terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A corrida e o Mundial

A semana finalmente acabou....ufa!!!! Sabe aquela semana que você reza para terminar e que merecia uma maratona por dia só para tirar o stress???? Então, a minha semana foi assim.... Muitos problemas no trabalho, pressão por todos os lados e como sempre a corrida virou minha válvula de escape. Pra ajudar ainda mais, o volume do treino começou a subir e agora o papo é o seguinte, “se não agüenta sai do play”

Na terça-feira o treino parecia inofensivo, era 10 min de trote bem leve seguido por 20 de 1min ritmo médio. No começo só alegria, mas nos últimos 4 a perna começou a reclamar. No final fechei o treino com um pouco mais de 5km

Na quarta-feira quase variação do mesmo tema, 30 min a 75% seguidos por 10 de 20'' ritmo médio, mas desta vez concluído sem problemas, fechando o treino com quase 5km.

Na sexta-feira foi off sem ser, até tinha treino, mas perdi a hora, em vez de acordar as 5:00 como sempre acabei acordando as 6:20 e daí já não dava mais tempo de fazer nada. Tirando o exagero de achar que minha maratona estava comprometida pelo treino perdido, até que foi bom não treinar na sexta-feira.

No sábado nada de folga, o treino era 3 de 4 km a 80%, até comecei bem fechando a primeira serie com ritmo médio de 5:27, mas daí a fc resolveu aumentar e fui obrigada a reduzir a velocidade fechando as outras series com ritmo médio de 5:31 e  5:38.
camisa

No domingo chegou o dia de enfrentar os 15km do Sgto Gonzaguinha, na verdade seria um treino de luxo, pois o treinador pediu para correr sem forçar mantendo os 80%. São Pedro até resolveu dar uma ajudinha e o dia começou nublado e sem aquele calor insuportável que dominou a semana.

Como era o dia da final do mundial e o meu timão estaria em campo buscando mais um título, resolvi correr com o manto sagrado, uma maneira de homenagear meu time do coração.

Quando a prova começou, tive que me controlar para não me animar muito e com isso correr forte, neste momento recordei como é bom treinar para a maratona, o ritmo confortável que nos leva longe sem aquela dor insuportável.

Com isso, pude reparar no que acontecia a minha volta; no trânsito da marginal repleto de torcedores, numa corredora sem perna correndo com muleta, uma outra moça com sobrepeso fazendo o percurso andando e nos milhares de corredores percorrendo o mesmo caminho que eu.

E assim fui seguindo, km a km apreciando cada metro percorrido, mas no km10 próximo a quadra da Gaviões eu cansei. O jogo havia começado fazia uns 10 min e os gritos da torcida me fizeram arrepiar e deram um incentivo a mais para continuar em frente.

Só que o gás acabou de vez no km 11 próximo a ponte da Cruzeiro do Sul. Um cansaço absurdo bateu e continuar correndo era quase impossível. Olhei para a ponte e pensei “Posso desviar aqui e logo chego no final, é só um treino mesmo, não tem problema”, daí olhei para meu peito e vi o brasão do timão, eu estava com o manto sagrado…. Como poderia simplesmente parar…. O Corinthians estava do outro lado do mundo enfrentando o maior jogo da sua história e eu não podia correr mais 4km? Não tinha como parar tinha que seguir em frente não por mim mas pelo Corinthians. Neste ponto da prova, o que era para ser um simples treino se tornou uma batalha, como todo jogo do timão.

Passei pela ponte e segui em frente, evoquei a Dolly (sim o personagem do desenho “Procurando Nemo”) e comecei a repetir “Continue a correr, continue a correr…”. O bom de ser maratonista experiente é que sabemos correr com as pernas cansadas e mesmo com tudo contra o ritmo foi mantido e consegui percorrer os últimos km sem andar. Dizia para mim “agüente firme, termine esta prova e o sua parte para o Corinthians ser campeão você fez”

Quando entrei na escola da Polícia Militar e cheguei na pista sabia que faltavam alguns metros apenas, mas não dava para ter Sprint e minha idéia foi apenas em manter o mesmo ritmo até o final. Só que faltando uns 50m um outro corredor me alcançou colocou a mão nas minhas costas e disse, “Vamos, vamos terminar esta prova” e na companhia dele resgatei o último gás e acelerei cruzando a linha de chegada com 1:22:29.

Quando finalmente parei a emoção tomou conta de mim, havia feito a minha parte e agora o Timão estava mais perto de ganhar aquele título. Comecei a chorar e demorei alguns minutos para conseguir voltar ao normal.

