segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Navegando por mares nunca dantes navegados

broken-watch

Mesmo deixando o garmin no pote de arroz, não teve jeito, ele foi parar mesmo na assistência técnica. Além dele, só naquela assistência tem mais 10 relógios iguais ao meu e com o mesmo defeito, ou seja, este relógio possui um defeito congênito de vedação e como meu pai fala o “a prova d’água” dele é 50m bem longe da água.

Com o Garmin arrumando quase entrei em pânico…como treinar sem qualquer referência, ainda mais faltando 75 dias da maratona…. Sem marcador de pace e km até estou acostumada e tiraria de letra, mas sem fc, isso era totalmente novo para mim…. Mas quem tem amigos tem tudo na vida e um amigo me ofereceu o Garmin do irmão dele que comprou e não se acostumou e acabou me vendendo por um bom preço e salvando meus treinos….

Como só consegui ir buscar o Garmin na quinta-feira, os treinos de terça e quarta foram feitos apenas com cronômetro e devo confessar que me senti bastante estranha. Foi uma mistura de leveza e uma sensação de que faltava algo, era como se tivesse saído pra correr sem roupa.. (ok foi só sensação, estava bem vestida… rs rs rs)

Na terça-feira o treino era 15 de 1 min ritmo médio, seguido por 10min a 85%. Fazendo na pista foi fácil pois ritmo médio você corre baseado na sensação e daí não é necessário nenhum relógio, mas nos 10min seguintes foi meio complicado, pois sem frequencímetro só me restava confiar na sensação, para não deixar a fc ultrapassar o limite. No final fiz quase 2km nos 10min e fechei o treino com um pouco mais de 6km.

Na quarta-feira, o treino foi variação do mesmo tema, 15 min de aquecimento seguido por 15 de 1 min ritmo médio forte. O complicado neste caso não foi fazer e sim marcar o quanto tinha corrido. Criei um sistema meio louco, mas não vou explicar aqui por que senão serei internada. O importante é que o ritmo girou em torno de 4:10/4:30 e terminei bem e sem me sentir exausta.

Na sexta-feira, estreei meu garmin novo e o treino foi apenas rodagem, 8km ritmo médio que finalizei em 43min.

No sábado, nada de moleza, o treino era 20 km progressivo a cada 4 km. Resolvi começar com ritmo de 5:40, depois ir subindo para 5:30, 5:20, 5:10 e nos últimos km acelerar o quanto conseguisse. Na teoria tudo é lindo, mas na execução as coisas tendem a mudar um pouco.

Pra começar, o início foi meio travado, mesmo correndo a 5:40 e depois a 5:30, parecia que nunca iria conseguir acelerar. Ao mesmo tempo via o sol nascer e as sombras irem diminuindo km a km, aquilo ia dando uma agonia, pois sabia que a hora que o sol atingisse onde estava correndo o ritmo ia desabar por causa do calor. Ali rezava para o tempo parar e esperar eu terminar meu treino…rs rs rs

Mesmo assim na terceira volta de 4km, parecia que meu corpo acordou e passei a correr bem e solta, tendo até que segurar um pouco o ritmo. Mas na quarta volta o sol apareceu com força e as sombras foram reduzidas e correr a 5:10 não foi tão agradável. Tentava não pensar na última volta e me concentrar apenas em completar aquela volta no ritmo pre-estabelecido.

Quando iniciei a última volta, enfrentei a subida e fui pra cima com todas as minhas forças, a fc estava alta e a vontade de parar era irresistível, mas desta vez, não parei e não aceitei diminuir o ritmo, segui em frente forçando o ritmo o tempo todo e no final acho que consegui manter um ritmo médio de 5:00. Terminei os 20km exausta e tossindo sem parar em 1h46min.

No domingo um treininho leve para compensar, 12 de 3min a 75%, como o tempo estava fechado consegui correr com ritmo em torno de 6:30 e fechar o treino com um pouco mais de 7km.

Uma coisa que me chamou a atenção esta semana é como estou enfrentando as subidas, nos anos anteriores deixava o ritmo cair ou então morria literalmente. Neste ano estou esforçando para manter o ritmo inclusive na subida e estou conseguindo. Cada treino que faço sinto menos a presença da subida e isso é uma vitória.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Porque fui inventar….

