domingo, 26 de fevereiro de 2012

O dia que errei....

Minha mãe sempre fala que excesso de perfeição demonstra na verdade orgulho, pois para o orgulhoso o erro é sinal de fraqueza. Considerando que sou uma pessoa perfeccionista eu devo concluir então que um dos meus maiores pecados é o orgulho. E esta semana tive a prova viva que não sei lidar muito bem com o erro.....

A semana começou bem, treino regenerativo na terça-feira, 20 min de corrida bem leve seguidos por 15 de 45'' sendo 30'' fraco e 15'' prog. Fiz na pista do Esperia que estava cheio e por isso permitiu jogar conversa fora durante o treino. Eu até ganhei um elogio, falaram que eu corro elegante.... :-) No final eu fechei o treino com 5km.

A tarde fui olhar minha planilha de treino para quarta-feira e vi que tinha treino na terça, quinta, sábado e domingo. Na hora pensei que o treinador tivesse marcado o treino no dia errado e ainda por cima esquecido do treino de terça-feira da semana que vem. Mandei um e-mail questionando e brincando com ele se estava tendo folga.

Na quarta-feira como o Esperia estava fechado, fui treinar na Bras Leme e o treino era 8 de 1 km a 80%. Quando comecei já estava tarde e o calor junto com o cansaço fizeram com que o ritmo médio das series ficassem em torno de 5:40. Com aquecimento fechei este treino com 9km.

Na quinta-feira, recebo e-mail do meu treinador, dizendo que ele tinha dado folga para mim sim e era para eu aproveitar..... Na hora eu pensei, folga?????? Que folga????? Minha mente começou a processar rapidamente, a planilha com os treinos veio na minha cabeça e eu entendi que o treino de terça era na verdade da terça que vem, que eu devia ter folgado na quarta e treinado na quinta.

Mas eu já havia feito o treino...E agora????? Fiquei com uma raiva sem fim queria bater minha cabeça na coluna do shopping onde tinha ido tomar café.... Como eu podia ter me enganado.... E agora???? Eu já tinha feito o treino!!!!! Vou me lesionar!!!!! Vou ter overtraining!!!!!!

Passado meia hora de auto-flagelação, respirei fundo e pensei, mas se o treinador não tivesse falado nada, teria treinado sem problemas, então bola para frente... Um pouco mais calma resolvi seguir em frente.

Na sexta-feira novamente perdi o horário (tá virando hábito isso), mas desta vez acordei as 5:37..rs rs rs e consegui ir treinar sem tanto prejuízo. O treino era 10 de 3min com ritmo 85%, por ser tempo curto a fc não subia rápido e pude correr para valer. Fiz as series com pace variando entre 4:30/5:00, mas depois da 8ª serie comecei a passar mal, o estômago embrulhou e quase desmaiei na última serie. Terminei o treino com 7,2km, sentei e fiquei por quase 10 minutos sem coragem de me mexer. Comi a fruta que tinha levado, mas o mal estar não passou, mesmo assim fiz meu treino de musculação de maneira leve e fui para casa. Mesmo me alimentando, o mal estar so passou na hora do almoço quando mandei ver um belo prato de macarrão.

No sábado, perdi a hora novamente e acabei não indo para meu trabalho voluntário, como o tempo estava meio fechado aproveitei um pouco mais minha cama, daí levantei e fui treinar na base. Quando cheguei não estava nem um pouco a fim de começar o treino que era 16 km sendo 4 km fraco, 8 km medio e 4 km forte.

Eu comecei leve rodando a 6:00/km e quando os primeiros 4km passaram acelerei para entrar no ritmo médio, so que eu parecia um fusca com problema na vela. O motor começou a engasgar e simplesmente não conseguia correr mais rápido. Comecei a ter dor de lado, sentir fraqueza e uma vontade absurda de parar.
Segui em frente mas depois de 3 km nada de melhora, meu treinador perguntou se eu estava bem e eu disse que não.

