Mais um capítulo das aventuras de uma Pangaré pelo mundo das corridas.
O Revezamento Maresias Bertioga era para ser apenas pura diversão. Minhas amigas Ligia e Lariza me convidaram para participar do revezamento e junto as outras meninas da Trilopez Dorita, Celia e Junko formamos o sexteto "As Maricotas".
Veterenas no revezamento, Ligia e Lariza já sabiam de cor como organizar a logística do evento. Assim, rezervaram uma pousada muito legal em Juquehy, compraram água, isotônico, frutas. A Celia e a Junko chegaram antes e fizeram os sandwiches, a Lariza quando chegou o mesmo. Tinham plástico para forrar o carro, isopor para deixar as águas, enfim tudo de uma organização incrível.
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Junko |
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As irmãs Ligia e Celia |
Além de nós corredoras, tinha também a nossa "Anja", a Sabrina, irmã da Lariza, que veio especialmente para ficar com o carro e nos levar de um ponto para outro. Aliás mais importante do que correr é a organização de como chegar em cada ponto da prova e a Sabrina que já acompanhou a irmã várias vezes neste revezamento já sabia de cor onde ficava cada ponto de troca.
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As irmãs Lariza e Sabrina |
Os trechos foram divididos conforme abaixo e além da Sabrina, a Ligia também ficou com o carro para ajudar na movimentação. É muito complicado utilizar apenas um carro, pois o congestionamento na Rio-Santos é muito grande e algumas vezes o corredor chega antes que o carro.
P0-1 - Dorita (10,8 - facil)
P1-2 - Junko (5,6 - fácil)
P2-3 - Lariza (6,8 - fácil)
P3-4 - Yeda (6,8 - fácil)
P4-5 - Junko (5,5 - fácil)
P5-6 - Celia (8,1 - fácil)
P6-7 - Lariza (9,7 - difícil)
P7-8 - Yeda (10,4 - bem difícil)
P8-9 - Ligia (10,6 - muito difícil)
A Ligia estava preocupada em sentir Cãimbras e disse que se ela passasse mal alguém teria que assumir. Perguntei se ela queria que eu corresse junto e ela aceitou. Assim assinei a sentença de morte, iria encarar de uma única vez os 2 piores trechos do revezamento, iria correndo de Juquehy a Maresias.
A Dorita iria correr com outra equipe então apenas correu o primeiro trecho e não ficou com a gente nem na pousada. Nos encontramos na largada as 7:30 e demos boa sorte umas para as outras e fomos separadas cada um para seu destino. A Sabrina levou a Lariza e a Ligia levou eu, a Junko e a Celia.
No P1 a Dorita passou a pulseira para a Junko e no P2 a Junko passou para a Lariza. Fiquei no P3 esperando e consegui ver o Bessa passando, gritei para ele e disse que o encontraria. Quando a Lariza chegou fui atrás do Bessa. O tempo estava encoberto, abafado e úmido o que fazia você transpirar muito. Encontrei no caminho o Daniel, amigo e suporte do bessa de bike, e fomo juntos encontrar com o Bessa. Bati um papo com ele e com o Joel e segui em frente, afinal tínhamos corridas diferentes para fazer, ele solo e eu no revezamento. Deixei o corpo ditar o ritmo sem forçar e fechei o trecho em 36min (media 5:15)
No P4 passei a pulseira para a Junko e fui com a Sabrina encontrar a propria Junko no P5. Este foi o pior trecho do trânsito, a Junko passou pela gente correndo umas duas vezes e chegou no P5 antes de nós. Lá ela passou a pulseira para a Celia e fomos juntas para o P7, onde eu iria encarar meu segundo trecho. Deu tempo de fazermos um pit stop no "shoppinho" de Juquehy para utilizarmos um banheiro limpo. Que oásis conseguir encontrar banheiro limpo e cheiroso numa corrida...
No P6 a Celia passou a pulseira para a Lariza que encarou a subida muito bem. Quando ela passou a pulseira para mim no P7 já comecei meu trecho com ladeira, lembrei de um post do blog correria sobre a volta da ilha e fiz a ladeira andando, aliás todas as ladeiras fiz andando, o tempo que se ganha correndo numa ladeira não vale o desgaste para o resto da prova.