Sabe aquelas idéias que a princípio parece uma boa, mas depois você se dá conta que entrou na maior fria? Essa semana foi assim….

Conversando com o namorado, vimos que teria uma prova de 10km no Ibirapuera no dia 25/01. Como era sexta-feira e normalmente tenho treino, pensei que poderia trocar um dos meus treinos por esta prova. Falei com meu treinador e ele incluiu a prova na planilha da semana, mas o resultado foi uma seqüência animal de treino…. Sintam o meu drama

A semana começou na terça-feira com 10 de 4 min a 80%, como a fc baixou, as series saíram com ritmo de 4:55/5:00, fechando o treino com quase 9,5km.

Na quarta-feira o treino era 3 de 12min seguidos por 4 de 30'' FORTE. O ritmo da primeira parte do treino foi progressivo, comecei com 5:24 na primeira serie e terminei com 5:05 na última, mas o que me destruiu mesmo foi a segunda parte do treino, os 30” forte. Consegui fazer a 3:30 só que deixou minha perna dolorida por uns dois dias. No final fechei o treino com quase 9km

Na sexta-feira com as pernas ainda doloridas do treino de quarta fui fazer o Troféu da Cidade de São Paulo, uma prova de 10km bem organizada no Ibirapuera, só que em vez de largar sentido República do Líbano e depois seguir para a temida Rubem Berta, esta prova já iniciava no sentido Rubem Berta. Para quem não conhece Rubem Berta tem várias subidas e descidas que fazem qualquer ritmo quebrar.

A planilha dizia 10km a 85% e iniciei a prova com este objetivo, mas na empolgação dos primeiros metros acelerei e fui assim em toda Rubem Berta. O resultado foi que a fc subiu e não mais retornou…. Quando passamos no km 6 já estava cansada, mas ainda havia a República do Líbano, com subida e descida menos intensa que a Rubem Berta mas que também exigia esforço. Quando estava chegando resolvi acelerar e tentar fazer os 10km em 50min, mas não deu, fechei com 51m20s, fc nos 90% e muito cansada. Resumindo não fiz nem uma prova de ritmo e nem uma prova forte, acabou saindo um mezzo a mezzo.

No sábado fui para o Esperia e no meio do chuva o treino era 6 de 2 km sendo 1,5 km a 80% e 500m a  85%. Fazia a primeira parte a 5:20 e acelerava para 4:50 nos 500m finais. Só que a chuva apertou na quarta-serie, fazendo o corpo esfriar e tornando os duas últimas series bem difíceis.

A consequência maior do treino não foi o cansaço e sim meu Garmin que entrou água e fez o touch parar de funcionar. Coloquei ele no pote de arroz para tirar a umidade, mas hoje de manhã ainda estava com água no visor e sem o touch funcionando. Para minha sorte fui utilizar a infra da OralB para o meu treino de 15km e assim tinha pelo menos marcação da quilometragem.

Quando liguei o relógio ele ficou na tela de GPS e sem o touch funcionando não tinha como sair da tela…Assim corri sem qualquer referência, a única que tinha era o tempo entre km, pois marcava manualmente e ele mostrava o tempo da volta. Foi um treino interessante, pois foi todo baseado na percepção de esforço e consegui fazer um quase progressivo, comecei com ritmo de 5:30 e aos poucos ele foi baixando chegando no final a quase 5:00. Olhando o resultado depois em casa a fc ficou incrivelmente baixa em torno de 166.

Antes de começar estava com medo de sentir cansaço, mas por incrível que pareça estava praticamente zerada, tanto que no final um outro corredor que estava dobrando o percurso também me puxou e corremos os ultimos km para 5:00, fechando os 15km em 1h20m.