Dito e feito algum tempo depois, Corinthians fez 1 a 0 e conquistou mais um título mundial e esta corrida entrou definitivamente para a minha história como uma das mais importantes.
Corri por ti Corinthians
Corro por ti Corinthians

Sobre a prova, a organização durante o percurso foi impecável, mas para mim falharam em 3 pontos na chegada:
  • Kit foi composto por barra de cereal toda amassada e maçã podre
  • O local da retirada da medalha estava totalmente “enlameada” e com muita água, para passar não tinha jeito tinha que enfiar o pé na lama preta (que não sai do tênis de jeito nenhum). A organização deveria ter mudado o local ou pelo menos forrado para minimizar o estrago.
  • O guarda volume ficava do outro lado, dentro do ginásio ou dava-se uma volta imensa ou passava por onde os corredores estavam chegando

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Marcadora de ritmo - A missão em VWrun




Estou a semana inteira pra escrever este post e tudo parece não querer a publicação, primeiro fiquei sem inspiração, as palavras simplesmente não fluiam, ontem com um pouco de esforço consegui escrever uma boa parte e hoje quando estava quase terminando o Windows resolveu reiniciar e tudo que eu tinha escrito simplesmente sumiu... Sim, eu salvei o texto, faço isso frequentemente só que após o restart o que estava salvo era o texto de antes de ontem, ou seja perdi tudo...

Assim resolvi deixar meus excessos de detalhes e fazer o resumo do resumo do resumo afinal esta semana foi minha estreia como marcadora de ritmo na VWrun e não posso simplesmente não registrar o fato.  

Por causa do trabalho perdi o treino da terça, falei com o treinador e pedi para jogar o treino de terça para quarta, assim minha semana começou na quarta-feira com 6 de 6min sendo 3 min fraco e 3min medio, corri cerca de 1km em cada serie, fechando o treino com quase 7km

Na sexta-feira o treino foi estranho por causa calor, estava abafado e corri a maior parte do tempo com uma dor de cabeça chata, o treino era 10 min de trote, seguido por 2 de 3 km a 85%. O ritmo médio ficou em torno de 5:20 e fechei o treino com um pouco mais de 7km

No sábado o treino não era nem um pouco ideal para o calor, pois era de 10 a 12 km 75%/80%. Assim iniciei o treino na base super cedo e deu certo, consegui correr até 10,5km com a fc nos 75%, apenas ultrapassando nas subidas. Após isso, a fc foi para os 80% não retornou mais até o final quando concluí os 12km com os incríveis 1h24min (sim eu consigo correr lento assim).

No domingo chegou o dia da VWRun, uma corrida dentro da fábrica da Volkswagen, e minha estreia como marcadora de ritmo. Já calejada com a ASRD onde estacionar dentro do Autodromo era uma verdadeira odisseia, resolvi chegar cedo, só que as 6:30 da manhã não foi cedo o suficiente e amarguei 20 min de trânsito.

Quando cheguei lá parecia que estava em outro país, em vez do calor da semana, o tempo estava fechado com neblina e uma garoa irritante.

Fui para o ponto de encontro para pegar minha camiseta e encontrar os outros marcadores de ritmo. Só que minha camiseta sumiu e enquanto o pessoal procurava desesperado eu me divertia, pois isso so poderia acontecer comigo... A zicada.... A única solução que tive foi correr com a minha camiseta (aquela discreta do Colucci) ao lado do outro pacer e com isso me tornar a primeira marcadora de ritmo sem ser....rs rs rs
A camisa perdida


Bem, fomos para a largada e assim que iniciou percebi a roubada que havia entrado.... não sei da onde eu tirei que o circuito era plano, na verdade a prova iniciou com uma forte subida, depois lá pelo km 4 descemos sem parar e do km 5 ao 8 parecia uma montanha russa cheios de subidas e planos. Quando entramos dentro fábrica, uma pessoa gritou esta é a última subida e agradeci a Deus por isso, pois como marcadora de ritmo tinha que manter 5:30 não importando se estava subindo, descendo ou no plano.

Quando entramos dentro da fábrica, tudo ficou abafado ainda mais depois de subir todas as ladeiras e comecei a me sentir mal querendo sair de lá o mais rápido possível. Ao sair passamos pelo 8km e estávamos cerca de 30seg acima do ritmo (no km 4 com todas as descidas fechamos o km com ritmo de 5'00 e nos km seguintes não conseguimos compensar), mesmo tentando reduzir a ritmo passamos o km 9 com 30" acima, o que nos obrigou a fazer o último km na descida a um ritmo de 6'00, fechando os 10 km em 54min52seg.