Parecia que teria um novo ataque de pânico, mas não é que eu lembrei do filme do Rocky???? Aquela parte que ele fala para o filho que ele deixou todo mundo bater nele, dizer que não é competente e daí ele jogava a culpa nos outros. Que a vida ia bater duro e não se tratava de ganhar, mas sim de quanto você aguenta apanhar e mesmo assim continuar lutando.... Nesta hora até a musiquinha veio na minha cabeça, mas nem deu para acelerar, meu corpo na hora me disse que não adiantava apelar, hoje eu não ia correr...
Daí eu respondi, se você não quer correr, tudo bem, vai se arrastar, mas o treino você vai fechar.... E assim fui, correndo devagar com ritmo em torno de 6:00/6:30 até o final.

Quando terminei meu treinador me disse que eu precisava de descanso e que era para eu abortar o treino no domingo.... Passado algum tempo perguntei se não podia treinar no domingo, já tinha marcado com o pessoal treino no Ibira e eu sempre me sinto bem quando corro por lá.... Ele falou que tudo bem, mas não era para eu forçar ir para tempo, era para eu correr na boa.

No domingo as 8:00 estava no Ibira e eis que chega uma multidão, Colucci, Clovis, Nelton, Vicent, Isabel, Cesar, Frotinha, Jussara, Andre, Fabiano, Dani e mais alguns que não lembro o nome. Depois de um #blablabla chegou a hora do treino, o grupo se dividiu e cada um seguiu para seu treino.

O Colucci como sempre cavalheiro, seguiu comigo e lá fomos nós encarar os 12 de 1km a 85%. Diferente de ontem o ritmo entrou legal e fiz as primeiras 6 series com ritmo variando em torno de 5:00. Só não foi melhor, pois o Ibira estava cheio e o treino tornou-se mais uma corrida de obstáculos, do que de velocidade.
Só que depois do 6º km eu cansei e propus fazer mais uma volta tranquilo e direto. O Colucci aceitou e seguimos em frente, mas quando fechei o primeiro km eu cansei pra valer, daí o Colucci propôs voltarmos e fechar 8km ao inves de correr mais 2. Eu amei esta alternativa e fechamos o treino com 8km.

Terminado a obrigação chegou a hora da diversão, fomos para a padoca e lá encontramos com a Guga e o Edu. Foi muito legal rever todo mundo e colocar o papo em dia....

Agora, a ordem é descanso. Vou continuar treinando, mas o foco será na recuperação. O stress do trabalho está afetando meus treinos e o corpo está começando a dar sinal que meu estou passando dos limites.....

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Dançando na chuva

Eu li na sexta-feira a seguinte frase "se a tempestade não quiser passar, dance na chuva" e devo dizer que nunca uma frase fez tanto sentido na minha vida quanto esta. O momento é de transição, estou enterrando o velho para que o novo possa aparecer e o que diferencia este momento dos outros é a sua abrangência e o tempo que está levando. Não é apenas uma parte da vida que está em transição, é quase minha vida inteira e exatamente por isso, não é algo rápido, já vem acontecendo a algum tempo e sei que não se resolverá no curto prazo, então o que eu posso fazer é me manter equilibrada e nisto que entra a corrida.

Mantendo o treinamento e o foco nos objetivos, consigo reencontrar meu equilíbrio e passar mais tranquilamente por tudo isso. Foi difícil entender este momento, mas agora é como se uma luz acendesse na minha vida e a paciência voltasse a reinar. As coisas vão se resolver no seu curso e quanto mais calma estiver, menos impactante será.

Bem mas indo aos treinos esta semana foi excelente, consegui sobreviver aos 5 treinos semanais sem tanto cansaço, a velocidade melhorou e a fc está mais estável. Outra coisa que estou notando de diferente é que não estou começando muito rápido, iniciando mais devagar e ir subindo a velocidade gradativamente, faz com que os resultados finais sejam melhores.


Na terça-feira o treino era 10 min de trote seguidos por 6 de x 5min a 80%. Fiz este treino bem leve e quase foi um treino de 75% ao inves de 80%, pois o pace não passou de 6:30. No final encerrei o treino com 6km.