De volta pra casa o Garmim foi pro arroz novamente e só sai de lá quando estiver seco…. O que me chamou atenção foi a fragilidade do Garmin…Já tomei chuva maiores que esta e isto nunca havia acontecido. Falando com outras pessoas vi que todos os modelos touch sofrem desta fragilidade conforme vai ficando mais velho…. Isto é algo a se levar em consideração nas próximas compras…. O problema vai ser como irei treinar até a maratona caso o Garmin não volte a funcionar….Vamos esperar e torcer….

sábado, 12 de janeiro de 2013

90 dias

cronometro

No dia 15 meu namorado perguntou se eu sabia que dia era….. Tá certo que esta pergunta é quase a mesma coisa de perguntar a direita ou a esquerda para mim… eu simplesmente não sei. Detalhe como gerente de projeto, eu trabalho com cronograma, com datas e com prazos, mas sou incapaz de guardar que dia é hoje, simples assim… Mas voltando a pergunta como eu não sabia, ele simplesmente me disse faltam 90 dias para a maratona…

Por alguns segundos fiquei repetindo 90 dias e de repente entrei em pânico….. A maratona chegou… não é apenas um sonho, ele é real e tá chegando rápido… Foi quase como acordar atrasada, enquanto todos estão voltando aos treinos, iniciando o trabalho de base eu estou em pleno treinamento como se tivesse atrasada….

Passado o pânico inicial, entrei numa espécie de depressão…. A maratona é em Abril, ou seja, vou cumprir meu principal compromisso ainda no começo do ano, daí o que irei fazer nos próximos 8 meses? Quais serão meus próximos objetivos?…. Bateu uma vazio…. Resolvi então deixar isto de lado e se concentrar na maratona, uma coisa de cada vez….

Os treinos vão bem, iniciei 2013 com nova faixa de freqüência, explico melhor…. Todo meu treinamento é baseado em freqüência e as faixas 75%, 80%, 85%, etc são determinadas pelo meu treinador baseada num exame ergoespirométrico. No final do ano fiz o exame e as novas faixas foram determinadas. Houve um alongamento das faixas, resultado principalmente dos treinos de intensidade do ano passado e que deixa os treinos de agora muito mais intenso….

Também senti diferença nos treinos de sábado, eles começaram a ficar maiores e percebi que minha mente não está mais adaptada a longos períodos correndo. Desde Rosário que não tinha treinos longos e acho que meio que desacostumei…

Outro problema que venho enfrentando são os treinos no dia seguinte ao longão, com o volume aumentando o cansaço vem batendo e com isso, não estou conseguindo cumprir os treinos como se deveria…. O bom é que eu consegui entender isso e não estou entrando em pânico….

Enfim após o choque de realidade posso dizer que agora realmente estou de corpo e mente voltado a maratona….. a brincadeira acabou e vamos em frente que é jogo de campeonato.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Treinos, Festas e São Silvestre

Neste ano tive a oportunidade de testar a combinação de treino com Festas e posso afirmar que é uma mistura perigosa, não tanto quanto álcool e direção, mas mesmo assim sujeito a algumas intempéries. Primeiro foram as confraternizações, depois os almoços de família e por último a ceia de Natal e Ano Novo.

A minha sorte é que normalmente eu já não bebo, então não foi sacrifício nenhum não beber e com isso evitei as famosas ressacas tão comuns neste período, mas em compensação a alimentação virou um caos, pois não tem como não se empanturrar com tantas "gordices" disponíveis.

Para mim o mais difícil foi parecer bem disposta nos almoços e encontros, depois de um treino pesado e treinar em pleno dia 25/12, depois de ter ido dormir as 3h da manhã foi algo que só quem tem disciplina consegue.

O mais engraçado nestes últimos dias foi acompanhar as pessoas encerrando o ano, renovando as esperanças, estabelecendo novas metas, sendo que eu já fiz isso no começo de Dezembro e me encontro neste exato momento já no meio do trabalho de base.

Por falar em trabalho de base, as mudanças vão acontecendo quase igual o crescimento de um bebê. Cada treino que você faz você vai notando uma diferença, uma evolução e por já ter um lastro dos treinos passados, o organismo reage e evolui muito mais fácil e rápido. Por exemplo, minha fc já está mais estável, o ritmo vem aumentando a cada treino e estou quase chegando no ritmo que estava na maratona de Rosário. A impressão que dá é que a memória do seu organismo desperta e retorna o condicionamento anterior.

