segunda-feira, 25 de novembro de 2013

98 beach running – A prova mais irada do litoral

O primeiro ano que fiz esta prova foi em 2011 e começou a partir do convite de um amigo, não havia sido planejado, utilizei o número de uma outra pessoa e foi simplesmente fantástica. Normalmente amigos, corrida e pizza são uma combinação que não tem como dar errado, mas 2 anos depois me programei com antecedência, fiz inscrição, agendei a viagem e o resultado… bem o resultado foi um pouquinho diferente, virou quase um episódio do “cilada”.

Choveu em Santos desde sexta-feira e no sábado a noite quando chegou a hora da prova, o cenário era meio desolador…. A chuva tinha diminuído, mas havia começado a ventar… Enquanto esperávamos chegar a hora da prova, ouvi anunciarem que por motivos de segurança e prova tinha sido transferido da areia para o calçadão. Juro que fiquei pensando em desistir e esperando qualquer intervenção divina para que a prova fosse cancelada, mas havia convidado um amigo, ele fez inscrição, foi pra Santos comigo e estava na mesma barca furada que eu, então lembrei da música do faroeste cabloco “E decidiu entrar de vez naquela dança, Se a via-crucis virou circo, estou aqui” e se já estava lá, vamos em frente….

Fomos para o aquecimento e durante ele, tive uma amostra grátis do que seria a prova... Poças d’água por todo caminho, chuva fina, ventania.. Concluído o aquecimento fomos chamados para o simpósio, a organização foi explicar por onde seria o percurso, onde faríamos o retorno, a importância de passar no tapete. Mesmo em cima da hora, haviam demarcado local com cones…

Enquanto aguardávamos a largada víamos as palmeiras balançando pelo vento a chuva caindo, parecia aquela cena de tufão que passa na TV. Olhávamos para aquilo e pensava… vamos correr nisso???? Nestes casos, o bom humor salva e ríamos da situação…

Quando foi dada a largada simplesmente saí, acelerei o máximo que podia, pois sabia que correr no calçadão, por ser estreito, a ultrapassagem seria complicada. Não enxergava nada, o vento batia no peito, a chuva não me deixava ficar com olhos abertos e as poças d’água encobriam buracos… Feito o primeiro retorno, passamos a ficar a favor do vento e da chuva e passei a correr melhor sem a chuva batendo no rosto, contudo não conseguia sequer ver no relógio em que ritmo estava.

Quando cheguei no próximo retorno contei 6 meninas, duas estavam mais devagar e pensei, posso ultrapassá-las… Só que a natureza não ajudou, começou a ventar mais forte e a chuva, por estar contra ela novamente, batia no rosto e não deixava ver nada. Achei que fosse até perder a lente de contato e me arrependi por não estar de óculos. O vento contra estava muito forte e fez os treinos na base aérea ser moleza… Segui firme em frente e passei uma das meninas, devia estar com a fc nas alturas pois o estômago estava embrulhado pelo esforço…Logo em seguida passei a outra…

Quando fiz o último retorno, reduzi um pouco o ritmo e um senhor passou por mim e disse, “não deixe o ritmo cair, venha! Continue a correr!”, aquilo me deu energia nova e disse para ele “se eu não estiver errada sou a quinta menina”. Ele me falou “então acelera que tem prêmio no final”. Bom, acelerei e fui puxando o ritmo até o final… Quando vi a chegada ela marcava 29min, pensei tem algo errado, não fiz 8km de jeito nenhum…

Ao cruzar a linha de chegada, tive a confirmação eu havia sido a 5 menina a cruzar a linha de chegada e ao ver o relógio, tive a confirmação que a prova teve apenas 6,18km. Encontrei meus pais dei uma abraço neles e logo em seguida chegou meu amigo… Ficamos esperando a premiação, mas nada dela ocorrer… Acho que esperei por uns 40min e nada.

