praticamente corri 1,31km em cada serie, com pace abaixo dos 5:30 e fechando o treino com um total de 8,3km.

Na sexta, o treino foi uma verdadeira salada de frequência, eram 16 de 2min sendo uma serie (1min a 85% e 1min a 80%) e uma serie (1min a 75% e 1min a 90%), ou seja começava correndo a 85% (pace de 4:40), reduzia para 80% (pace 6:30), depois do intervalo corria a 75% (pace 7:30) e depois acelerava para atingir 90% (pace abaixo de 4:30). Foi realmente muito divertido e consegui manter a fc em todas as series, fechando o treino com 7,3km.

No sábado o treino também era complicado eram 3 series de 7km sendo 4 km a 80%, seguidos por 3 de 1 km ritmo 5'10, mas o mais interessante era que o intervalo do 1km eram o tempo medio dos 4km menos 5'10. Assim a primeira série foi o mais difícil, pois consegui correr os 4km com um pace medio de 5:35 e os intervalos do 1km foram apenas 25". No segundo e no terceiro, a frequência subiu e tive que diminuir a velocidade, assim o pace medio foi 5:50 para a segunda serie e 6:00 para a terceira e daí as series passaram de difíceis para doloridas, pois correr devagar dói e meu joelho reclama o tempo todo. O que ajudava era correr rápido os tiros de 1km, vai entender...

Aproveitei este treino longo para testar um suplemento novo que meu nutricionista receitou, o GNC AMP Pre-Post Training Pak e gostei do resultado. Este suplemento realmente segurou a fadiga muscular e a recuperação foi excelente.

terça-feira, 15 de março de 2011

Ranking Maratonista 2010 da CR

No começo do ano cansada das mesmice da revista Runners, resolvi aceitar a indicação dos amigos e assinei a revista Contra Relógio. Estava ansiosa em receber a primeira edição, pois queria muito ler a matéria do Marilson.

No começo de março, como prometido recebi as edições de janeiro e fevereiro junto cum uma sacola muito bacana e um boné. Mas quando abri o pacote qual foi minha surpresa? Havia um certificado de maratonista!

Não é que meu resultado de Porto Alegre fez eu ingresaar no Ranking de Maratonistas da CR?
Fui a 51º da minha faixa etária! Tá certo que o tempo informado na minha classificação foi o geral e não o líquido, mas a diferença é tão pouca, que não faz mal. É muito bom quando somos surpreendidos!

Com relação a revista, ela me surpreendeu também, o conteúdo é muito bom e realmente é direcionado a corredores.

Estou tão decepcionada com a Runners que não achei a menor graça na edição deste mês, pra variar o conteúdo "emagreça ja" ou "derreta sua barriga" continua por lá e deixa a revista parecendo muito mais uma "Boa Forma" do que uma revista voltada para corrida.

Mas o que me deixou muito chateada foi que no mês passado havia uma reportagem sobre treinamentos com tantos absurdos que não aguentei e mandei um e-mail para a revista criticando a reportagem, pois se algum iniciante seguir a risca o que está escrito muito provavelmente irão se machucar e como eu já previa até o momento não recebi um retorno sequer.

De qualquer forma, fica uma lição, seja a Runners ou qualquer outra revista não acreditem em tudo o que dizem, pesquisem leiam outras materias até conseguir formar uma opinião.

domingo, 13 de março de 2011

Virando a página

Como nos treinos, fechei um ciclo da minha vida e consegui virar a página, chega de tristeza e de depressão. O mais engraçado é que consegui enterrar o passado e virar a página durante o treino mais lento da minha vida num sábado modorrento.

Neste sábado tinha um longão de 20km a 75%, então fui para o Campo de Marte e comecei a correr embaixo de garoa num pace incrível de 8:30 e fiquei por lá por quase 2:45. Neste tempo curti muito o treino, viajei nos meus pensamentos, dei muita risada enquanto garoava, chovia, parava e ameaçava um sol, depois garoava e chovia novamente e acho que alguma pessoas pensaram em chamar o manicômio, pois me olhavam como se eu fosse maluca. Deste treino ficaram 2 certezas, a corrida é um excelente remédio para tristeza e sim consigo correr com fc de 75%. Este resultado não é PR mas é uma grande conquista para quem até pouco tempo atrás não consegui correr um 1km sequer nesta fc.