Quanto aos treinos estes também sofreram algumas adaptações, destaque para o domingo antes do Natal, onde tivemos o treino de Natal organizado pelo Colucci. Fizemos o circuito tradicional daquela corrida de fim de ano (não podemos pronunciar o nome para não sermos processados) e fui acompanhando o Marcel e o Nishi, no meio do caminho nos juntamos com a Zilma e mais uma amiga (que pra variar não lembro o nome). Como meu treinador pediu para não deixar a fc ultrapassar os 85%, o Nishi e o Marcel seguiram meu ritmo pangaré de ser.... Fomos juntos até a Brigadeiro, quando tive que andar por conta da fc e eles puderam acelerar.... No final fechei os 16km (começamos na Gazeta e terminamos no Masp) em 1h36m.
 



No dia 31 chegou a vez de fazer minha terceira São Silvestre, como o namorado ia correr, resolvi dar uma segunda chance a esta corrida tradicional. Na véspera tivemos um jantar animado com a turma do Twitters run e no dia da prova acordei antes das 5:00 chegando na largada as 6:00 para montar a tenda. Por volta das 8:00 fui para largada


Jantar Pre-SS - Pensando na comida kkkk





Parada estratégica para foto antes da prova
 Eu, Claudia, Marcel e Morgado largamos depois de quase 15min de espera e passamos quase a prova toda ultrapassando uma multidão de pessoas. Foi um fartlek total, era um tal de acelera, breca, desvia, olha pra ver onde estavam os companheiros, uma hora eu me distraí procurando por um deles e quase atropelei uma senhora que estava andando na descida. Minha habilidade nas ultrapassagens também foi percebida, conseguia passar pelos menores espaços. O vai e volta na Barra Funda e a ponte da Rudge foram os piores lugares com acúmulo muito grande de pessoas. Achei o percurso no geral mais duro que o percurso de 2008 e 2009.

A hidratação foi boa, apesar de alguns criticarem a ausência de água gelada, nas edições anteriores faltava água e se você não levasse ia ficar com sede. Desta vez, podia não estar geladinha, mas pelo menos existia. Até no posto de gatorade eu consegui pegar, o saquinho ajuda muito neste sentido, pois não é necessário ficar enchendo o copo e além de facilitar beber.

Mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de pessoas sem qualquer preparo para fazer esta prova. Mesmo correndo num ritmo devagar (cerca de 6:00/km), o número de pessoas num ritmo ainda mais lento e andando era enorme. Isto demonstra que a quantidade de corredores aumentou, mas o preparo não. Antigamente, havia um número menor de corredor, mas com ritmo maior.

Vendo depois o vídeo da largada entendi porque demorei tanto para largar, "a chamada lava humana" feita pelo comentarista, mostra a total desorganização e o fato de alguns correrem com objetos põe em risco a segurança dos outros corredores. Diante disso tudo, não sei sinceramente se volto a correr a São Silvestre novamente.

A medalha continua linda


Depois de cruzar a linha de chegada foi o momento da confraternização, um café com amigos na Padoca e fechou com chave de ouro a última corrida do ano.

Fecho 2012 com 1.975 km percorridos em 203 treinos e o número de treinos perdidos aumentou neste ano pulando de 4 no ano passado para 12. Em parte, porque fiquei mais doente e em parte porque tive 5 treinos semanais ao invés de 4 do ano passado.

Só tenho um desejo para 2013, que este novo ano seja tão bom quanto 2012!!!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A corrida e o Mundial

A semana finalmente acabou....ufa!!!! Sabe aquela semana que você reza para terminar e que merecia uma maratona por dia só para tirar o stress???? Então, a minha semana foi assim.... Muitos problemas no trabalho, pressão por todos os lados e como sempre a corrida virou minha válvula de escape. Pra ajudar ainda mais, o volume do treino começou a subir e agora o papo é o seguinte, “se não agüenta sai do play”

Na terça-feira o treino parecia inofensivo, era 10 min de trote bem leve seguido por 20 de 1min ritmo médio. No começo só alegria, mas nos últimos 4 a perna começou a reclamar. No final fechei o treino com um pouco mais de 5km

Na quarta-feira quase variação do mesmo tema, 30 min a 75% seguidos por 10 de 20'' ritmo médio, mas desta vez concluído sem problemas, fechando o treino com quase 5km.

Na sexta-feira foi off sem ser, até tinha treino, mas perdi a hora, em vez de acordar as 5:00 como sempre acabei acordando as 6:20 e daí já não dava mais tempo de fazer nada. Tirando o exagero de achar que minha maratona estava comprometida pelo treino perdido, até que foi bom não treinar na sexta-feira.