Fui falar com a organização e eles me falaram que estavam aguardando o último cruzar a linha de chegada, para buscarem o notebook no outro tapete e conferirem se todas passaram duas vezes por lá e só assim divulgar a lista com os 5 primeiros… Perguntei quanto tempo isso levaria e me disseram cerca de 1 hora. Bom mandei eles ficarem com o troféu e que não iria ficar lá plantada tomando chuva por mais de uma hora….

Decidi ir embora e encontrar com meus amigos na pizzaria, foi a melhor comemoração, pelo pódio que não ocorreu, pais e amigos reunidos não tem como não ser bom… Falamos por horas sobre corrida, treinos, amizades, tudo com boa pizza…

Ontem olhando o resultado vi que não fui a quinta e sim a terceira colocada…. O regulamento fala que não existe entrega de troféu posterior, mas mandei e-mail para organização, quem sabe abrem uma exceção e me mandam o troféu…De qualquer maneira, esta prova foi a prova mais bizarra que fiz na vida….

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

2 finais de semana 2 provas – G4 e 110 anos do Atletismo Esperia

Juro que eu tento escrever, mas o tempo está curto para muito trabalho e o blog acaba pagando o pato… e essas duas semanas foram muito especiais, apesar do sol, o astro rei, tentar estragar a festa…. Mas vamos lá, no dia 03/11 fui pra Brasília enfrentar o forno da Golden four e no final de semana seguinte, no dia 09/11, foi o dia de ser Mo Farah, fui enfrentar minha primeira prova na pista, 4500m na prova de 110 anos do Atletismo do Esperia.

Golden Four de Brasília

No dia 03/11 chegou minha prova alvo do segundo semestre, a golden four de Brasília. O final de semana foi pra lá de especial, pois minha família se reuniu e acabei vendo tia e primos que há muito tempo não via. Isso sem falar nas aventuras gastronômicas, com almoço na casa de um primo, lanche na casa de outro e janta na casa de uma tia…. O carbload foi fantástico… :)

Para o domingo a previsão do tempo dizia, tempo encoberto e temperaturas na casa dos 17ºC, mas quando saí do hotel e vi o sol nascendo e um céu azul lindo de morrer percebi que a previsão tinha errado e que a prova poderia se tornar um forno….

Fui pra largada já aquecendo, deixei minhas coisas no guarda volume e já fui para o local de largada. Enquanto esperávamos vejo um homem com carrinho de bebê praticamente na largada. Gostaria que me explicassem como uma prova que diz ser voltada a performance deixa um carrinho de bebê entrar lá na frente (ou foi elite B ou foi pelotão vermelho). Quando foi dada a largada passei por ele e disse que ele era louco de largar com uma criança lá na frente e que era irresponsável por correr com uma criança. Ele por sua vez me xingou e me chamou de mau humorada. Tudo bem que o cara corria bem, mas empurrar uma criança por 21km num calor daqueles é no mínimo uma insanidade e podia ter causado um acidente feio na largada.

Bom passado este episódio os primeiros km foram de descida, lembrando de alguns conselhos, mantive o ritmo evitei não segurar e fui seguindo sem forçar. Percebi que a fc estava alta e já comecei a imaginar que manter o plano A seria difícil. O ritmo encaixou 4:50/4:55 e fui seguindo. No km 5 percebi que não tomei todos os suplementos que normalmente tomo no começo da prova, mas isso não justificava a fc alta e a dificuldade em manter o ritmo. Acabei tomando este suplemento no km 6, mas não mudou nada kkkk

Quando fizemos o retorno perto do km 8 e começamos a subir, meu inferno começou… a fc subiu mais o ritmo caiu e comecei a pensar em desistir. Passei pelo km 10 com 48min, nada mal até então, mas sabia que seria muito difícil continuar no ritmo. daí começou a guerra entre o corpo e a mente, a todo custo tentava me manter correndo e a vontade de parar só aumentava.