Na quarta-feira o treino era 4 de1,5 km sendo 500m a 75% e 1 km a 85%. Adorei este treino pois consegui correr os 75% com pace de 7:30 e os 85% com pace de 5:00/5:15. A fc mostrou-se bem estável e baixando quando necessário. Com aquecimento e intervalo, terminei o treino com 7,3km em 50min.

O treino de sexta-feira começou agitado. Eu normalmente acordo as 5:05, mas nesta sexta, desliguei o despertador e continuei dormindo indo acordar 5:50. Normalmente quando isto acontece, tomo banho no Esperia e vou trabalhar de carro para recuperar parte do tempo perdido, mas como era véspera de feriado e teria desfile no Anhembi na sexta-feira a noite, sair de carro não era uma opção, então resolvi ir treinar assim mesmo e recuperar o tempo perdido da maneira que desse.

Apesar da agitação o treino me surpreendeu, era 10 de 4min a 80%, a fc ficou super estável e consegui correr com pace de quase 5:00. No final rodei 8,6km

No sábado tive uma briga com a minha cama e acabei acordando mais tarde, quando abri a janela e vi a lua que estava lá fora, já imaginei como seria difícil. Depois de me xingar por alguns minutos me troquei e fui para a base aérea de Guarulhos. Chegando lá, a surpresa o tempo estava encoberto e com um ventinho gostoso. Consegui fazer o treino inteiro com este tempo e quando eu terminei o tempo abriu e o sol brilhou sem dó. São Pedro foi muito camarada comigo.

Com relação ao treino, ele era considerado relativamente difícil, mas para mim foi tranquilo, era 12 de 1km sendo 2 a 80% e 1 a 85%.  Por causa da topologia do local, o treino acabou sendo quase um progressivo a cada três km. No primeiro km por causa da subida ia mais devagar, no segundo por ser descida + plano era possível acelerar e no terceiro conseguia acelerar bem no início e depois manter um ritmo mais tranquilo nos 300m finais. O pace acabou ficando 5:30/5:50 no primeiro quilômetro, 5:15/5:20 no segundo e 5:00 no terceiro. Fechei o treino com 13km em 1h e 28min, sendo que apenas nos últimos 3 km que a fc ultrapassou o limite e acabou sendo 85%/90% ao invés de 80%/85%.

No domingo, a planilha dizia 10km com ritmo 80% ou no max 5'45 (o que for mais forte), como era domingo de carnaval e eu achei que a cidade ia estar vazia, resolvi treinar no Ibirapuera. Depois de comentar isso no facebook, o Colucci topou treinar comigo e marcamos as 8:00.

Após uma nova briga com a minha cama, acabei chegando uns 5 minutos atrasada (quem me conhece sabe o quanto eu não gosto de me atrasar), a temperatura estava amena, o parque relativamente vazio e bom para correr.

Fomos fazer o percurso de 3km e como bom cavalheiro, o Colucci deixou eu ditar o ritmo. Fiz o primeiro km mais lento para aquecer e daí aceleramos para 5:30. A cada volta que dávamos o parque ia enchendo e no final já estava bem lotado. Com um papo gostoso o tempo voou e fechamos as 4 voltas quase sem perceber. No final foram 12km em 1h e 06min.

Depois da corrida chegou a hora de mais um pouco de #blablabla junto com a Zilma (@rodrigueszilma) que alíás eu não a conhecia, mas posso dizer que ela é uma atleta sensacional e uma pessoa muito simpática.

Para os próximos dias de Carnaval adivinham o que vou fazer???? Pois é, nada de festa, a folia será na pista, pois os treinos continuam....

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Alguém anotou a placa?

Após a Volta ao Cristo eu simplesmente travei, não podia nem me chamar de "pata", estava mais para Robocop enguiçado, simplesmente doía o corpo inteiro até as costelas.... Imagina a cena para descer escada, simplesmente "impagável".
Na quarta-feira tentei fazer meu treino, mas o máximo que consegui foram 3 voltas na pista, as pernas queimavam, era impossível correr. Com isso, meu treinador falou para voltar e reiniciar o treino a partir de terça quando me recuperasse.