No sábado nada de folga, o treino era 3 de 4 km a 80%, até comecei bem fechando a primeira serie com ritmo médio de 5:27, mas daí a fc resolveu aumentar e fui obrigada a reduzir a velocidade fechando as outras series com ritmo médio de 5:31 e  5:38.
camisa

No domingo chegou o dia de enfrentar os 15km do Sgto Gonzaguinha, na verdade seria um treino de luxo, pois o treinador pediu para correr sem forçar mantendo os 80%. São Pedro até resolveu dar uma ajudinha e o dia começou nublado e sem aquele calor insuportável que dominou a semana.

Como era o dia da final do mundial e o meu timão estaria em campo buscando mais um título, resolvi correr com o manto sagrado, uma maneira de homenagear meu time do coração.

Quando a prova começou, tive que me controlar para não me animar muito e com isso correr forte, neste momento recordei como é bom treinar para a maratona, o ritmo confortável que nos leva longe sem aquela dor insuportável.

Com isso, pude reparar no que acontecia a minha volta; no trânsito da marginal repleto de torcedores, numa corredora sem perna correndo com muleta, uma outra moça com sobrepeso fazendo o percurso andando e nos milhares de corredores percorrendo o mesmo caminho que eu.

E assim fui seguindo, km a km apreciando cada metro percorrido, mas no km10 próximo a quadra da Gaviões eu cansei. O jogo havia começado fazia uns 10 min e os gritos da torcida me fizeram arrepiar e deram um incentivo a mais para continuar em frente.

Só que o gás acabou de vez no km 11 próximo a ponte da Cruzeiro do Sul. Um cansaço absurdo bateu e continuar correndo era quase impossível. Olhei para a ponte e pensei “Posso desviar aqui e logo chego no final, é só um treino mesmo, não tem problema”, daí olhei para meu peito e vi o brasão do timão, eu estava com o manto sagrado…. Como poderia simplesmente parar…. O Corinthians estava do outro lado do mundo enfrentando o maior jogo da sua história e eu não podia correr mais 4km? Não tinha como parar tinha que seguir em frente não por mim mas pelo Corinthians. Neste ponto da prova, o que era para ser um simples treino se tornou uma batalha, como todo jogo do timão.

Passei pela ponte e segui em frente, evoquei a Dolly (sim o personagem do desenho “Procurando Nemo”) e comecei a repetir “Continue a correr, continue a correr…”. O bom de ser maratonista experiente é que sabemos correr com as pernas cansadas e mesmo com tudo contra o ritmo foi mantido e consegui percorrer os últimos km sem andar. Dizia para mim “agüente firme, termine esta prova e o sua parte para o Corinthians ser campeão você fez”

Quando entrei na escola da Polícia Militar e cheguei na pista sabia que faltavam alguns metros apenas, mas não dava para ter Sprint e minha idéia foi apenas em manter o mesmo ritmo até o final. Só que faltando uns 50m um outro corredor me alcançou colocou a mão nas minhas costas e disse, “Vamos, vamos terminar esta prova” e na companhia dele resgatei o último gás e acelerei cruzando a linha de chegada com 1:22:29.

Quando finalmente parei a emoção tomou conta de mim, havia feito a minha parte e agora o Timão estava mais perto de ganhar aquele título. Comecei a chorar e demorei alguns minutos para conseguir voltar ao normal.

Dito e feito algum tempo depois, Corinthians fez 1 a 0 e conquistou mais um título mundial e esta corrida entrou definitivamente para a minha história como uma das mais importantes.
Corri por ti Corinthians
Corro por ti Corinthians

Sobre a prova, a organização durante o percurso foi impecável, mas para mim falharam em 3 pontos na chegada:
  • Kit foi composto por barra de cereal toda amassada e maçã podre
  • O local da retirada da medalha estava totalmente “enlameada” e com muita água, para passar não tinha jeito tinha que enfiar o pé na lama preta (que não sai do tênis de jeito nenhum). A organização deveria ter mudado o local ou pelo menos forrado para minimizar o estrago.
  • O guarda volume ficava do outro lado, dentro do ginásio ou dava-se uma volta imensa ou passava por onde os corredores estavam chegando

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Marcadora de ritmo - A missão em VWrun




Estou a semana inteira pra escrever este post e tudo parece não querer a publicação, primeiro fiquei sem inspiração, as palavras simplesmente não fluiam, ontem com um pouco de esforço consegui escrever uma boa parte e hoje quando estava quase terminando o Windows resolveu reiniciar e tudo que eu tinha escrito simplesmente sumiu... Sim, eu salvei o texto, faço isso frequentemente só que após o restart o que estava salvo era o texto de antes de ontem, ou seja perdi tudo...