Passei por uma corredora (a Morgana que depois nos conhecemos) e falei para ela, “vamos menina estou te seguindo e vamos terminar esta prova juntas”. No km 12 já com ritmo em torno de 5:15 e fc em torno de 188 pensei em andar, neste momento a Morgana passa por mim e fala “Não para não, vamos juntas”, aquilo me deu uma dose de ânimo e segui com ela. Foi uma parceria silenciosa, ela do meu lado e eu lutando para não parar.

No km 14 quando a ladeira terminou e começamos a descer novamente, tudo melhorou e o ritmo voltou para 4:55/5:00, mas não consegui seguir por muito tempo, perto do km 16 falei para a Morgana seguir em frente, pois precisava andar. Andei por uns 200m e esperei a fc baixar bastante para voltar a correr.

20131103_091625Com a fc mais baixa voltei a correr melhor, mas mesmo assim a luta permanecia. No km 17, os marcadores dos 1h45m passaram por mim e percebi que o plano B também já tinha ido embora. Agora só me restava terminar a prova…IMG_20131103_093447

Novamente lutando comigo para me manter correndo fui seguindo com ritmo 5:10. No km 20 um corredor de Natal passou por mim e eu acelerei e disse “vou tentar ir com você”. Ele me disse, “vamos para terminar com menos de 1h45”, mas eu não consegui manter o ritmo e falei para ele seguir em frente. Ele me disse que agora era tudo uma questão de cabeça e para seguir em frente mantendo o ritmo… E assim eu fui até a linha de chegada, fechando a prova com 1:47:12. O tempo ficou 5 min acima do que eu pretendia, não foi PR e o tempo foi maior que o ano passado, mas diante das condições da prova foi uma conquista e tanto. Claro que fiquei frustrada, estava treinada e sabia que podia fazer uma boa prova, mas também sei que existem dias e dias e as condições climáticas não permitiram.

Na hora de voltar para SP mais uma surpresa, encontro com o Drica do blog 20131103_141921(http://correndonaviagem.blogspot.com.br/), bem na verdade ela me encontrou. Estava entrando no ônibus quando alguém me chama e me  pergunta se eu era Yeda, respondi que sim e ela se apresentou… ainda bem pois sou péssima de fisionomia, não reconheço ninguém kkk. Foi um rápido encontro, mas percebi que ela é exatamente o que eu achava, uma simpatia em pessoa. Foi muito, mais uma amiga que deixou de ser virtual para se tornar real

 

 

4500 na pista – 110 anos do Atletismo do Espéria

Depois de Brasília, eu praticamente só descansei durante a semana. O tempo virou fez frio e choveu quase a semana toda e eu aproveitei para dormir. Quando o sábado chegou estava recuperada da G4 e pronta para os 4500m.

Adorei cada minuto da prova, muitos amigos reunidos, a elite do Esperia reunida e muito bla bla bla antes da prova. Houveram 5 baterias, uma de caminhada e 4 correndo. Eu fiquei na última bateria junto com os feras do clube e foi praticamente a bela e os feras…kkkk

20131109_114046 Quando chegou a nossa bateria eram mais de 10:30, para variar o sol brilhava forte e seriam 12 voltas na pista no ritmo pra morte. Quando a largada foi dada saímos muito forte e fiz a primeira volta com ritmo abaixo de 4:00, fui reduzindo aos poucos tentando manter o ritmo abaixo de 4:30. Na metade da prova não aguentei e o ritmo caiu para 4:40. O primeiro e segundo colocado deram duas voltas em mim e a chegada deles foi na minha frente com um sprint alucinante. Daí eu fui controlando o ritmo e fechei os 4500m em 20min43s, se fosse 5k seria novo PR.

Após a nossa bateria, a elite do Esperia fez uma exibição, eles correram 5000m e a velocidade que eles correm mesmo com sol é incrível. O Ivanildo fechou a prova com 15min, tempo bem acima do que ele costuma fazer.

Na premiação fui parar no posto mais alto do pódio, me tornei a amadora mais rápida do Espéria e fiz jus ao meu apelido, “a loira da pista que corre pra caramba”

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