 Adorei esta prova é um circuito desafiador e muito legal de ser completado, mesmo acontecendo restrito a uma fábrica. No ano que vem pretendo voltar. Mas acima de tudo amei a oportunidade de ser marcadora de ritmo. Nunca havia corrido um circuito com grande variação mantendo ritmo constante. E de certa maneira consegui ser constante.

Domingo próximo estarei em mais uma prova, a Sargento Gonzaguinha. Será a primeira vez que corro esta prova e verei se a Yescon melhorou na organização. Desde 2010 que risquei as provas desta oraganizadora do meu calendário e veremos domingo se vale a pena incluir no calendário novamente.

Os marcadores de ritmo

camisa do 4'30 emprestada para a foto :-)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Elas estão descontroladas....


Todo início de temporada é sempre a mesma novela, controlar a fc, mantê-la dentro de um limite ao mesmo tempo que a velocidade aumenta..... Eu diria que esta tentativa é quase tão inútil quanto tentar prender num espaço restrito um animal criado na natureza, uma hora ele ficará descontrolado, arrebentará tudo sairá livre para a natureza....

Bem eu particularmente já perdi a esperança em ter a fc baixa, acho que estarei daqui 20 anos velhinha, lembrando dos tempos antigos e falando a mesma coisa.... início de temporada, fc alta, corro um pouco e ela ultrapassava o limite, bla, bla bla..... Mas no fundo, bem lá no fundo estou feliz, já conheço o processo, sei como tudo irá evoluir e em breve estarei rodando meus 60, 70km semanais rumo a maratona e com a fc onde deveria estar.....


O mais engraçado de tudo é falar início de temporada em Dezembro e as vésperas do fim do mundo. Estamos tão condicionados a renovar ânimo e esperanças no final do ano que é meio estranho iniciar algo, justamente quando tudo está terminando. Estou tendo dificuldades em encarar o treino como treino, para mim ainda estou na fase diversão.

A primeira semana oficial foi relativamente tranquila, na terça-feira o treino foi 20min de trote seguidos por 
10 de 1 min a 75%, fiz o intervalado com ritmo de 6'30 e fechei o treino com 4km.


Na quarta-feira o treino foi parecido 10 min de aquecimento seguido por 15 de 1min a 80% sem forçar. Neste caso fiz os intervalados a 5'00 e fechei o treino com  4,3km.


Na sexta-feira os 75% continuaram me perseguindo, o treino foi 2 de de 3 km a 75% que levei quase 46min para completar.

No sábado o treino era 10 min de aquecimento seguido por 10 de 500m a 80%. Como o dia estava nublado e não tão quente, consegui manter um ritmo de 5:10 a 5:20 (bem diferente dos 4:50 que conseguia fazer em junho).


No domingo lá fui eu para o revezamento ASRD, todo ano falo que não vou correr, mas em cima da hora sempre aparece alguma desistência e lá vou eu correr no inferno do Autódromo de Interlagos. Eu não sei o que é pior a "Perinfernal" do Rio, o Autódromo em SP ou a Politécnica na USP, a disputa é boa...


Bem, mas voltando a prova, a idéia era fazer 2 voltas e completar 10,5km. Para ajudar o coach pediu para não deixar a fc chegar nos 90% mesmo na subida. O planejado era o Frotinha abrir o revezamento e fazer 4 voltas, eu faria 2 voltas e o Thales fecharia com mais 2 voltas, mas o dia estava muito quente e como não valia nada, decidi na terceira volta do Frotinha acompanhá-lo. Ele, por sua vez, estava saindo de uma gripe e já não estava muito bem e acabou fazendo a última volta no ritmo da pangaré aqui que além de tudo não podia deixar a fc subir muito.

Fizemos a primeira parte da volta a 5:30 e na última subida fiz andando para manter a fc baixa. Quando estávamos nos 400m finais da primeira volta, o Frotinha falou pra mim que meu objetivo era alcançar a moça de rosa que estava na nossa frente. Como objetivo dado é objetivo cumprido eu acelerei e ultrapassei a menina, mas a brincadeira fez com que a fc ultrapassasse 90%. Daí desisti de dar mais uma volta, pois seria impossível controlar a fc naquele sobe e desce e embaixo daquele sol. E assim fechei mais uma participação no ASRD.

Na semana que vem terei mais uma prova, mas desta vez será um experiência diferente, serei pacer (a 5:30) no VW Run, a prova dentro da fábrica da Volkswagen. Será minha primeira vez como marcadora de ritmo e o mais legal será correr esta prova, sempre tive curiosidade mas nunca tinha conseguido encaixar a agenda. Na semana que vem eu conto como foi a experiência....