Assim resolvi deixar meus excessos de detalhes e fazer o resumo do resumo do resumo afinal esta semana foi minha estreia como marcadora de ritmo na VWrun e não posso simplesmente não registrar o fato.  

Por causa do trabalho perdi o treino da terça, falei com o treinador e pedi para jogar o treino de terça para quarta, assim minha semana começou na quarta-feira com 6 de 6min sendo 3 min fraco e 3min medio, corri cerca de 1km em cada serie, fechando o treino com quase 7km

Na sexta-feira o treino foi estranho por causa calor, estava abafado e corri a maior parte do tempo com uma dor de cabeça chata, o treino era 10 min de trote, seguido por 2 de 3 km a 85%. O ritmo médio ficou em torno de 5:20 e fechei o treino com um pouco mais de 7km

No sábado o treino não era nem um pouco ideal para o calor, pois era de 10 a 12 km 75%/80%. Assim iniciei o treino na base super cedo e deu certo, consegui correr até 10,5km com a fc nos 75%, apenas ultrapassando nas subidas. Após isso, a fc foi para os 80% não retornou mais até o final quando concluí os 12km com os incríveis 1h24min (sim eu consigo correr lento assim).

No domingo chegou o dia da VWRun, uma corrida dentro da fábrica da Volkswagen, e minha estreia como marcadora de ritmo. Já calejada com a ASRD onde estacionar dentro do Autodromo era uma verdadeira odisseia, resolvi chegar cedo, só que as 6:30 da manhã não foi cedo o suficiente e amarguei 20 min de trânsito.

Quando cheguei lá parecia que estava em outro país, em vez do calor da semana, o tempo estava fechado com neblina e uma garoa irritante.

Fui para o ponto de encontro para pegar minha camiseta e encontrar os outros marcadores de ritmo. Só que minha camiseta sumiu e enquanto o pessoal procurava desesperado eu me divertia, pois isso so poderia acontecer comigo... A zicada.... A única solução que tive foi correr com a minha camiseta (aquela discreta do Colucci) ao lado do outro pacer e com isso me tornar a primeira marcadora de ritmo sem ser....rs rs rs
A camisa perdida


Bem, fomos para a largada e assim que iniciou percebi a roubada que havia entrado.... não sei da onde eu tirei que o circuito era plano, na verdade a prova iniciou com uma forte subida, depois lá pelo km 4 descemos sem parar e do km 5 ao 8 parecia uma montanha russa cheios de subidas e planos. Quando entramos dentro fábrica, uma pessoa gritou esta é a última subida e agradeci a Deus por isso, pois como marcadora de ritmo tinha que manter 5:30 não importando se estava subindo, descendo ou no plano.

Quando entramos dentro da fábrica, tudo ficou abafado ainda mais depois de subir todas as ladeiras e comecei a me sentir mal querendo sair de lá o mais rápido possível. Ao sair passamos pelo 8km e estávamos cerca de 30seg acima do ritmo (no km 4 com todas as descidas fechamos o km com ritmo de 5'00 e nos km seguintes não conseguimos compensar), mesmo tentando reduzir a ritmo passamos o km 9 com 30" acima, o que nos obrigou a fazer o último km na descida a um ritmo de 6'00, fechando os 10 km em 54min52seg.

 Adorei esta prova é um circuito desafiador e muito legal de ser completado, mesmo acontecendo restrito a uma fábrica. No ano que vem pretendo voltar. Mas acima de tudo amei a oportunidade de ser marcadora de ritmo. Nunca havia corrido um circuito com grande variação mantendo ritmo constante. E de certa maneira consegui ser constante.