Na sexta-feira, as dores passaram e voltei a me sentir melhor então em vez do treino de terça, resolvi fazer o treino de quarta-feira que era 5 de 1 km a 80%, seguidos por 4 de 500 a 85%. Completei a primeira parte entre 5:40e 5:30 e a segunda parte em torno de 2:35.

No sábado o treino foi tranquilo corri cerca de 5km, sendo 30 min fraco seguido por 5 de 1 min ritmo medio forte. Isso porque no domingo teria uma pedreira pela frente 10km para meu melhor tempo. O Orlandinho falou para eu correr apenas se estivesse me sentindo bem e como estava legal e sem dores resolvi seguir em frente.

No domingo por volta das 7:30 iniciei meus 10km na pista do Esperia, a intenção era correr com ritmo em torno de 4:50 até o km 8 e depois segurar o que desse até o final, ou seja, estratégia kamikaze. Comecei bem, mas já no 2º km percebi que seria difícil manter o ritmo. No 6º km o cansaço bateu e o motor começou a falhar, não era falta de perna ou de pulmão como alguns costumam dizer, era simplesmente cansaço. Com isso o ritmo caiu para 5:20 e me arrastei até o final fechando os 10 km com 51:44, simplesmente exausta.

Já nesta semana tudo voltou ao normal, na terça-feira o treino era 10 min de trote seguidos por 10 de 1min a 75% e foi tão tranquilo que não cheguei a fechar 3km.

Na quarta-feira nada de moleza,  6 de 1 km a 80%, comecei meio travada e fui aos poucos me soltando, com isso o ritmo foi quase um progressivo, comece com ritmo de quase 6:00 e no último fiz pouco menos de 5:20.

Na sexta, um treino gostoso, 9km sendo 1km a 75% e 2km a 80%. Se fosse antigamente teria problemas em fazer a fc voltar para 75% depois de correr a 80%, mas agora tiro de letra e consegui completar o treino perfeitamente em 57min.

No sábado, pude cantar a musiquinha "Ele voltou, ele voltooou!!!!", os treinos a 75% voltaram, desta vez eram 18km a 75%. O grande problema deste treino é que como tenho fc alta, eu preciso rodar muito, mas muuuuito devagar para manter a fc e o joelhos doem sem parar. Aproveitei o tempo encoberto e iniciei meu treino mais tarde, munido do meu iPod e do meu porta garrafinha destruidor de camisas. Para manter a fc dentro do limite e também diminuir a dor nos joelhos, intercalei a corrida com alguns instantes de caminhada. Assim consegui manter a fc dentro do limite até quase no final. Apenas nos 3 últimos km a fc ultrapassou o limite e não teve como fazê-la voltar. Fechei o treino com os incríveis 2h e 24min, completamente cozida ao vapor. Nem eu acredito que consegui correr tão devagar assim.


Hoje eu tinha marcado com um amigo de correr no Ibirapuera, mas lá pelas 6 da manhã recebi uma mensagem que ele não iria, então virei de lado e dormi até as 10:00, quando com muito esforço levantei e fui para o Esperia. Não quis arriscar correr no Horto ou no Ibirapuera, pois com a chuva devia estar um verdadeiro rally por lá.

Como o tempo estava encoberto e menos abafado que ontem ficou até gostoso de correr e a planilha dizia 6 de 2km, sendo 1km a 80% e 1km a 85%. O problema era que ainda não tinha me recuperado do treino de ontem, com isso tive que usar toda minha persistência e boa vontade para continuar até o fim.

Podem dizer que um treino de 30km não é a mesma coisa de 2 treinos um de 18km e um de 12km, mas as pernas doem a mesma coisa. A frequência até que se comportou bem e consegui completar as series com ritmo entre 5:20/5:40, fechando o treino todo em 01h e 23min.