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Iniciando segundo trecho P7-8 |
Passado a fase de sobe e desce, cheguei na baleia e imprimi um ritmo de 5:15, mesmo sabendo que teria a serra da Maresias pela frente. Que saudades de correr na Baleia, é de longe um dos melhores lugares para se correr. Saindo da Baleia passei pela montanha que a separa de Camburi e segui correndo a 5:15. Cheguei no P8 em 55min, passei a pulseira para Ligia e segui com ela, deixei ela ir na minha frente para não influenciá-la.
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Chegando no P8 |
Passamos bem pela serra que separa Camburi de Boiçucanga e seguimos em frente rumo a serra de Maresias. Quando começamos não tinha idéia no que eu tinha me metido, a cada curva olhava para cima e tinha uma ladeira mais íngrime que a outra, a Ligia como boa guerreira correu quase todo o trecho me obrigando a fazer uma especie de corre e anda. Eu rezava para o topo chegar e nada, vinha mais ladeira, quase no final da subida comecei a sentir cãimbras no arco do pé e quase caí na risada, pois estava lá para ajudar a Ligia e so faltava eu ficar pelo caminho. Ignorei as cãimbras e quando começamos a descer voltei a correr, as cãimbra aumentaram e depois diminuíram. A Ligia estava animada e acelerou eu fiz uma descida controlada, inclinei o tronco um pouco para trás e fui descendo devagar (cerca de 6min) sem brecar muito e sem acelerar demais. Minha preocupação era não acabar com joelho, articulações e lombar.
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Em Boiçucanga |
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Começando a Serra de Maresias |
No final da serra a Ligia tinha aberto uma boa distância de mim e mesmo com cãimbras resolvi alcançá-la, comecei a correr desembestadamente e quando olhei no relogio ele marcava 4:40. Para chegar na areia, passamos por um corredor apertado que ao final tinha uns degraus, como eu estava correndo como uma louca atrás da Lígia, quase que passo voando nos degraus e caio de cara no chão. Ainda bem que ficou no quase.
Bom, na areia alcancei finalmente a Lígia, mas a areia era fofa e inclinada e minhas cãimbras aumentaram.
Olhava para a chegada e ela parecia uma miragem de tão longe. Pensei em desistir, afinal quem estava correndo era a Ligia, eu estava ali apenas como anjo da guarda, meio fajuto, mas enfim era minha função, então segui junto com ela e cruzamos a linha de chegada.
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Eu e a Ligia logo apos cruzarmos a linha de chegada |
Ao terminar eu queria uma banheira de agua com gelo para entrar dentro, como não tinha fui para o mar e deixei a agua gelada bater nas pernas. Mas é uma praia de tombo, mar forte e areia inclinada não dava para ficar lá. Fiquei uns 10 min e saí.
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Não era uma banheira de gelo, mas ajudou |
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As Maricotas - Lariza, Junko, eu, Ligia, Celio e Sabrina (Anja) |
Encontrei com as meninas, pegamos as medalhas e tiramos fotos. Já estávamos indo embora e elas resolveram olhar a classificação, como estava muita muvuca fui saindo e deixei elas lá. De repente escuto, em 5º lugar na categoria feminina, o número 601 "As Maricotas", eu dei um pulo e gritei sou eu!
Voltei correndo e subi no Pódio com elas, recebi meu trofeu e fiquei muito emocionada. Realmente não esperava podio, tinha ido lá apenas para me divertir, nenhuma de nós buscava tempo, apenas demos o nosso melhor.
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Felicidade em pessoa |
Encontrei com o amigo Mario Macia uma simpatia de pessoa e estamos sempre nos encontrando nas corridas.
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Mario e eu |
Saindo de lá fomos almoçar no Cheiro Verde de Boiçucanga. Nunca um arroz, feijão, filé mignon, farofa e batata frita foi tão gostoso e claro fechamos com um brigadeiro.
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A Recompensa |
Obs.: Ficou faltando a foto do pódio. Assim que eu receber eu publico....