Domingo próximo estarei em mais uma prova, a Sargento Gonzaguinha. Será a primeira vez que corro esta prova e verei se a Yescon melhorou na organização. Desde 2010 que risquei as provas desta oraganizadora do meu calendário e veremos domingo se vale a pena incluir no calendário novamente.

Os marcadores de ritmo

camisa do 4'30 emprestada para a foto :-)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Elas estão descontroladas....


Todo início de temporada é sempre a mesma novela, controlar a fc, mantê-la dentro de um limite ao mesmo tempo que a velocidade aumenta..... Eu diria que esta tentativa é quase tão inútil quanto tentar prender num espaço restrito um animal criado na natureza, uma hora ele ficará descontrolado, arrebentará tudo sairá livre para a natureza....

Bem eu particularmente já perdi a esperança em ter a fc baixa, acho que estarei daqui 20 anos velhinha, lembrando dos tempos antigos e falando a mesma coisa.... início de temporada, fc alta, corro um pouco e ela ultrapassava o limite, bla, bla bla..... Mas no fundo, bem lá no fundo estou feliz, já conheço o processo, sei como tudo irá evoluir e em breve estarei rodando meus 60, 70km semanais rumo a maratona e com a fc onde deveria estar.....


O mais engraçado de tudo é falar início de temporada em Dezembro e as vésperas do fim do mundo. Estamos tão condicionados a renovar ânimo e esperanças no final do ano que é meio estranho iniciar algo, justamente quando tudo está terminando. Estou tendo dificuldades em encarar o treino como treino, para mim ainda estou na fase diversão.

A primeira semana oficial foi relativamente tranquila, na terça-feira o treino foi 20min de trote seguidos por 
10 de 1 min a 75%, fiz o intervalado com ritmo de 6'30 e fechei o treino com 4km.


Na quarta-feira o treino foi parecido 10 min de aquecimento seguido por 15 de 1min a 80% sem forçar. Neste caso fiz os intervalados a 5'00 e fechei o treino com  4,3km.


Na sexta-feira os 75% continuaram me perseguindo, o treino foi 2 de de 3 km a 75% que levei quase 46min para completar.

No sábado o treino era 10 min de aquecimento seguido por 10 de 500m a 80%. Como o dia estava nublado e não tão quente, consegui manter um ritmo de 5:10 a 5:20 (bem diferente dos 4:50 que conseguia fazer em junho).


No domingo lá fui eu para o revezamento ASRD, todo ano falo que não vou correr, mas em cima da hora sempre aparece alguma desistência e lá vou eu correr no inferno do Autódromo de Interlagos. Eu não sei o que é pior a "Perinfernal" do Rio, o Autódromo em SP ou a Politécnica na USP, a disputa é boa...


Bem, mas voltando a prova, a idéia era fazer 2 voltas e completar 10,5km. Para ajudar o coach pediu para não deixar a fc chegar nos 90% mesmo na subida. O planejado era o Frotinha abrir o revezamento e fazer 4 voltas, eu faria 2 voltas e o Thales fecharia com mais 2 voltas, mas o dia estava muito quente e como não valia nada, decidi na terceira volta do Frotinha acompanhá-lo. Ele, por sua vez, estava saindo de uma gripe e já não estava muito bem e acabou fazendo a última volta no ritmo da pangaré aqui que além de tudo não podia deixar a fc subir muito.

Fizemos a primeira parte da volta a 5:30 e na última subida fiz andando para manter a fc baixa. Quando estávamos nos 400m finais da primeira volta, o Frotinha falou pra mim que meu objetivo era alcançar a moça de rosa que estava na nossa frente. Como objetivo dado é objetivo cumprido eu acelerei e ultrapassei a menina, mas a brincadeira fez com que a fc ultrapassasse 90%. Daí desisti de dar mais uma volta, pois seria impossível controlar a fc naquele sobe e desce e embaixo daquele sol. E assim fechei mais uma participação no ASRD.

Na semana que vem terei mais uma prova, mas desta vez será um experiência diferente, serei pacer (a 5:30) no VW Run, a prova dentro da fábrica da Volkswagen. Será minha primeira vez como marcadora de ritmo e o mais legal será correr esta prova, sempre tive curiosidade mas nunca tinha conseguido encaixar a agenda. Na semana que vem eu conto como foi a experiência....