Claro que meu treino não terminou aí, ainda tinha musculação para fazer..... Queria saber quem foi o maluco que aceitou treinar 5 vezes na semana ao invés de 4, não é nada fácil...

Como prêmio fiz um belo prato de macarrão e desta vez não foi de atum (minha especialidade), inovei e fiz de tomate cereja com queijo... Não sei se era a fome, mas ficou muito bom. Como sobremesa, teve brigadeiro!!!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Volta ao Cristo - parte 2

Uma imagem vale mais do que mil palavras....
Este video resume o que foi a corrida.
Eu apareço alguma vezes....

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pagando promessa - Volta ao Cristo

Toda vez que viajo, acabo saindo da rotina e minha vida vira de cabeça pra baixo. Mesmo planejando com antecedência o retorno é sempre complicado e como tempo livre é algo que simplesmente não existe na minha vida, tudo acaba atrasando. Bom, na verdade toda esta dissertação é apenas para justificar a demora na publicação deste post.

Na semana que antecedeu a Volta ao Cristo nada de refresco nos treinos, na terça-feira foram 30min de trote como regenerativo.

Na quarta-feira, feriado em SP, aproveitei a folga para efetuar a troca da minha série de musculação e deixei a corrida para depois da musculação. O treino eram 8 de 3'30 sendo 1'00 fraco, 1'30 medio e 1'00 forte. Correr forte, embaixo do sol quente, com as pernas pesadas por causa da musculação foi um desafio e o intervalo curto entre as séries, fez com que a dificuldade fosse aumentando série a série. Terminei o treino com quase 7km, completamente exausta. Sentei num banco do lado da pista do Espéria e fiquei lá por um tempo até ter coragem de levantar e voltar para casa.

Normalmente quinta-feira é minha folga, mas nesta semana fiz a troca da série B de musculação. Como já estava dolorida da troca da série de musculação, este segundo dia só agravou a situação.

Na sexta-feira o treino era 4 de 2 km sendo 1,5 km a 80% e 500m a 85%.  Na primeira série controlei o ritmo e fiz mais lento, já na segunda acelerei e concluí mais rápido. A partir daí, o ritmo foi ditado pela frequência, mas no último começou a chover forte faltando 600m para concluir o treino, daí esqueci do treino e acelerei para terminar logo e sair dali, o que fez com que esta série se tornasse a melhor de todas.... rs rs rs

Eu tinha treino no sábado (8 de 4min a 85%), mas como ainda estava dolorida e cansada dos treinos de corrida e musculação e sabia da pedreira que enfrentaria no domingo, resolvi "matar" o treino e descansar.

Fui com meus pais para Poços de Caldas e chegamos lá embaixo de uma chuva incessante e irritante. Como no filme "Forrest Gump", quando ele estava no Vietnã enfrentando dias e dias de chuva, em um determinado momento a chuva do nada simplesmente parou e não voltou mais a chover. Até um sol ameaçou a sair escondido entre nuvens e aquilo renovou minhas energias.

O domingo amanheceu bonito e depois de um café da manhã reforçado fui para a largada escoltada pelos meus pais.
#Momento Pose para papai
Mamãe
Papai
Na largada nada de tapete, existia apenas uma faixa que foi pintada, na hora, no chão em frente ao estádio e para ativar o chip era necessário que todo mundo passasse em cima de um tapete localizado um pouco atrás. Foi um momento engraçado, pois formou-se uma longa fila passando num corredor estreito que lembrava a estação Pinheiros do Metrô as 18:00. Com o chip ativado ficamos próximo a largada esperando o momento de iniciarmos a corrida rumo ao Cristo.

Quando foi dada a largada, saí forte mas sem forçar muito, pois sabia que a prova iria começar mesmo 5 km  adiante, mas mesmo assim mantive um ritmo confortável de 5:15. Como não haveria tempo líquido, resolvi fazer uma brincadeira que aprendi com meu amigo Ezequiel Jr e passei a buscar as meninas que estavam na minha frente e ultrapassá-las uma a uma.