Bem mas a semana começou na segunda de carnaval com 20 min de trote regenerativo seguido por 10 de 1 min de corrida leve. Algumas pessoas que estão acostumados a me ver correndo forte, brincaram comigo dizendo que tinha ido para a pista só para enrolar.

Na quarta fui para o Campo de Marte e o treino era 4 de 12min a 80%. Fiz a duas primeiras series com ritmo de 5:40, mas depois tive que reduzir na terceira serie para 5:50 e fechei a última com 6:00, pois a fc ultrapassou o limite.

Na sexta mais um treino leve 5 de 8min a 75%, não forcei e corri com ritmo de 7:30. Até podia ter forçado mais, mas resolvi deixar a fc mais baixa.

No sábado depois do treino de 20km fiquei muito cansada e dolorida, parecia que tinha corrido uns 32km. Eu não posso provar, nem tenho base científica para isso, mas toda vez que corro mais lento que o meu ritmo normal sinto que o desgaste físico é maior.

O importante é que terminei a semana bem, com as forças renovadas e pronta para trilhar novos caminhos, quanto a dor de garganta esta passou e estou bem melhor.

domingo, 6 de março de 2011

1km o que der

Quando no treino esta orientação aparece, exatamente no último km do ultimo treino da semana já se pode ter uma ideia de como será a semana de treino. E com esta orientação eu fechei mais um ciclo, mais um degrau na escalada rumo a Maratona do Rio.

A mudança de tempo com chuva quase todos os dias ajudaram nos treinos, mas também me deixaram doente, com resfriado e dor de garganta. A experiência mostra que uma simples mudança de temperatura não nos deixa doente e sim um acúmulo de fatores, meu desequilíbrio emocional, junto com treino forte abaixou a imunidade, daí quando se junta a mudança de tempo, o resultado foi o resfriado. Ainda bem que não estou na véspera da Maratona e tenho tempo de sobra para me recuperar. Contudo, resfriado não quer dizer day-off nos treinos, nem treino na esteira, continuei treinando na pista ou na base e apenas acrescentei alguns cuidados a mais, como a hidratação.

Na terça-feira, o treino foi muito bom, estava quente e garoando e como adoro correr na chuva, me diverti muito. Foram 30min de corrida progressiva, comecei a 7:30 e terminei abaixo de 5:00, rodando ao todo 5km.

Na quarta eram 5 de 1km ritmo forte, acima de 95% e apesar da garoa, completei todos abaixo de 4:30. Foi um excelente resultado, visto que no começo do ano passado não consegui baixa dos 5:00.

Na sexta-feira embaixo de uma garoa chata o treino era 10 de 500m a 90%, comecei completando a 2'20, mas depois do 4º tiro tive que reduzir para 2'30, pois a fc ultrapassou o limite.

No sábado estava cansada e morrendo de dor de garganta, olhando o tempo (vento e garoa) e lendo o treino, quase desisti de treinar, mas a consistência nos treinos é que nos garantem o crescimento, então levantei juntei minhas coisas e fui para a base treinar. Desta vez, fugi do mico de correr no Campo de Marte em pleno carnaval, também aproveitei o tempo fechado para ir treinar mais tarde e assim escapar do bêbados que passaram a noite na folia e na manhã pegam o carro para voltar para casa.

Bem, mas voltando ao treino, este era composto de 6 km a 80%, 4 km a 85%, 3 km a 90%, 2 km a 95% e 1 km o que der, todos com descanso de 3min. Por causa do frio a fc não subiu e consegui completar os 6km com ritmo de 5:30, 4km com ritmo de 5:20, 3km com ritmo de 5:07, 2km com ritmo de 5:04 e o que der com ritmo de 4:50. Sendo que os três últimos eu sofri para completar, as pernas doíam mais que minha garganta, fiquei sem fôlego e precisei de muita concentração para conseguir completar o treino.

O ruim da semana foi a alimentação, não consegui manter a dieta a risca a acabei comendo alguns doces, nada exagerado, mas ceder ao primeiro pedaço, faz com que você fique com vontade todos os outros dias. Poderia me enganar e dizer que foi em virtude do treino forte ou da dor de garganta, mas o fato é que simplesmente adoro doces e chocolate e de vez em quando é muito difícil resistir.

Para fechar segue um balanço dos treinos do mês de Fevereiro, foram 15 treinos de corrida, rodando no total 143 km, além de 16 treinos de musculação, o que significa que não matei um único treino de musculação este mês.