No primeiro posto de água uma surpresa, quem estavam distribuindo os copos para os atletas não eram os assistentes e sim crianças escoteiras, muito educadas e atenciosas. 
Não são lindos????
Quando a subida finalmente iniciou lá pelo 5º km já comecei a andar, como não estava treinada para subir (ou melhor escalar) toda aquela subida e sabia que a pedreira ainda estava por vir, andar rápido e com passadas largas fazia com que eu pudesse acompanhar quem estava correndo, mas com menor esforço.

Logo quase todos passaram a andar e cada um achava uma maneira de se automotivar e isso sempre contiagava quem estava por perto. O clima de companheirismo imperava. Quando a ladeira dava um refresco era possível até dar uma trotada, mas em seguida a ladeira retornava e andar tornava-se quase obrigatória. De vez em quando um atleta ou outro passava correndo, mas eram cenas raras.

Nesta subida eu vi uma pessoa com o "manto sagrado" dos Baleias e não resisti, fiquei ao lado e já comecei a puxar conversa, afinal não existe um Baleia que não seja simpático (Peço perdão, pois esqueci o nome dele). E com uma conversa animada seguimos até o topo. Devo confessar que nunca mais reclamo da Serra de Maresias, ela é refresco perto da subida desta prova.

Quanto estávamos quase chegando no topo e a perna começava a querer falhar, começamos a ouvir uma música, era um hino militar e logo em frente avistamos várias bandeiras e um senhor vestindo a farda da época da Revolução Constitucionalista de 32. Ele cumprimentava cada um dos atletas e soube depois que todo ano ele está lá, de uma certa maneira prestigiando os atletas. Mais uma grata surpresa que esta prova nos reservava.
Senhor com uniforme da Revolução Constitucionalista
Quando finalmente cheguei no topo e avistei o Cristo eu era alegria em pessoa, havia conseguido, estava no ponto mais alto da prova. Agradeci a Deus pela minha vida e pelas oportunidades oferecidas, mandei bons pensamentos para o Frotinha pois era aniversário dele e renovei minhas esperanças. Encontrei também o Colucci que além de correr ainda estava dando um de fotógrafo. Aliás, quase todas as fotos deste post são dele.
Alegria em pessoa
Mas ainda havia a volta, a descida iria começar e voltar a correr foi meio estranho, pois a perna de tanto andar parecia que tinha desaprendido a correr. Boa parte da descida era em trilha e por causa da chuva dos dias anteriores, a mesma tornou-se, em alguns trechos, bastante escorregadias, mesmo assim não tive muito problema.
Dizem que para baixo todo o Santo ajuda, será?
Quando finalmente o asfalto chegou, começou a garoar e agradeci a Deus pela chuva não ter iniciado no trecho de terra. A descida era uma "pirambeira" sem fim e fiz uma descida segura, sem segurar muito e nem acelerar demais, o ritmo girou em torno de 5:30/5:00.  Fui ultrapassado por vários atletas mas não quis acelerar para não me machucar.

Quando finalmente cheguei no plano já estávamos no km14, então resolvi ir buscar algumas meninas que tinham me ultrapassado. Com ritmo de 4:50 fiz os dois últimos km lutando para manter a velocidade e ultrapassar o maior número de meninas possível.

A chegada foi no estádio, contornando uma parte da pista. O público aguardava na arquibancada e praticamente me senti uma atleta olímpica chegando no final da maratona (exagerei, né????). Quando passei a linha de chegada com 1h e 45min, avistei meus pais e minha alegria estava completa, meus fãs "número 1" estavam lá, me aplaudindo e felizes por eu ter conseguido completar aquela prova.

E assim concluí minha primeira prova de 2012. Devo confessar que o ano que vem eu volto para lá, existe algo de mágico nesta prova, alguma boa vibração que nos faz renovar as energias e as esperanças. Devo ser louca, né?
Minha chegada, aquele pontinho azul com boné branco